O dia da apreciação pastoral não se limita ao pastor adventista, e há mais de 150 anos pode ser estendido às mulheres que servem no ministério em diversificadas funções

Aqueldan Feldberg, Márcia Bispo e Therezinha Barbalho (Montagem de Jayder Roger).

Nossa alegria em celebrar o dia da apreciação pastoral não se limita ao dia do “pastor” na cultura da Divisão Sul-Americana (DSA), mas também busca fortalecer e visibilizar ministérios históricos na Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) pelo mundo.

Mulheres convertidas ao adventismo do sétimo dia têm fundamental importância para o que a denominação é hoje, indo além dos feitos de Ellen G. White. Paralelamente à fundação da igreja, entre os anos de 1863 e 1865, Hannah More plantava igrejas na costa da África Ocidental, mesmo sem credenciais e licenças pastorais. 

O que leva à nossa comemoração atual é o controverso ano da primeira licença ministerial emitida para uma pastora na IASD. As primeiras histórias trazem Sarah A. Hallock Lindsey, a primeira pastora registrada, como tendo sido licenciada pela primeira vez em 1872 como ministra; mas posteriormente foi descoberto que a pastora Sarah recebeu sua primeira licença em 1868-1869, em reconhecimento à sua atividade como evangelista adventista na Pensilvânia e Nova York, pregando também com seu marido John Lindsey.

Outra razão para festejarmos essa data é que, diferentemente do que muitos pensam, a IASD resolveu em 1881 que as mulheres podem ser ordenadas pastoras. Infelizmente essa decisão nunca foi amplamente implantada, sendo Ellen G. White por muitos anos a única mulher a receber credencial ministerial. Atualmente, ao menos 5 Uniões têm a prática de reconhecer tais mulheres em seu território, em harmonia com seu Regulamento Eclesiastico-Administrativo.

Celebramos poder olhar para a IASD de Sligo como um exemplo de valorização do ministério realizado por mulheres, sendo pioneira na ordenação de mulheres ao ministério pastoral em 1995, a partir da mobilização da membresia local.

Com júbilos vimos em 2022 a pastora adventista ordenada Therezinha Barbalho, brasileira, pregando na Nova Semente, uma congregação adventista no Brasil. Alegramo-nos ao ver também a preceptora do UNASP-EC, pastora Márcia Bispo, sendo ordenada anciã, numa possível prática de licença ministerial. Regozijamo-nos quando vimos um membro gritar “nossa pastora” quando se referem a Aqueldan Feldberg, em uma apresentação pastoral em sua comunidade.

Convidamos você a comemorar a existência de todas as pastoras, sejam elas ministras licenciadas, comissionadas e ordenadas, atuando nas igrejas locais, distritos, administração, capelanias escolares ou hospitalares, como professoras, evangelistas, plantadoras de igreja, missionárias ou teólogas e pastoras sem um chamado institucional. O dom do Espírito, conforme a crença adventista, é distribuído sem distinção de gênero. Que Deus abençoe todas as pastoras.

Feliz dia da apreciação pastoral.