Atuais pastoras adventistas, ainda que possuam um ministério notável e sejam modelos de perseverança, são desconhecidas, a exemplo da Divisão Sul-Americana, que omite ou desconsidera qualquer elogio às suas ministras


Para atuar no ministério pastoral, os convites foram formalmente entregues às mulheres adventistas do sétimo dia desde 1871 até os dias atuais. Na primeira parte da série, você conheceu cinco convidadas: Ellen G. White, Margaret Caro, Sarah Hallock Lindsay, Huan e Hao Ya Jie. E o Anfitrião da festa lhes disse: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15). Elas aceitaram!

Conforme tenho feito até aqui desde o texto anterior, como mestre de cerimônias, apresentarei pastoras que tiveram suas histórias invisibilizadas, as quais hoje podemos compartilhar neste grande banquete. Seja bem-vindes, e conheçam: Alicia Johnston, Sandra Roberts, Cris Cazarine, Dina Salas e Therezinha Barbalho.

Alicia Johnston, a pastora bissexual

Criada em um lar adventista do sétimo dia, Alicia Johnston cresceu amando a teologia adventista, a importância do sábado, a Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD), em geral, e sua convivência nesse ambiente.

Mestra em Divindade pela Universidade Andrews, a Pra. Alicia foi plantadora de igrejas pela Associação Carolina (Carolina Conference, em inglês); e em janeiro de 2016 recebeu seu chamado para ser pastora sênior na Foothills Community Church, uma IASD em Chandler, na Associação Arizona (Arizona Conference, em inglês).

Alicia Johnston na mensagem para sua antiga igreja, 2017. FonteSpectrum Magazine.

Numa certa manhã de sábado, dia 22 de abril de 2017, a Pra. Alicia Johnston, ao invés de pregar um sermão usual, exibiu um vídeo apresentando o motivo de sua renúncia à função de ministra da IASD, afirmando publicamente sua bissexualidade. A motivação para a renúncia ao cargo foi sua discordância do posicionamento da denominação acerca das pessoas LGBTQIAP+, o que a fez sentir uma desconexão profunda com a igreja.

Anteriormente à sua autoaceitação como bissexual, a Pra. Alicia experimentou uma mudança de perspectiva teológica sobre esse assunto. Emocionada, no vídeo de despedida, ela fala sobre o sentimento de vergonha, inconveniência e não pertencimento: “Não pude ignorar o fato de que nossa igreja está trazendo isso às pessoas”, disse a pastora.

Alicia foi uma pastora pioneira ao se afirmar bissexual publicamente por meio de uma produção audiovisual, que contou com o apoio de Daneen Akers e Stephen Eyer, defensores públicos de pessoas LGBTQIAP+ dentro e fora da IASD. Esta equipe de produção cinematográfica de Oceanside, Califórnia, também produziu o documentário Seventh-Gay Adventist (“Adventista Gay do Sétimo Dia”, em português), que traz a história do Pr. Marcos Apolonio, brasileiro, que atuou no ministério pastoral no Brasil.

Diante da indiferença eclesiástica que, em última instância, está literalmente matando pessoas, a mestra argumenta que o silêncio institucional precisa ser quebrado. Alicia Johntson escreveu o livro The Bible & LGBTQ Adventists (“A Bíblia e os Adventistas LGBTQ”, em português) sobre teologia afirmativa especificamente para os adventistas do sétimo dia, no qual explora teologia, casamento homoafetivo, identidade e gênero. Recentemente, ela participou de dois episódios do podcast Advent Next, já mencionado por aqui, deu uma entrevista à Spectrum sobre seu livro e teve um de seus textos publicado pela Zelota.

A história da Pra. Alicia Johnston é um exemplo de encorajamento e honestidade. Conforme o comentário de Nathaniel Krupp para a revista Spectrum, “pessoas como você [Alicia] são a única razão pela qual eu voltaria a me associar a uma igreja. Obrigado pelo seu exemplo honesto.” Em resposta, Alicia afirma: “É maravilhoso poder finalmente dizer ‘esta é quem eu sou’, e isso é algo que amo em mim mesma.”

Sandra Roberts, a primeira presidenta eleita

“Sandra Roberts, a primeira das primeiras”. Assim deveria ser seu título, por sua história ser tão pioneira para o adventismo. Doutora em Ministério pela Claremont School of Theology e mestra pela Universidade Andrews, a Pra. Sandra Roberts já trabalhou como professora, capelã, diretora de Ministério Jovem e como pastora.

Sua carreira administrativa se iniciou em 2004, quando foi eleita secretária executiva da Associação Califórnia Sudeste  (Southeastern California Conference, em inglês), cargo em que permaneceu até ser eleita em 27 de outubro de 2013, com 72% dos votos, como presidenta da mesma associação. Posteriormente, em 7 de outubro de 2018, foi reeleita presidenta, com 75% dos quase 600 delegados a seu favor.

Sandra Roberts, após sua nomeação como presidenta da Associação Califórnia Sudeste, 2013. Fonte: Spectrum Magazine.

Embora não tenha sido a primeira presidenta de campo para a IASD, ela foi a primeira mulher eleita à presidência; as demais presidentas ocuparam o cargo de forma interina. Seu pioneirismo impressiona ainda mais quando se considera que, desde 2005, o cargo da presidência é restrito a ministros ordenados. A Pra. Sandra foi ordenada pela mesma Associação à qual dedicou grande parte do seu ministério.

Contudo, para a Associação Geral (AG), sua nomeação ao cargo de presidência não deveria ser reconhecida por não apoiarem a ordenação de mulheres. Essa discordância foi expressa em forma de protesto quando não listaram seu nome no Anuário como presidenta de campo, colocando apenas uma linha no local do seu nome, e listando-a somente como presidenta da Comissão Diretiva de seu campo. 

No Concílio Anual da AG, em 2016 , a Divisão Norte-Americana (NAD, sigla em inglês) pediu que a AG reconhecesse oficialmente a Pra. Sandra como presidenta da Associação Sudeste Califórnia. O Dr. Randal Wisbey, na época presidente da Universidade La Sierra, se levantou, foi ao microfone e leu a seguinte declaração:

“Nós, os participantes da Reunião de Fim de Ano da Divisão Norte-Americana, solicitamos respeitosamente que a Associação Geral forneça a Sandra Roberts, Presidenta da Associação Sudeste Califórnia, o mesmo respeito, direitos e privilégios de cargo que qualquer outro presidente de Associação dentro da Divisão Norte-Americana devidamente eleito por uma reunião oficial e jurídica dessa Associação. Isso abrange sua inclusão no Anuário Adventista do Sétimo Dia como presidenta da Associação Sudeste Califórnia, e o recebimento de credenciais regulares e oficiais nas reuniões da Associação Geral, como o Concílio Anual etc., assim como qualquer outro presidente de Associação da Divisão Norte-Americana.”

Ainda em 2016, a Pra. Sandra foi eleita a Personalidade Adventista do Ano pela Spectrum, e recebeu da Weniger Society o Prêmio Weniger, um reconhecimento dado a pessoas que refletem os valores de Charles E. Weniger, reitor do Seminário Adventista do Sétimo Dia da NAD, local em que inspirou alunos em exemplo e excelência.

Em 2018, seu mandato também sofreu perseguição de Mário Veloso, oficial da Conferência Geral, que encaminhou o assunto de sua reeleição de volta para a Comissão de Nomeações e teve sua moção rejeitada por 70%. Contudo, com o apoio da NAD, seu ministério não parou, e atualmente a Pra. Sandra Roberts se tornou a primeira mulher a ocupar a função de secretária executiva em uma União no território da NAD, a União Pacífico (Pacific Union Conference, em inglês).

A IASD possui três cargos considerados administrativos. São eles: presidência, secretaria e tesouraria. Com a restrição prevista no manual desde 2005, de que o cargo da presidência seja atribuído apenas a ministros ordenados, sua posição como presidenta foi controversa, porque a prática estabelecida é que apenas pastores do sexo masculino podem ser ordenados, já que a maioria das regiões ainda têm resistência em ordenar mulheres. Já os cargos de secretaria e tesouraria não têm esse impedimento. Nisto está a importância da nomeação de Sandra E. Roberts, uma ministra ordenada, por ser mulher e ocupar pela primeira vez a Secretaria Executiva de União, como também foram importantes seus oito anos de presidência histórica.

Cris Cazarine Dutra, a pastora ex-ateia

Cristiane Cazarine Dutra nasceu em São Paulo, é graduada em Teologia pela Universidade Southern, Mestra em Divindade pela Universidade Andrews (contemporânea de Therezinha Barbalho, que ainda será apresentada) e plantadora de igrejas da Associação Carolina. Em um vídeo para o YouTube, ela declara ser uma pastora pouco convencional, e acrescenta: “eu era ateia antes, e isso faz com que eu seja um pouco diferente.” 

Foi durante o mestrado que, por sua paixão pelo evangelismo, ela decidiu dar ênfase ao crescimento e ao plantio de igrejas. A Pra. Cris Cazarine é conhecida por brasileiros, pelo menos nos Estados Unidos. Recentemente, ela realizou o batismo de um casal na IASD Brasileira na Flórida (Brazilian Temple SDA Church, em inglês), onde contou rapidamente sobre sua paixão pelo ministério. Na introdução ao sermão, ela informa ser pastora na região de Rolling, na Carolina do Norte (EUA).

Cris Cazarine Dutra, pastora plantadora de igrejas e diretora do Ministério da Saúde da Associação Carolina. Fonte: Carolina Conference.

Segundo o eAdventist, atualmente, ela ocupa a função de pastora numa IASD Haitiana na Carolina do Norte (Raleigh Haitian SDA Church, em inglês). Além disso, concomitantemente, o Adventist Archive a lista como pastora na IASD The Vine (The Vine Seventh-Day Adventist Company, em inglês). Em outras palavras, a Pra. Cazarize acumula funções, e também é diretora do Ministério da Saúde em sua Associação. 

Em 2021, a Pra. Cris participou do Ehuddle, um evento realizado pela Associação Ministerial da NAD, onde ministras e ministros discutiram tópicos importantes para as igrejas, como amar suas comunidades, evangelismo, batismo, discipulado, plantação de igrejas e revitalização de igrejas. 

Foi em seu trabalho na Associação Carolina que a Pra. Cris plantou uma igreja mesmo durante a pandemia. Seu sucesso a tornou um dos destaque do BootCamp 2021, evento para os plantadores de igreja da NAD, que ocorrerá de 11 a 14 de novembro deste ano. Embora pouco seja conhecido sobre sua história, a Pra. Cris Cazarine é uma pastora notável, e merece muito reconhecimento. 

Dina Salas, a primeira pastora da Divisão Sul-Americana

Reconhecida como “Mulher Miraflorense 2014” (Mujer Miraflorina Destacada 2014, no espanhol), Juana Dina Salas Motoya recebeu mais reconhecimento do que a Divisão Sul-Americana (DSA) é capaz de dar a suas pastoras. Em ocasião do Dia Internacional da Mulher, a Câmara Municipal de Miraflores, em Lima, Peru, conferiu à Pra. Dina Salas a honraria por ser um “Exemplo de Vida”

De acordo com o Notícias Adventistas, a Pra. Dina Salas enfatizou, em seu discurso, a importância do papel que as mulheres desempenham na sociedade. Para o então prefeito, Jorge Muños, “Dina Salas é uma das mulheres com maior destaque de seu bairro, por seu honroso trabalho como capelã, que desempenha desde 1987, cumprindo uma tarefa incansável, oferecendo assistência espiritual a pacientes, médicos e familiares, com base no amor, solidariedade e honestidade”.

Dina Salas sendo reconhecida como “Mulher Miraflorense”, na categoria “Exemplo de Vida”, em 2014. Fonte: Notícias Adventistas.

Em 2020, Pra. Dina recebeu o prêmio de Liderança Espiritual, concedido pela Associação de Mulheres Adventistas (Association of Adventist Women, em inglês). Segundo a Associação de Mulheres Adventistas, a pastora pregou seu primeiro sermão “A origem do bem e do mal” ainda aos sete anos.

Juana Dina Salas Montoya tem duas formações teológicas. Com ambas as formações pela Faculdade Adventista de Teologia (FAT), atual UNASP campus 1, a Pra. Dina se formou pela primeira vez em 1973 como Instrutora Bíblica, e posteriormente na turma de 1987, em Teologia. Em 1977, ela começou seu ministério na Missão Sul Peruana, primeiro em Arequipa, depois em Ilo, Sicuani, Camaná e Mollendo.

O Anuário Adventista aponta que Dina iniciou seu ministério formalmente com a IASD ao receber pela primeira vez sua Licença Missionária, licença dada para missionárias e missionários aspirantes, em 1979, pela Missão Sul Peruana, algo que se repetiu em 1980. A partir de 1981, a Missão Sul Peruana emitiu uma Credencial Missionária até 1985, ano em que se tornou reitora/preceptora. Não há registro de credenciais ou licenças em seu nome em 1986.

Em seguida, nos anos de 1987 e 1988, ela volta a receber sua Credencial Missionária, mas não mais pela Missão Sul Peruana, e sim pela União Inca. A partir de 1989, além de ser listada como credenciada pela União Inca, ela passa também a ser listada como capelã da Clínica Adventista de Miraflores. Em 1996, a pastora  passou a receber seu credenciamento pela recém reorganizada União Peruana, e se manteve capelã da Clínica Adventista de Miraflores, atualmente o Hospital Good Hope de Miraflores. De 1998 a 2000, ela se tornou a única capelã da Clínica. Em 2001 e 2002, a Pra. Dina é listada apenas com sua credencial emitida pela Missão Leste Peruana. E, entre 2003 e 2016, suas credenciais foram emitidas pela União Peruana e União Sul Peruana, após sua divisão.

Como leitor atento, você deve estar se perguntando por que o artigo apresenta Dina Salas como “pastora”, já que ela sempre recebeu licença e credencial missionária; diferente da pastora Sarah Lindsay, por exemplo, que recebeu licença ministerial; ou de Ellen G. White, com sua credencial ministerial. Não seria Dina uma missionária? Ou estamos chamando-a de pastora por conta, recentemente, do dia das apreciações pastorais, e a capelania ser uma função ministerial?

Nas décadas de 1960 a 1980 (em outros períodos também), a Associação Geral criou uma comissão de estudos sobre papel da mulher na igreja, e de 1975 a 1990 ela recomendou que as entidades parassem de emitir licenças para mulheres pastoras, emitindo apenas licenças e credenciais missionárias.

Em uma das reuniões da comissão de estudo de 1985, diferente de outros teólogos presentes, Mário Veloso, secretário de campo da Divisão Sul Americana (DSA) e responsável por estudar os textos de Ellen G. White, afirmou que não havia o suficiente para apoiar a ordenação feminina com base no “assim diz o Senhor”, e continuou argumentando que eram necessários textos bíblicos para apoiar a posição da IASD.

Em 27 de março de 1985, Mário Veloso* relatou à comissão que:

“Na Divisão Sul-Americana foi necessário dar informações sobre a questão das mulheres antes que a maioria dos membros pudesse dar uma opinião inteligente. Pesquisas locais foram realizadas.

Consenso: Negativo. Dos trabalhadores entrevistados, 85% votaram contra a ordenação de mulheres e 15% a favor. A maioria das mulheres se opõe à ordenação, embora haja mulheres empregadas pela Igreja, uma servindo como pastora distrital responsável por quatro igrejas.”

A Adventist Review, em 17 de abril de 1986, relatou que a DSA não se esforçava para introduzir mulheres em posição de liderança, e que embora tivessem muitas histórias marcantes, poucos espaços contavam com mulheres na liderança. Contudo, “Dina Salas, pastora e evangelista peruana, tem servido como reitora de mulheres na Universidad Unión Incaica [atual Universidad Peruana Unión], Lima.”1

Ainda no mesmo ano, na carta missionária do dia 12 de julho, Ruben Castilhos relata sobre alunos e uma funcionária que compartilhavam com entusiasmo o evangelho. A nota atribuída a essa funcionária confirma: “Reitora de mulheres, Dina Salas planeja os cultos com os alunos não adventistas em mente. ‘Queremos oferecer muitas oportunidades de evangelismo’, diz ela.”2 Ela também pastoreava a Igreja de Camana.3

A história da Pra. Dina Salas passa a ser tratada como tema principal na carta missionária do dia 23 de agosto de 1986. O relato diz que Dina abriu mão de ir à Cidade do México participar de um congresso para jovens, em dezembro de 1984, pois acreditava ser o melhor período para realizar o evangelismo em seu distrito. Enquanto isso, a jovem pastora peruana ouvia piadas de seus amigos de ministério, que torciam para não serem mandados para seu distrito, porque ele não trazia resultados. Eles não imaginavam que a Pra. Dina seria próspera em seu ministério, fundaria duas igrejas e converteria 80 membros em apenas dois anos. 

Ao chegar ao distrito de Camana, a Pra. Dina lidou com o estranhamento da igreja local, ao perceberem que estavam sob sua liderança, uma mulher pastora. Esse estranhamento mudou ao verem sua paixão pela missão. Pr. Haroldo Moran, que à época era o presidente da União Inca, conta que ela conquistou o respeito da membresia: ela pregava aos sábados e domingos, desenvolveu boas relações com a prefeitura e construiu uma igreja. Sua influência e liderança foi fundamental para conseguir apoio financeiro para a compra de uma propriedade para a construção de dois edifícios para a igreja e um acampamento para os jovens.

O Pr. Haroldo afirma que “como pastora da igreja, Dina teve que dirigir a igreja e

supervisionar todo o plano de ação”. Ele acrescenta que ela corrigia os anciãos e que ainda encontrava tempo para fazer visitas aos membros a pé ou a cavalo. Ele explica que, para conseguir acompanhar o trabalho da Pra. Dina, teve que chegar escondido em uma de suas reuniões, pois ela nunca gostou dos holofotes.

Para a Pra. Dina, os estudos bíblicos deveriam ser ministrados de acordo com a necessidade dos estudantes. Numa ocasião, a pastora ministrou um estudo para uma família que precisava de perdão entre seus membros: “reuni os pais e falei com eles sobre o amor e o perdão de Deus […] e eles se perdoaram”, relatou a Pra. Dina.

Outra ação da jovem pastora sul-americana, ao assumir o distrito, foi visitar todas as membras e membros afastados ou inativos. Um dos vereadores local de Camana e membro da igreja, ao receber sua visita, ofereceu-lhe toda a sua influência para ajudá-la; mas Dina o rebateu, dizendo: “gostaria que você usasse sua influência para Deus.” Em dezembro de 1984, ele se batizou e passou a liderar um grupo de crentes em Camana, dedicando sua influência a Deus.

Em 1997, como missionária, fez evangelismo durante três meses na cidade de Nova York, convidada por igrejas locais. Dina tem sido destaque em muitos congressos e Associações pelo mundo; ela é membra do Conselho de Embaixadores da Paz da ONU. Em 2017, a Pra. Dina Salas se jubila do ministério pastoral e, ao longo de seus 40 anos de ministério, converteu mais de 500 pessoas ao adventismo, incluindo pacientes e seus respectivos familiares. A Zelota teve dificuldade para contactá-la, talvez porque, conforme dito pelo Pr. Haroldo, “ela não gosta de holofotes”.

A Pra. Dina é um exemplo de fé e determinação, que inspira outras pessoas na pregação do evangelho. Seu legado de dedicação ao ministério pastoral e amor, sorriso e otimismo, lhe permitiu construir laços de amizade, carinho e apreço das pessoas. Em comentário a uma foto da capelã, no perfil da Clínica Good Hope, a ex-paciente Solange Chumpitazi Lara declara que Dina Salas “é um exemplo de perseverança”.

Dina Salas entra para a história do ministério pastoral adventista da DSA como a primeira pastora adventista da DSA para a qual se tem registro e vínculo formal no território. O relato da carta missionária, como também sua premiação como “Mulher Miraflorense” e “Líder Espiritual”, revelam que sua vida e ministério trouxeram muitas transformações nos locais por onde esteve.

Dina Salas, ao centro da mesa, carimbando livros para o impacto esperança. Clínica Good Hope, Miraflores. 22 de maio de 2018. Fonte: Facebook.

Therezinha Barbalho, a primeira pastora brasileira ordenada

Therezinha Pepe Barbalho é formada em Teologia pela Faculdade Adventista de Teologia de São Paulo (IAE/FAT), o atual Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia, com ênfase em línguas bíblicas. Ela também é formada em Direito, e é mestra em Divindade pela Universidade Andrews. 

A Pra. Therezinha sentiu-se chamada ainda aos 18 anos. Um pastor, que foi seu colega de classe e não quis se identificar, contou à Zelota que “Therezinha, no primeiro dia de aula, falou que um dia seria uma pastora”, e acrescentou: “ela era uma aluna externa, morava na Zona Leste e ia todos os dias para a faculdade.”  

Em 1990, ainda no Brasil, segundo a União Columbia, a Pra. Therezinha Barbalho iniciou seu ministério como obreira bíblica em uma IASD no bairro de Belém, São Paulo. Foi em 1993 que tomou a decisão de iniciar seus estudos no curso de Direito; e ao se formar em 1998 começou a atuar como advogada. Paralelamente à advocacia, seguiu trabalhando e ministrando de forma voluntária na IASD em Belém durante 13 anos.

Therezinha Barbalho, pastora sênior na Silver Spring SDA Church, 2020. Fonte: Silver Spring SDA Church.

Sua escolha pelo Direito se deu ao perceber que não conseguiria seguir seu chamado. Ela voltou a estudar e se tornou advogada, exercendo a profissão por sete anos. Sua experiência contribuiu para que desenvolvesse outras habilidades, como melhores argumentos em sermões e administração de conflitos entre membras e membros de forma imparcial. “Uma advogada não só tem uma forma organizada de lidar com os problemas, mas também fomos ensinadas a ver mais longe à medida que íamos encontrar uma solução para algo”, esclarece a pastora a Edwin Manuel Garcia.

Foi em 2004 que a Pra. Therezinha começou a ser reconhecida, quando a Associação Nova Jersey (New Jersey Conference, em inglês) a chamou para ser uma pastora associada na IASD Luso-Brasileira de Newark (EUA), onde ministrou de 2004 a 2009. Em 2009 ela recebeu o chamado da Associação Potomac (Potomac Conference, em inglês), para ser pastora sênior da IASD Brasileira de Richmond (Richmond Brazilian Community Church, em inglês), na Virgínia (EUA), onde realizou pela primeira vez uma cerimônia batismal e atuou até 2014.

Focada em seguir o exemplo de Jesus, a Pra. Therezinha sempre teve a Cristo como chave para as relações humanas. Em 2013, ainda na IASD Brasileira de Richmond, a pastora desenvolveu atividades para o fortalecimento das amizades entre os membros de sua então congregação, como atividades sociais, com esportes, patinação no gelo e paintball. “Quando eles estão conectados em atividades sociais, eles estão mais abertos para as espirituais”, declarou Therezinha à Adventist Today

A Associação Potomac, em 2014, a enviou para realizar seu mestrado em Divindade na Universidade Andrews. Junto a seu a marido Zeli Leite e sua filha Rafaella, ela se mudou para Michigan. 

Em 2020, no Fire Moments da IASD na qual atuou em Newark, a pastora contou que, durante seu mestrado, sua filha Rafaella, que é autista, desenvolveu a síndrome catatônica que causou uma rigidez muscular. Durante um ano e meio, a família não tinha um diagnóstico para Rafaella. Foram 11 vezes na emergência, lhes deram até diagnóstico de câncer por conta de um cisto que apareceu em sua cabeça. Quando levaram Rafaella para o hospital da Universidade, ela ficou internada por 3 meses.

A família saia às 2h30 da manhã, durante oito meses, duas vezes por semana, para levar Rafaella para o eletrochoque no cérebro com anestesia geral. Emocionada, a pastora diz que clamava por misericórdia e questionava a Deus: “Será que o Senhor não se confundiu e não tá na hora de eu de repente voltar, parar com tudo isso e fazer outra coisa, será que não devo voltar para o Brasil e pegar minha licença de advogada e viver minha vida lá, Senhor? Eu não tô aguentando. Tenha misericórdia de mim, Senhor”, contou a pastora em meio a lágrimas.

A médica finalmente descobriu o que Rafaella tinha. Os professores da universidade se organizaram para que Therezinha tivesse aulas três dias na semana e, depois, pudesse viajar para ficar num quarto do hospital psiquiátrico para o tratamento de sua filha. Rafaella desenvolveu uma síndrome alimentar, e dependia de uma sonda gastrointestinal para sua alimentação durante dois anos. Rafaella melhorou após o tratamento.

Ao finalizar seu mestrado, em 2017, a Pra. Therezinha foi enviada para atuar como pastora sênior na IASD Silver Spring (Silver Spring SDA Church, em inglês), onde está atualmente.  

Em 29 de junho de 2019, a Associação Potomac teve o privilégio de ordená-la ao ministério pastoral da IASD, em sua igreja. “O chamado ao ministério não ocorre quando alguém diz que não poderíamos ter feito isso sem você”, disse o então presidente da Associação Bill Miller. E complementa: “Não é quando a comissão diretiva recomenda você para ordenação, um diploma, entrevistas ou endossos. O chamado para o ministério é quando ouvimos Sua voz e caminhamos com Ele em meio ao caos humano. O chamado para o ministério é aprender nossos limites e aprender a confiar no Deus que está conosco”.

Therezinha Barbalho com seu marido Zeli Leite, recebendo de Bill Miller, então presidente da Associação Potomac, sua Credencial Ministerial, confirmando sua ordenação. Fonte: Potomac Conference.

“Recebo este momento, esperado há 32 anos, entendendo que Deus está me tornando cada vez mais dependente dEle”, compartilhou a pastora durante a cerimônia. “É assim que recebo esta bênção. Agradeço à Igreja Adventista do Sétimo Dia por confiar que posso me tornar totalmente dependente dEle”. 

A União Columbia é uma das que defendem a equidade ministerial, independente de gênero. A Associação Potomac é pioneira em ações afirmativas: em 1972, ela realizou a ordenação de Josephine Benton, e em 1995 realizou a ordenação para o ministério do evangelho de Kendra Haloviak, Penny Shell e Norma Osborn.

A Pra. Therezinha já teve duas participações no programa Está Escrito Canadá, dirigido por Bill Santos. Na série “Os Dez Mandamentos”, ela participou do episódio “Respeitando o Meu Próximo” (parte 1, parte 2, parte 3) ao lado do Pr. Albert Timm, onde discutiram a aplicabilidade do oitavo mandamento, em 2010. Posteriormente, em 2011, participou da série “Bem-aventurados”, no episódio “Bem-Aventurados os que Têm Fome e Sede de Justiça” (parte 1 e parte 2).

Therezinha ama servir à diversidade humana, independentemente de cultura, raça ou credo. Seu maior sonho é ver Jesus voltar. Ela leva consigo a promessa bíblica que diz “Eu irei adiante de você e aplainarei montes; derrubarei portas de bronze e romperei trancas de ferro (Is 45.2 NVI)”.

A prata da casa tem seu valor, menos para a Divisão Sul-Americana

O artigo “Abre Alas para o Dia da Anciã”, publicado pela revista Zelota, trouxe alguns pontos sobre a ordenação de mulheres ao ancionato, aprovada na época. Na ocasião eu apresentei a divisão sexual do trabalho voluntário que era imposta às mulheres para que fossem apenas diretoras de igreja, caso não houvessem homens qualificados que pudessem ocupar a função de ancião.

De forma excludente, Felipe Lemos escreveu ao Notícias Adventistas que “mudanças propostas por líderes pretende ressaltar o papel do ancionato, inclusive com ampliação da participação feminina neste ministério estratégico.” A DSA foi uma das últimas Divisões a reconhecer o ancionato feminino, mesmo a prática existindo desde 1972. Isso ocorreu em um contexto em que, segundo Lucas Raso, então secretário ministerial, que 5.626 mulheres atuavam como diretoras de grupo/igreja. 

Atualmente, a DSA possui 28.687 igrejas e grupos em seu território, sendo 19,6% das congregações lideradas por mulheres, não podendo ser anciãs, “a igreja deve eleger uma pessoa para ser conhecida como ‘diretor de igreja”4. Tal nomeação se dá quando entendem que não há pessoas qualificadas. Até julho de 2021, apenas os homens eram vistos como qualificados para ser anciãos pela DSA.

É importante enfatizar que a DSA não votou por reconhecimento e inclusão em prol de uma igreja mais igualitária. A decisão ocorreu porque o comparativo de 2010 e 2020 trouxe à tona que 53,81% dos membros associados à IASD eram mulheres. “Ou seja, mais mulheres têm se unido à organização. E a vocação para o serviço é historicamente apresentada pelos adventistas” afirma Lemos em sua matéria.

As mulheres estão, infelizmente, sendo usadas como “serviço de apoio em uma festa” no contexto da pandemia, para recuperar as igrejas locais, e não pelo reconhecimento da legitimidade de seu trabalho. Isso fica claro ao notarmos que, em 2015, a IASD Florida, segunda maior igreja da Argentina, solicitou formalmente à DSA para aprovar a ordenação de mulheres como anciãs, o que foi negado.

Essa opinião preconceituosa é visível mesmo na conversa da Zelota com o pastor e colega da Pr. Therezinha: “Eu não encontro base, primeiramente bíblica e nem nos escritos de Ellen White para apoiar a ordenação. Ellen White apoiava pastoras para ministérios locais, e a ordenação é um ministério global”.

Diante desse contexto, há uma pergunta que precisa ser considerada: Como a ordenação de mulheres ao ancionato reflete no ministério pastoral? No relatório apresentado à Comissão de Estudo da Teologia da Ordenação (conhecido como TOSC, sigla em inglês), a DSA afirmou que:

“O Novo Testamento apresenta claramente as qualificações exigidas para alguém se tornar bispo/presbítero/pastor (1Tm 3.1-7; Tt 1.5-9). De acordo com esses textos, o ministério pastoral parece pertencer a uma área distinta da liderança espiritual masculina na Igreja. A fidelidade ao ensino bíblico predica a necessidade de seguir esta orientação. Não há uma base bíblica clara, portanto, para ordenar mulheres ao ministério pastoral.”

Já que a DSA não tem pastores comissionados, e que a ordenação ministerial é restrita ao gênero, o único impedimento para a ordenação de pastoras era não ter mulheres como anciãs; a Licença Ministerial exige que o pastor ou pastora seja ordenado como anciã ou ancião na igreja local à qual foi-lhes conferido o chamado. Agora que as mulheres podem atuar como anciãs na América-Latina, qual será o motivo para não termos pastoras?

“A DSA não tem modelo de pastora em seu território”, disse o colega de Therezinha, que embora não conhecesse a Pra. Dina à época, foi seu contemporâneo na faculdade. Ao ser informado pela Zelota sobre essa realidade, ele alegou que conhecia sua história, que seu caso era atípico, e que “a DSA não fala sobre pastoras”.

Nesse caso, outra pergunta muito importante precisa ser levantada: Por que a DSA não pode mencionar o ministério de pastoras? Como apresentei na primeira parte desta série, os veículos oficiais retiraram da versão em português a informação de que Huan é uma pastora, denominando-a de “missionária de 75 anos”. Por que não temos uma versão oficial da história da Pra. Dina em português ou espanhol, ou mesmo um texto de homenagem a ela como Mulher Miraflorense, com a informação de que foi a primeira pastora da DSA? Por que às mulheres são oferecidas migalhas?

O Notícias Adventistas noticia homens como líderes, como no caso da presidência do brasileiro Elton DeMoraes para Associação Texas, e Reinaldo Siqueira como diretor do centro mundial judaico-adventista, enquanto ignoram as mulheres. O sucesso dos trabalhos da Pra. Therezinha Barbalho da Pra. Cris Cazarine, por exemplo, a despeito de seu prestígio no exterior, nunca foram noticiadas no Brasil. 

De acordo com a Adventist Today, em 2012, a Pra. Therezinha foi convidada pela igreja do Centro Universitário Adventista de São Paulo, campus 2 (UNASP), em Engenheiro Coelho, para ministrar em um culto. Contudo, o então presidente da DSA, Erton Köhler, contatou a administração da universidade e a proibiu de falar em qualquer reunião pública, por ser ministra de uma Associação “renegada” por ordenar pastoras. A Pra. Therezinha não era ordenada ao ministério na época, e ainda que fosse isso não justificaria a ação de Köhler.

Os líderes da DSA cultuam o patriarcal, parecem se sentir abalados pelo sucesso feminino e ameaçados por suas qualificações — talvez enxergando nelas uma ameaça a seus privilégios dentro da instituição. A falta de pastoras em seu território não pode ser justificada com a presença de apenas duas mulheres como líderes de departamentos da DSA, ainda relacionadas ao que chamamos de “profissões do cuidado”, socialmente atribuídas a mulheres por envolverem lidar com crianças e adolescentes.

Esta crítica à DSA não é exclusiva aos dias atuais; ela já é feita desde 1986, quando um artigo na Adventist Review diz que “gostaria de ver a divisão dedicar maiores esforços para introduzir mulheres em posições de liderança. Talvez tenha sido coincidência, mas entre as dezenas de histórias marcantes que encontramos aqui, muito poucas envolvem mulheres na liderança. […] O Adventismo se comprometeu a abrir a igreja para a liderança por mulheres”.5

A inflexibilidade da DSA para a atuação das mulheres já era notada. No Concílio Anual de 1989, as coisas começaram a ficar mais difíceis para as mulheres; nesse momento foi criada a “Credencial Ministerial Comissionada”, o que significava que não seria permitido que mulheres fossem ordenadas ao ministério, mas que cada Divisão teria autonomia para contratar pastoras em seu campo, desde que as credenciassem como ministras comissionadas ou licenciadas — jamais ordenadas. A DSA optou por não tê-las nem como comissionadas ou licenciadas, conforme o Manual da Igreja. Por esses motivos, você não conheceu a Pra. Dina antes: ela não podia mais atuar.

É comum as instituições da IASD emitirem credenciais diferentes da função que (principalmente) as mulheres ocupam, mesmo que elas ocupem as mesmas funções que os ministros. Basta conferir o relatório da Divisão Pacífico Norte-Asiático de 2013, que assume ter pastoras, e compará-lo ao Anuário do mesmo ano, que só emitiu a essas pastoras licenças e credenciais missionárias. Na DSA, quando homens assumem a função de capelão, eles são chamados e credenciados como pastores, enquanto as mulheres, quando capelãs (é raro, pois nem na capelania as querem), são chamadas de “missionárias” ou apenas pelo nome.

O único cargo que exige Credencial Ministerial da IASD é o de presidência de campo. Portanto, não há justificativa para mulheres não estarem ocupando outras funções de liderança; não há respaldo para teólogas não receberem chamado para administração, pois tais funções não exigem ser ocupadas única e exclusivamente por pastores ou homens. Tampouco há justificativa para a falta de representatividade de raça e nacionalidade, já que a DSA abrange oito países. As únicas funções que que tem uma determinação de gênero são o Ministério da Mulher e a Área Feminina da Associação Ministerial.

A Pra. Therezinha Barbalho teve reconhecimento e felicitações por sua ordenação até na IASD alemã, no site oficial da igreja no país, mas não pela sua igreja, em seu país de origem. A pastora também terá sua história eternizada no Called 2.0, evento sobre mulheres pastoras da NAD.

Apenas nos satisfazer com a possibilidade ter mulheres como anciãs não é o suficiente; ter anciãs é bom, é importante, mas é o mínimo. Outras regiões do mundo estão nomeando mulheres como vice-presidentas, secretárias executivas, diretoras da Associação Ministerial, criando um Ministério para Igualdade de Gênero em seu campo, ou campos que decidem ordenar suas ministras e ministros independentemente de seu gênero, ou apenas comissionam pelos mesmos motivos de não ter castas. A prata da casa tem seu valor, e só percebemos isso quando enfrentamos o sistema e lutamos pela igualdade, pela valorização, pelo reconhecimento. A ordenação da Pra. Kimberly Bulgin, no último sábado (23), no dia da apreciação pastoral, é muito simbólica: ela se tornou a primeira mulher a ser ordenada pela União Central Americana. Quando olhamos todos os avanços, vemos que individualmente, a DSA fez o mínimo. 

Não queremos mais ver pessoas renunciando ao ministério por sua sexualidade, ou mesmo vivendo em mentira por saber que tem um chamado, e só pode exercê-lo dentro de uma relação heterossexual, tornando ambos os cônjuges infelizes. Cansamos de ver mulheres serem vítimas desse sistema sexista que não as emprega simplesmente por serem mulheres. Se nem os ministros comem as migalhas que caem da mesa da DSA, então por que estamos aceitando que as mulheres comam os restos deixados por eles, quando o Anfitrião da festa oferece o Pão da Vida em Seu banquete?

“Ao ouvir isso, um dos que estavam à mesa com Jesus, disse-lhe: ‘Feliz será aquele que comer no banquete do Reino de Deus’” (Lc 14.15).

Felicitação às nossas pastoras!

Adelina Zorub, Alma Meyer Bergold, Filonila Santos Assunção, Isolina Avelino Waldvogel, Ana Klein Araújo Garcia, Elza Berger Gutzeit, Iracema Zorub, Maria Dens Baracat, Hanna Lindquist Keppke, Narcisa R. da Silva Lima Ester Allen Rentfro, Maria D. Campos Melo, Maria Silva Junior, Alice Zorub Regina Souza, Alcina Margarido Linhares, Else Kuempel Hoffmann, Marta Ferreira Roque, Rute Oberg Guimarães, Enola Davis, Hertha Marçal, Maria Zorub S. Lima, Aracelí S. Melo, Diná Apolinário, Elsa Malsbenden Renk,Hilda Silva, Violeta Santos, Erlinda Maltí, Maria de Lourdes Machado, Rute Vieira, Arzília Roseto, Eunice Monteiro, Lucila Roseto, Maria José Vieira, Aracy Simões, Linda Talvik Oliveira, Malaquê Nigri D’Araujo, Durvalina Reis Roque, Elza Krueger Siqueira, Wanda Conrado, Bernardina Krueger, Irene Santos, Olga Streithorst,, Ana Teixeira, Gerda Burgo, Iracema Araujo, Leide Balzi, Maria Carvalho, Loide R. Simon, Neusa K. Harder, Sarah Maluff, Vera Sabeff, Elza Souza, Helga O. Nogueira, Ruth de Oliveira, Hebe Pacheco, Deícola Silveira, Olinda Ost, Eunice Léa Borba,Neide de Oliveira,Haydee Ferreira de Carvalho, Antonieta Moura Gentili, Elioenai Perez Gerpa, Ester Pereira de Castro Lôbo, Ruth dos Santos Manga, Ariel Barcélos, Clélia Maria Menezes, Vânia Monteiro de Souza, Elizabeth Penha A. Barroso, Mazias de Oliveira, Myriam Fusco Nepomuceno, Neuza Carlos Oureliano, Nilva Gutzeit Will, Rozilda Michiles de Azevedo, Sonia Tavares, Delma Alves Monteiro, Eunice Lourenço Walting, Juana Dina Salas Montoya, Ana Maria Calcidoni, Maria Aurora P. Lambeth, Rute Leão Melo, Célia da Fonseca Carvalho, India do Brasil Rani, Marlene Gonçalves, Sonia Maria Rigoli Carvalho, Tania Mara Garcia, Marieta A. F. Ricardi, Miriam da S. Zdrahal, Rute São Pedro, Maria Aparecida dos S. Maganhoto, Thais Edna Garcia, Tria Leichsenring Rederd, Mariléia Lopes Ferreira, Rosangela Rocha, Daisy Kiekow de Britto, Cléa Avila Sodré, Iolanda dos Santos Borba, Maria Cláudia Perez, Cléa Ávila Sodré, Edith de las Mercedes M. Moraes, Erenita Maria Silva da Costa, Fátima Aparecida Gonçalves, Maria Elisa Di Baptista, Maria José Paulino da Silva, Benta Rodrigues de Lima, Maria do Carmo Morais Fraga, Juana Dina Salas Montoya, Lucinéia dos Santos Magatti, Marilda P. de Sousa Pereira, Suely Mendonça de Figueiredo, Vânia Teresinha Novicki, Virgínia Maria da Franca Lima, Maria Célia Pontes Cavalcante, Raimunda Augusta de Albuquerque, Magdiel Unglaub, Mara Núbia de Morais Cruz, Nara Leite da Veiga, Therezinha Pepe Barbalho, Ivone Maria Catarina, Márcia Eliane Amisthá Fabris, Sara Regina dos Reis Von Neutegen, Cilene Mara Silva, Josiane Regina Monteiro da Rocha, Marta Alves Wrigg, Neusa Cristina Viani, Denise Maria Rocha, Adamache Stills Gimenes Câmara, Débora Moroz Martins, Geisa Cristina Ost. Eburneo, Dalva Odete do Nascimento, Jucelina Moura da Silva, Simone Cristine Pieper, Dulcinéia de Souza Oliveira, Kátia Souza Silva Martins,Marilis Bernardes da Silva,Rejane Célia de Souza Godinho, Leila Saffi Koch Takahashi, Vanessa Frugoli, Rosana Griesbach, Jéssica Letícia do Nascimento, Juliana Bernardes, Bárbara Andressa Botta, Lucila Alcântara Santos, Luciléia Dias do Prado, Carla Cristina Ferreira dos Santos, Mairam Pereira do Monte, Eliúde Alves dos Santos, Tatiane dos Santos Ferreira, Alcione Sampaio Barros, Suzanne de Vilhena Constante Portela,6 Ellen Paula dos Santos Ferreira, Marianna Gerardo Hilgado Santos Jorge Leite, Miriane Helena Afonso, Ana Carolina Brito Gonçalves Carreira, Gabriela Aparecida Gonçalves, Lídia Karolly de Souza Cardoso, Aqueldan Feldberg,7 Taciana Jamille da Cruz8 Emily Rodrigues9 Jacimara Kelly Reis Louzeiro10

Estendo as felicitações para todas as pastoras/ministras que dedicam suas vidas à causa do Mestre, aos pastores afirmativos da diversidade, que não aceitam as discriminações de nenhum tipo, às capelãs e professoras de religião que não tem seu reconhecimento na DSA, aos líderes das Uniões e suas respectivas Associações: Columbia Union, Pacific Union, Mid-America Union, Freikirche der Siebenten-Tags-Adventisten in Deutschland, por  ordenar independentemente de gênero. À IASD na Bavária, por nomear uma líder para promoção da igualdade de gênero em seu território, e aos líderes da Danish Union, Norwegian Union, Swedish Union, por não mais ordenar e apenas comissionar suas ministras e ministros para a promoção de igualdade de gênero, não alimentando o sistema de castas.

Notas:

1. Adventist Review, 17 de abril de 1986, p. 18.

2. Mission, Jul-Set, p. 8. 

3. Idem, p. 12. A group of Dina’s parishioners gather outside the Camana church.

4. Manual da Igreja, 2015, p. 75.

5. Adventist Review, 17 de abril de 1986, p. 18.

6. STENCEL, Renato. Breve Histórico do SALT – Brasil Sul, [s.d.].

7. Nominatas de Teologia UNASP-EC, 2015-2021.

8. Nominata de Teologia FADBA, 2020.

9. Nominata de Teologia IAP, 2021.

10. Nominata de Teologia FAAMA, 2015.