Na ausência de uma “teologia adventista da música”, pastores e líderes da instituição elaboram prescrições estéticas com base em suas ideologias, que rebaixam a cultura negra e sufocam manifestações políticas de esquerda


“Roda de samba no Rio de Janeiro”, 1946 (Foto: Thomaz Farkas).

O assunto da música no adventismo, instigado, vez outra, por incontáveis polêmicas, ajudou a construir um “ídolo oco”, perante o qual se prostram seus penitentes. Este ídolo, como qualquer outro, é habilidosamente sustentado por mãos humanas, e chegou a punir, em nome de Deus, tantos quantos se revoltaram contra suas imposições. Deixando de lado as metáforas, com o passar dos anos, a música na Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) travestiu-se de uma verdade que não existe, em nome de uma autoridade que não se justifica, a fim de promover e idealizar uma estética musical emaranhada de ideologias e preconceitos.

Basicamente, quando pretende falar de música, o adventismo se depara com uma dificuldade que não se restringe à sua denominação: ele precisa admitir que não existe uma “teologia adventista da música”; e qualquer movimento neste sentido não possui força de autoridade bíblica, mas de imposição administrativa. Infelizmente, ele também precisa admitir que tal imposição não é “neutra”, e normalmente agrega ideologias problemáticas à igreja e à sociedade. 

No que diz respeito ao samba, essa ideia torna-se ainda mais palpável. O adventismo no Brasil, em seu periódico oficial, é incapaz de apresentar argumentos consistentes contra os estilos de música que os documentos oficiais da IASD condenam. O samba, especificamente, é a prova de que a pejoração e o preconceito precedem a teologia. Como não há base bíblica para uma teologia da música no adventismo, confere-se lugar, principalmente, às ideologias racistas que demonizam a cultura negra, considerando-a inferior à hinologia europeia.

Paralelo a isso, há evidências de que o samba também represente uma “ameaça” ao adventismo devido à sua relação com manifestações de “rebeldia”, análogas aos movimentos revolucionários de esquerda. Em outras palavras, o discurso denominacional sugere que a adoração não pode expressar sentimentos revolucionários devido à associação desta motivação à militância comunista, especificamente. E, dessa forma, o ídolo não apenas sufoca a expressão cultural brasileira, mas a proíbe de se rebelar contra a sua autoridade.

O som do silêncio

Um assunto negligenciado nas discussões eclesiásticas a respeito da música, no contexto adventista, é a completa ausência de uma teologia que a sustente como prática e estética. Em outras palavras, é possível afirmar com segurança que não existe uma “teologia adventista da música”; e, por natural consequência, não deveria ser recomendado a qualquer instância defender costumes que aleguem para si “base bíblica”, ou “princípios bíblicos”, úteis para uma práxis musical.

Por outro lado, tanto se defendeu a respeito da distinção entre a boa e a má música – a sacra e a secular – que a ideia de uma teologia sobre o assunto tomou para si o status do incontestável, ainda que inexistente. Isto é, quando assumem preferências estéticas em nome da Bíblia ou da teologia adventista, pastores e líderes recorrem a um fantasma útil para assombrar uma membresia desinformada para que obedeça às suas predileções.

No entanto, a ausência de uma teologia adventista da música é praticamente consenso, mesmo entre os teólogos conservadores da instituição. Para citar alguns exemplos: Daniel Oscar Plenc1, docente na Universidade Adventista Del Plata, assume que “o tratamento da música cristã na teologia adventista se limita, basicamente, mais a questões e práticas do que ao desenvolvimento de um critério teológico para o Ministério da Música.” Wolfgang Hans Martin Stefani2, admite que, “nas Escrituras, princípios e preceitos específicos relativos à música são difíceis de se encontrar. Nenhum escritor bíblico apresenta uma filosofia sistemática da música sacra.” Lilianne Doukhan3, docente na Universidade Andrews, entende que “a Bíblia não nos oferece instruções diretas sobre como usar a música. Ao contrário do tratamento dos temas de amor e fé, não há um capítulo específico que forneça a definição de música sacra ou instruções claras sobre estilos de música a serem usados ou não.”

Porém, mesmo para o leigo adventista, não é necessário recorrer aos acadêmicos citados para assumir essa conclusão. A não existência de uma teologia adventista da música é evidente no material doutrinário básico da instituição. Isto é, fora menções esparsas, o assunto nunca é sistematizado: o Nisto Cremos4, compilado das 28 principais doutrinas adventistas, por exemplo, sugere algum direcionamento específico para a condenação do Jazz, do Rock e de “formas híbridas” musicais – seja lá o que isso signifique – com base em um direcionamento do Manual da Igreja5. Além dessa diretriz, ele oferece poucos parágrafos sobre o tema e um embasamento bíblico quase nulo.

De forma ligeiramente semelhante, o Tratado de Teologia Adventista6 não apresenta qualquer esforço para sistematizar o assunto da música de uma perspectiva bíblico-teológica. Ele apresenta, vez ou outra, comentários de Ellen G. White para sugerir discernimentos entre músicas “benéficas” e “maléficas”, somados a textos bíblicos genéricos. Mesmo nessas ocasiões, a elaboração não pretende sugerir uma teologia adventista da música. Naturalmente, o fato de um tratado teológico não apresentar um tópico específico sobre o tema já deveria apontar a ausência dessa perspectiva. 

Assim, a doutrina da IASD, em suma, perpassa raramente o conteúdo da música; e quando o faz, elabora seus argumentos de maneira simplificada, genérica e despretensiosa. É comum que classifiquem a boa música como “pura”, “nobre”, “edificante”, “sublime”, entre outros adjetivos que estão à mercê de interpretações ideológicas ou culturais. No máximo, para afirmar autoridade sobre o assunto, citam-se textos selecionados de Ellen G. White, como a publicação do livro Música: sua influência na vida do cristão7. Na ausência de argumentos bíblicos ou teológicos, recorrem ao Espírito de Profecia, que tampouco apresenta um pensamento sistematizado sobre o tema.

Abordagem muito semelhante ao material doutrinário é encontrada nos documentos oficiais da igreja. O padrão é o mesmo: ausência de uma teologia adventista da música; menções genéricas de textos bíblicos; e recorrência ao Espírito de Profecia. Devido ao seu caráter instrutivo, tais documentos acrescentam diretrizes específicas para a prática eclesiástica – ainda que não exista, como sabemos, uma “base bíblica” para tais exigências.

O documento Declarações da Igreja8, compêndio com posicionamentos da IASD sobre questões socialmente relevantes, possui uma seção dedicada à “Filosofia adventista com relação à música”. Trata-se, de fato, da tentativa de introduzir uma “filosofia”, pois o texto não possui elementos suficientes para uma teologia, ainda que afirme a existência de uma “teologia bíblica” ou “valores bíblicos” sobre o assunto. O documento apenas apela a citações de Ellen G. White e a textos-prova genéricos a fim de elaborar um conjunto de práticas à música adventista. 

De forma análoga, o documento intitulado “Orientações com relação à música para a Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul” (Voto 2005-116, 2005) também não apresenta qualquer referência a uma teologia bíblica sobre a música. Ele se utiliza de uma lista razoavelmente extensa de textos de Ellen G. White e, vez ou outra, menciona um texto bíblico capaz de sintetizar algum pensamento indireto sobre o assunto. Em ambos os casos citados, o objetivo principal é direcionar a membresia, o que justifica sua abordagem prescritiva. 

É por isso que, para iniciar qualquer discussão sobre estética musical adventista, é urgente admitir a ausência de uma teologia que a sustente. O que existe, em verdade, são esforços exegéticos individuais, que sugerem alguma leitura do texto bíblico, a fim de que este ofereça critérios à utilização da música na liturgia. Nenhuma dessas tentativas, naturalmente, tem a autoridade doutrinária; elas correspondem a iniciativas e opiniões pessoais. 

No máximo, como exemplificam alguns dos acadêmicos citados, o assunto da música irá partir de uma doutrina já sistematizada para, então, tornar mais “teológico” o tema da música – como é realizado no contexto católico. Fora isso, qualquer menção a uma teologia adventista da música é imaginária ou ideológica, e reflete desconhecimento básico do assunto na própria instituição. Qualquer referência à autoridade bíblica sobre música é, na verdade, reverência a um ídolo oco. 

Adoração e ideologia

Naturalmente, essa dificuldade não é exclusiva do adventismo. Trata-se de uma limitação reconhecida na teologia em geral. Como é evidente, a Bíblia não confere possibilidade para tais prescrições; e o silêncio impossibilita (ou deveria impossibilitar) que seus leitores fossem categóricos sobre o assunto. No entanto, na falta de um argumento bíblico-teológico sobre o tema, os adventistas costumam recorrer a, pelo menos, duas estratégias para afirmar sua autoridade: recorrem aos documentos oficiais da igreja ou à ideologia institucional vigente.

Sobre a primeira: dada a importância de um documento votado pela IASD, a liderança encontra refúgio em suas decisões administrativas. Trata-se de um refúgio seguro, pois não há necessidade de argumentar bíblica ou teologicamente sobre o tema: basta impor, de cima para baixo, a decisão oficial dos superiores aos seus membros. Tais documentos – como o Declarações da Igreja, ou o Manual da Igreja –, por sua vez, costumam invocar a autoridade de Ellen G. White como voz profética, interpretando suas afirmações de forma literalizante para, então, realizar prescrições sobre a estética musical adventista. 

Exemplos clássicos desse tipo de refúgio argumentativo são encontrados, por exemplo, nas falas do Pr. Michelson Borges, editor da Casa Publicadora Brasileira (CPB), e do Pr. Eleazar Domini, pastor de duas igrejas brasileiras nos EUA, em um contexto de polêmica sobre estética musical adventista. Em ambos os casos, quase nula atenção é conferida ao texto bíblico;9 os pastores enfatizam principalmente a autoridade do Manual da Igreja, quando não recorrem às Declarações da Igreja e ao voto da Divisão Sul-Americana (DSA). Além disso, o discurso agrega, com frequência, citações de Ellen G. White, e é requintado por testemunhos pessoais, frases de efeito, entre outros apelos emocionais.

Argumento semelhante foi, atualmente, publicado na Revista Adventista de fevereiro deste ano. Carlos A. Steger10, ex-diretor da Asociación Casa Editora Sudamericana (ACES), escreveu o artigo de capa da edição, intitulado “Cante com os anjos: Princípios bíblicos para música na adoração”. Embora pretensioso em seu subtítulo, o artigo também não apresenta qualquer sistematização bíblico-teológica sobre o assunto – a não ser a insistência em alguns textos de Isaías. No geral, o texto cita um documento oficial da igreja e, em seguida, afoga o leitor em citações do Espírito de Profecia. Como diferencial, ele recorre a um conjunto de acadêmicos para reforçar a distinção entre sagrado e profano na música adventista; mas como de costume, não é capaz de partir da autoridade bíblica e, portanto, apela a fontes da tradição adventista.

Essa prática não é a mais preocupante, já que, historicamente, é natural às igrejas protestantes se refugiarem na tradição de suas instituições por falta de um argumento bíblico consistente. O problema é quando a liderança et caterva recorre às suas próprias elucubrações e, assim, à segunda estratégia mencionada para afirmar sua autoridade: a ideologia institucional vigente. E, nesse sentido estrito, somos obrigados a concordar com o Pr. Eleazar Domini quando afirma que “as pessoas têm introduzido suas próprias ideologias nas questões relacionadas à adoração.” Essa reflexão não é apenas verdadeira, como é habilidosamente colocada em prática em suas considerações ideológicas sobre o samba. 

Em outras palavras, na falta de um argumento bíblico-teológico e do apelo aos documentos oficiais, prevalece no discurso sobre estética musical adventista a ideologia vigente no âmbito das lideranças eclesiásticas. Esse fenômeno não se restringe ao adventismo, mas é próprio da cultura católica romana, como afirma Miriam Therese Winter11, do contexto de sua própria comunidade de fé:

Atualmente, a prática da música é regulamentada não por critérios teológicos claros originados de uma teologia da música na igreja, mas por normas de natureza externa guiadas, até certo ponto, por princípios diferentes da teologia litúrgica. […] se não há uma teologia de música claramente articulada, como alguém saberá quando os critérios para avaliação, sejam eles de caráter musical, litúrgico ou pastoral, estão abertos para o presente ou inconscientemente condicionados pelo preconceito do passado?

Vale mencionar, neste ponto, que o “passado”, no discurso adventista sobre a música, é um cenário quase edênico. Não são poucos os que idolatram a hinologia adventista dos pioneiros e interpretam as manifestações musicais mais recentes como “deturpações” ou “degenerações” de um passado glorioso. Por isso, é justamente ao passado que o discurso oficial adventista remonta quando precisa fortalecer suas considerações ideológicas sobre a estética musical. 

Como já esclarecemos que não existe uma teologia adventista da música, e que a autoridade da igreja se restringe às decisões oficiais, as duas últimas partes deste artigo dissertam rapidamente sobre dois tipos de preferências ideológicas antigas, mas ainda vigentes na liderança adventista: a interpretação racista e eurocêntrica da música e o viés político-reacionário de caça aos comunistas. Para restringir a reflexão, vamos tentar concentrar as observações no âmbito da música negra e, em especial, do samba.

O samba e a profanação negra nas américas

Para o leitor atento, é evidente que a literatura adventista sobre música costuma insistir na dicotomia entre o “sagrado” e o “profano”. No editorial da Revista Adventista de fevereiro, por exemplo, Marcos de Benedicto12 se utiliza da narrativa de Nadabe e Abiú para sugerir que a confusão de tais categorias pode instigar a ira divina; e por isso, a música adventista não deve agregar “fogo estranho”. A dificuldade dessa distinção, naturalmente, encontra-se nas definições genéricas e imprecisas aplicadas ao que é “sacro” e ao que é “secular” – conferindo espaço, como argumentamos, para uma variedade de ideologias acariciadas pela liderança adventista, já que faltam critérios bíblico-teológicos para esclarecer o assunto.

No que diz respeito ao samba, por exemplo, entre os adventistas brasileiros, as opiniões do passado eram alegadamente consensuais – porque não se publicavam outras. Mesmo com a ausência de uma teologia sistematizada sobre a música, o periódico oficial da igreja mencionava o samba abertamente, desde 1943,13 como “mundano”, “de baixa qualidade”, “ruim”, “duvidoso”, “corrupto”, “caipira”, “pagão”, “frívolo”, “profano” entre outros adjetivos preconceituosos. Esse discurso abertamente pejorativo não prevalece no periódico, e praticamente morre com a chegada do segundo milênio.

No entanto, o samba ainda permanece como referência negativa na Revista Adventista. Quando mencionado, é um dos elementos que compõem um “cenário de perdição”; ou seja, é uma característica de personagens ou pessoas que viviam fora da igreja, perdidas no mundo. Antes de sua conversão, por exemplo, Carla Peixoto14 desfilava como passista em uma escola de samba; Wilson Romanelli15 havia fundado um grupo de samba antes de seu batismo; e Corina de Oliveira Pereira16 desfilava como porta-bandeira em uma escola de samba até decidir pela igreja adventista. 

Mas o quadro associativo pode piorar: o samba também foi mencionado na Revista Adventista em paralelo a situações que exemplificavam decadência moral e religiosa. Em outras palavras, ele era associado ao contexto do carnaval – amplamente demonizado pelo adventismo –, e ocorria em paralelo a vícios como o alcoolismo e as drogas, assim como associado à criminalidade.17 Provavelmente, por conta de tais relações, o samba é interpretado, às vezes, como uma ferramenta ou “isca” para o evangelismo,18 já que ilustra um contexto em que as pessoas estão definitivamente perdidas.

Fonte: Revista Adventista, nov., 1988.

Ainda que o foco desses exemplos seja o samba, é importante mencionar que ele era costumeiramente agregado à tríade “samba, jazz e rock”19 – às vezes, com eventual espaço conferido ao tango e à valsa. Mas os três representam os “ritmos profanos” do adventismo brasileiro, contra os quais se digladiava a Revista Adventista. E é justamente por conta da eleição nominal de tais estilos que a ideologia adventista sobre o samba, no passado e no presente, pode ser reconhecida desde suas raízes! Explicando: por eleger precisamente o samba, o jazz e o rock como arqui-inimigos desde o início, e sem qualquer base bíblica, os adventistas declaravam, nas entrelinhas, que sua “teologia bíblica”, na verdade, estava mergulhada em concepções racistas e eurocêntricas.

Essa perspectiva fica evidente em um material elaborado por Dario Pires de Araújo20, violonista e hinólogo adventista, intitulado Música, Adventismo e Eternidade. O autor não apenas expõe esse viés, mas apresenta uma narrativa intrincada sobre o desenvolvimento da música adventista a partir do contexto protestante inglês e estadunidense. A mesma abordagem foi também publicada em formato de apostila para a Faculdade Adventista de Teologia, em 1968, com o título Música Religiosa e Música de Nossa Igreja.21

Em resumo, para Dario Pires de Araújo, a igreja teria passado da Filadélfia para Laodicéia: “um processo estudado pelo inimigo para desvirtuar tudo e obscurecer o discernimento.”22 Como parece evidente, sua interpretação tem como premissa a ideia de que a música atravessou um processo de decadência estilística e moral. O autor considera que a música sacra tem seu nascedouro no contexto inglês do século 17, com o reavivamento missionário protestante. Nos termos do autor, eles chegam nos EUA cantando “seus Salmos puritanos em louvor a Deus, agradecidos pela liberdade! Imaginem os anjos se unindo a eles em seus cânticos, como fizeram com Adão e Eva no Éden.”23 Dessa perspectiva, Araújo delimita, já no início do livro, uma divisão histórica para o que considera como “sacro” e “profano” na música adventista: sacro é o que chegou às Américas dos ingleses; e profano é o que se desenvolveu daí em diante.

A música profana surge, portanto, por ocasião de uma “mistura”, da qual o primeiro exemplo cristão seriam os Shakers. A partir disso, Araújo associa o problema da música à dança, ou à “bagunça”, e chega a relacioná-la a possessões e outras possíveis experiências sobrenaturais do contexto africano. Ele relembra o leitor que “a escravatura era uma realidade ampla […] o negro aparecerá junto ao branco nas reuniões campais reavivamentistas”24; e, portanto, sugere que a experiência religiosa negra teria sido a principal influência satânica nos cultos evangélicos como estopim para a proliferação da música profana.

Dessa maneira, com o tempo, em solo estadunidense, a música sacra europeia teria se hibridizado com a cultura musical negra, conferindo ocasião a uma diversidade de estilos profanos. O autor argumenta que a primeira e principal influência ocorreu com os “negro spirituals”. A partir de então, o gênero “evoluiu”, dando origem a outros ainda mais influentes, como o Jazz, o Rock, o Blues, entre outros: para ele, “tudo estava no esquema bem sucedido de Satanás para arrastar milhões à destruição.”25

O que ocorreu no contexto dos EUA, por conseguinte, é fatalmente replicado na América do Sul: “No Brasil, o trabalho dos adventistas começou entre os alemães. Por esta razão, os primeiros conversos cantavam em alemão. Usavam o hinário Zions Lieder” e, portanto, expressavam uma forma superior de adoração. Enquanto concentrada no contexto alemão, a liturgia adventista estava salva das influências perniciosas de Satanás. No entanto, nas palavras do autor, “um problema começou a surgir quando os brasileiros começaram a se converter…”26, já que não possuíam o que cantar, e seriam facilmente influenciados pelo ritmo negro.

Em todos os hinos e hinários que a nossa igreja usou, podem ser observadas duas correntes nítidas de origens distintas: uma europeia, mais sóbria, mais quadrada, mais pesada, sem influências do Novo Mundo, e a outra americana, mais variada, mostrando influências mais livres da época do nascimento da nossa igreja, como já tivemos oportunidade de mencionar.”27

Em termos mais objetivos, a vulgarização da música sacra adventista ocorre no Brasil por culpa dos próprios brasileiros e sua cultura popular, vastamente representada pelo samba e outros estilos musicais “africanizados” – oriundos do negro spiritual. Por isso, Dario Pires de Araújo declara, literalmente, guerra contra o que considera “popular” na música adventista. Esse termo, evidentemente, em seu livreto, diz respeito às influências culturais africanas, que no contexto estadunidense se expressou como Jazz, Rock e Blues, e no brasileiro como samba, entre outros ritmos. 

Quanto aos ‘negro spirituals’, por suas origens e seus elementos que estudamos, sendo música folclórica, não sendo cânticos de fé, tendo nascido de um ‘cristianismo’ defeituoso, sendo contaminados com o elemento ‘hot’ no qual o samba, a marujada, o frevo, a macumba, o candomblé, o ‘jazz’ e todas as danças afro-americanas deitam suas raízes, não podem ser nem devem de maneira alguma ser utilizados em nossos cultos.”28

Fica evidente, portanto, a sugestão do discurso adventista quando afirma que o samba é um ritmo “mundano”, impróprio à congregação e ao louvor. Sem um critério bíblico-teológico, essa alegação abre espaço a narrativas semelhantes à de Araújo que, provavelmente, foi repetida nos seminários adventistas de sua época. Essa perspectiva, por exemplo, levou o Pr. Eleazar Domini a afirmar (talvez desinformado das bases ideológicas de seu posicionamento) que o “samba não é um estilo musical que um cristão deve adotar”; e que algumas músicas não têm a sua origem no cristianismo por apresentarem traços de “sincretismo religioso”.

O samba e o espírito comunista

A depreciação do samba, do jazz e do rock entre os adventistas não se restringia apenas à agitação de seus ritmos ou aos movimentos corporais associados a eles: é possível afirmar, com certas limitações, que o preconceito também se expressava por questões políticas. Em outros termos, o fato de tais estilos evocarem sentimentos subversivos ou revolucionários possivelmente conduzia a liderança à abominação de seu uso nas igrejas, quando não proibia tais gêneros aos jovens. 

Alguns exemplos devem evidenciar melhor essa perspectiva: na edição de abril de 1977 da Revista Adventista, H. Lloyd Leno29, em artigo intitulado “Música: seus efeitos sobre o homem (parte 3): Influência sobre a mente – conclusão”, o autor problematiza o uso do rock devido à associação da música com movimentos de esquerda. Leno entende que esse estilo é utilizado “para promover o espírito de anarquia e revolução na América [EUA]”. Para ele, tanto a “qualidade de som” quanto seus “versos líricos” eram compostos para alcançar esse objetivo. 

Para fortalecer o argumento, e caracterizar o rock como um movimento de motivações políticas, o autor afirma que o grupo Country Joe and the Fish foi conhecido, na época, por ter auxiliado aos Panteras Negras e aos Students for a Democratic Society (SDS; em português, “Estudantes por uma Sociedade Democrática”) – ambos representantes da esquerda política estadunidense. Ele cita Jerry Rubin, um dos ícones da contracultura dos EUA entre 1960-1970, com o intuito de associar o rock ao estilo de vida hippie: “Fundimos a nova política esquerdista com o estilo de vida psicodélico. Nosso estilo de vida – LSD, cabelos compridos, roupas extravagantes, maconha, música rock, sexo – é a revolução.”

Além disso, a edição de outubro da Revista Adventista de 1979 publicou um artigo inteiro dedicado a essa associação, intitulado “Uso comunista da música”.30 O texto, da autoria de Melvin Munn, basicamente argumenta que o estilo de música, proveniente do contexto africano, é utilizado por comunistas como uma estratégia conspiratória para a revolução. Nas palavras de Munn, “hoje, os ‘vermelhos’ pretendem que nós mesmos destruamos nossa música e nossa sociedade, apenas com a ajuda inteligente da parte deles”.

Ele propõe que, desde os bolcheviques, na Rússia, com a liderança de Vladimir Ilyich Ulianov (mais conhecido como Lênin), a música era utilizada como instrumento de controle e alienação dos mais jovens. Ele cita, por exemplo, Sidney Finkelstein, o “porta-voz cultural dos comunistas nos Estados Unidos”, que, segundo o autor, referia-se à música africana como o “verdadeiro epítome da música popular”. Em sua concepção, o público americano, e os adolescentes em particular, eram alvo “de um plano musical inteligente engenhosamente concebido pelos comunistas.”

Fonte: Revista Adventista, out., 1979.

O plano dos comunistas, segundo Munn, se aplicava em contextos específicos: as escolas superiores, isto é, nos ambientes de proliferação do pensamento crítico e acadêmico. Neles, os “vermelhos” possuíam espaço estratégico para alcançar os estudantes, a fim de produzir “diferentes graus de neurose artificial” e prepará-los para a “agitação de uma revolução”. Isto é, através da música, os comunistas pretendiam “destruir nossa forma americana de governo e os princípios básicos cristãos que governam nosso modo de vida”.

A música criticada em particular, no artigo, é o “Rock’n’Roll”, ou o que denomina de “música beat”. Esse tipo de música atingiria o nível visceral de seus ouvintes, causando tumultos e diferentes efeitos colaterais nos mais jovens. Ao citar a revista Times, Munn afirma, corretamente, que tal estilo é proveniente do “Sul dos EUA”. E acrescenta que, em sua época, a música era utilizada para “incitar guerreiros a um tal frenesi, que ao cair da noite os vizinhos eram comidos em panelas canibais”. Dentro dessa lógica, “esta música é tão somente parte do esquema diabólico dos comunistas para fazer os humanos retornarem à selvageria”.

Evidentemente, os exemplos acima citam o rock de forma particular; e o segundo exemplo chega a contemplar o estilo de música proveniente da população negra dos EUA. Mesmo assim, é necessário entender essa leitura pejorativa de uma perspectiva preconceituosa mais ampla, como exemplifica com clareza Dario Pereira de Araújo em Música Religiosa e Música de Nossa Igreja.31

Como já explicamos, o autor entende que a música sacra, proveniente de missionários ingleses, foi pervertida pelos ritmos populares africanos nos EUA. Ele cita especificamente os negro spirituals para identificar a “essência” da qual surgiriam gêneros como o jazz, o rock e o samba. Para o autor, um dos fatores que descaracterizava tais ritmos como hinos religiosos era o caráter de “revolta” e “rebeldia”. Lidos do contexto de escravidão, esses estilos, grosso modo, expressavam sentimentos de revolução e violência, e, por isso, não deveriam ser utilizados como modelos para a elaboração de hinos.

Araújo constrói seu argumento, basicamente, citando diversos trechos do teólogo sistemático Joseph R. Washington Jr., que entendia a situação da seguinte maneira: 

Os ‘negro spirituals’ jazem fora da fé cristã precisamente porque eram expressões de fervor religioso mesmo, relacionados a situações de luta que terminaram em 1890 […] Como uma expressão de religião, em vez de fé, alguns ‘negro spirituals’ eram cânticos de protesto, numa forma aceitável e tenuamente camuflada, contra as condições desta vida. Como tal eram cânticos de desafio, revolta e desabafo […] Na era atual, quando campeiam protestos em massa os negros têm retornado aos ‘spirituals’, não como cântico de fé, mas como fontes de apoio excitante.”

Vale mencionar, de forma superficial, apenas a nível de exemplo, que o samba, no Brasil, apresentava características semelhantes. Ele também foi interpretado como manifestações de protesto – tipicamente da esquerda – como as canções de Aldir Blanc, João Bosco, Gonzaguinha etc. Portanto, ao argumentar que a hinologia adventista não deveria expressar tons de revolução ou rebeldia, Dario Pires de Araújo, entre outros, deslegitimavam o rock, o samba e qualquer outro estilo musical que possuísse traços de resistência política como expressões de louvor a Deus. 

Por incrível que pareça, é provável que a inimizade da liderança adventista contra os “estilos populares” tenha uma manifestação política militante, e não apenas ideológica. Como já foi demonstrado na revista Zelota, a liderança adventista nutre – como evidenciam documentos desde 1980 – profundas convicções anticomunistas; um sentimento que se manifesta até hoje nas instâncias administrativas. E, aqui, sugerimos que há a possibilidade de uma militância de extrema direita velada – passível de ser investigada no futuro –, principalmente por conta da atuação do Pr. Gerson Pires de Araújo no período da ditadura civil militar brasileira. 

No dia 7 de setembro de 1976, época em que Ernesto Geisel era presidente do Brasil – o quarto desde a instauração da ditadura –, os meios de comunicação informaram que o coral de adolescentes do IAE-SP deveria realizar uma apresentação musical ao presidente. A Revista Adventista trouxe, na época, a manchete “Coral de Adolescentes canta para o Presidente”. Entre os responsáveis pela apresentação estava o Pr. Gerson Pires de Araújo, irmão de Dario Pires de Araújo – o principal precursor das “influências africanas” como responsáveis pela profanação da música sacra.

De uma forma ou de outra, é possível inferir que as preferências ideológicas de Dario Pires de Araújo permeavam a organização musical do adventismo brasileiro, principalmente se dele retiramos pressupostos para uma ideologia política antimarxista. Em conversa com a Zelota, Gerson Pires de Araújo compartilhou algumas de suas perspectivas pessoais a respeito dos benefícios da ditadura militar, ainda que negasse inteira concordância com o governo de Geisel. Na conversa, por exemplo, ele chegou a mencionar os assassinatos como “sacrifícios” da ditadura, e lembrou desse período de maneira saudosa, como época de “grande desenvolvimento”.

É provável que existam mais evidências de que o antagonismo adventista contra o samba (o rock, o jazz e afins) possuísse um viés político-ideológico de extrema direita. Devido ao histórico das ideias reacionárias que rondavam – e ainda rondam – a liderança adventista brasileira, essa possibilidade não é irreal. Ainda assim, dentro de um quadro mais amplo, seria sensato afirmar apenas que tal perspectiva atua em segundo plano quando o assunto é música popular; mas ainda existe, de fato, muito espaço para essa discussão.

Saudades da pátria

No contexto de recentes polêmicas adventistas sobre o uso de estilos musicais para adoração, alguns pastores recorreram ao Salmo 137, “Saudades da pátria”, para insistir na clássica dicotomia sagrado vs. profano. Afirmam, basicamente, que as “músicas de Sião” não podem ser tocadas em Babilônia; e, portanto, as expressões musicais mundanas não possuem espaço no ambiente da igreja.

O salmo 137.1-9, no entanto, fala de um povo que, cativo em “terra estranha”, desistiu de entoar os hinos saudosos de sua pátria. Na impossibilidade de louvar a Deus, eles penduraram suas harpas nos salgueiros (v. 2), desistiram. O texto sugere que os opressores – ironicamente – exigiam que fossem alegres (v. 3)! Mas em terra estranha, longe de casa, da sua história, cultura e religião, não fazia sentido entoar qualquer hino. As canções de Sião não podiam ser entoadas em Babilônia, porque ela retirou do povo o motivo de seu regozijo. Como poderiam cantar sobre a alegria de Sião, sobre a terra prometida, enquanto cativos? 

Esse salmo nos ajuda a refletir sobre o contexto atual: os adventistas brasileiros, por imposição administrativa, por preferência ao estilo “sacro” estrangeiro, são virtualmente proibidos de entoar as canções de seu povo! A sua cultura, o seu ritmo e a sua forma de alegria são demonizados. Muitos, por desistência, “penduraram os seus pandeiros”, e desistiram de louvar a Deus à sua maneira. Afinal, como poderiam expressar contentamento sem os seus instrumentos de festa? 

Atualmente, muitos são os músicos que se curvaram ao ídolo babilônico, oco, feito de barro, por mera resignação; ainda que “às margens dos rios da Babilônia” chorem com saudade de sua terra natal, de seu povo, de sua origem. Tais músicos devem ler o salmo 137 até o final, pois o que é introduzido como lamentação (v. 1-4) se transforma em grito de guerra! O salmista não poupa maldições aos babilônios, e no auge de sua raiva, após rogar a Deus por vingança (v. 7), ele se expressa com extrema violência; e finaliza o salmo de maneira sanguinária: 

Filha da Babilônia, que hás de ser destruída, feliz aquele que te der o pago do mal que nos fizestes. Feliz aquele que pegar teus filhos e esmagá-los contra a pedra” (v. 8 e 9).

O Comentário Bíblico Adventista32 explica que, nessa expressão, o salmista está desejando ao seus inimigos o que costumava ser aplicado, por estes, em forma de tortura (ver 2Rs 8.12; Is 13.16; Os 10.14). Em outras palavras, em seu louvor a Deus, o salmista deseja que as crianças de Babilônia sejam, literalmente, esmagadas contra as pedras – tamanha a sua raiva! Esse tipo de salmo, mesmo inscrito na Bíblia, seria proibido na hinologia adventista, que considera pecaminosa a expressão de sentimentos demasiadamente “rebeldes” ou “revolucionários”; sentimentos que expressam desejo por libertação das estruturas de morte; sentimentos que instigam os sofredores contra aqueles que os oprimem. 

Nesse contexto, o adventismo brasileiro não precisa do samba apenas como expressão de louvor, como respeito à cultura latino-americana; ele precisa do samba como ato de resistência às ideologias racistas – mascaradas de piedade religiosa –, que minaram a expressão de alegria do seu povo em nome de um ídolo sustentado por mãos humanas, sem o auxílio das Escrituras. 

Apesar das estruturas rígidas de Babilônia, entretanto, é possível escutar, de longe, a voz daqueles que se rebelam contra as injustiças impostas à música do povo brasileiro nas congregações cristãs; como é o caso do adventista Jônathas Sant’Ana (Luz), em seu recente single “Cabelo Bom”: 

Notas:

1. PLENC, Daniel O. Música na igreja: aspectos teológicos, critérios e orientações. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2018, p. 9.

2. STEFANI, Wolfgang H. M. Música sacra, cultura e adoração. 3. ed. Engenheiro Coelho: Unaspress, 2006, p. 14.

3. DOUKHAN, Lilianne. In Tune with God. Review and Herald Publishing Association, 2010, p. 83.

4. IASD. Nisto Cremos: As 28 crenças fundamentais da igreja adventista do sétimo dia. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2017.

5. IASD. Manual da Igreja. 20a edição. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2008.

6. DEDEREN, Raoul (Ed.). Tratado Adventista de Teologia. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2011. O tratado cita o termo “música” pelo menos 27 vezes. Em nenhuma dessas ocasiões há uma tentativa teológica sistemática a respeito.

7. WHITE, Ellen G. Música: sua influência na vida do cristão. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2005.

8. IASD. Declarações da Igreja: Aborto, assédio sexual, homossexualismo, clonagem, ecumenismo e outros temas atuais. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2012, p. 272-275.

9. São citados o Salmo 137, 2 Coríntios 10.23, 24 e 33, Filipenses 4.8 e 2 Crônicas 5.12-13, textos que não dizem respeito ao assunto.

10. STEGER, Carlos A. Cante com os anjos. Revista Adventista, fev., 2022.

11. WINTER, Miriam T. Why sing? Toward a Theology of Catholic Church Music. Washington: Pastoral Press, 1984, p. 195 e 239, citado por STEFANI, Wolfgang H. M. Música sacra, cultura e adoração. 3. ed. Engenheiro Coelho: Unaspress, 2006, p. 15.

12. BENEDICTO, Marcos de. Sons do templo. Revista Adventista, fev., 2022, p. 2.

13. REVISTA ADVENTISTA. Nossas reuniões sociais. Revista Adventista, mai., 1943, p. 2; Revista Adventista, nov., 1946, p. 5; REVISTA ADVENTISTA. A música de nossos hinos. Revista Adventista, nov., 1950, p. 5; REVISTA ADVENTISTA. Caixa de perguntas. Revista Adventista, mai., 1956, p. 27; REVISTA ADVENTISTA. Gravar músicas de dança. Revista Adventista, out., 1960, p. 34; EBINGER, G. F. De que fonte estás bebendo? Revista Adventista, mar., 1963, p. 13; OLIVEIRA, Jorge M. De. Melodia, ritmo e harmonia. Revista Adventista, jun., 1994, p. 11.

14. REVISTA ADVENTISTA. Nova data. Revista Adventista, set., 2014, p. 31.

15. REVISTA ADVENTISTA. Igrejas de expressão portuguesa evangelizam. Revista Adventista, fev., 1998, p. 21.

16. MIGUEL, Padre. Ex-porta-bandeira de samba empunha bandeira de Cristo. Revista Adventista, nov., 1988, p. 33.

17. SILVA, Guilherme. Frutos entre espinhos. Revista Adventista, jan., 2003, p. 27; REVISTA ADVENTISTA. Teoria em ação. Revista Adventista, jun., 2002, p. 28; REVISTA ADVENTISTA. Igreja jovem em Manaus. Revista Adventista, abr., 2000, p. 26.

18. Veja CRUZ, Dioi. Entrevista: Sonho missionário. Revista Adventista, dez., 2008, p. 7; REVISTA ADVENTISTA. Impacto nacional. Revista Adventista, mai., 2013, p. 23.

19. Veja OLIVEIRA, Jorge M. De. Melodia, ritmo e harmonia. Revista Adventista, jun., 1994, p. 11; LENO, H. Lloyd. Música: seus efeitos sobre o homem (parte 3): Influência sobre a mente – conclusão. Revista Adventista, abr., 1977, p. 41; Revista Adventista, fev., 1989, p. 43; EBINGER, G. F. De que fonte estás bebendo? Revista Adventista, mar., 1963, p. 13; REVISTA ADVENTISTA. A música de nossos hinos. Revista Adventista, nov., 1950, p. 5; REVISTA ADVENTISTA. Nossas reuniões sociais. Revista Adventista, mai., 1943, p. 2.

20. ARAÚJO, Dario P. de. Música, Adventismo e Eternidade. [s.l]: 1989.

21. ARAÚJO, Dario P. de. Música Religiosa e Música de Nossa Igreja. Conservatório Musical Adventista, Faculdade Adventista de Teologia, 1968.

22. ARAÚJO, Dario P. de. Música, Adventismo e Eternidade. [s.l]: 1989, p. 14.

23. ARAÚJO, Dario P. de. Música, Adventismo e Eternidade. [s.l]: 1989, p. 13.

24. ARAÚJO, Dario P. de. Música, Adventismo e Eternidade. [s.l]: 1989, p. 17.

25. ARAÚJO, Dario P. de. Música, Adventismo e Eternidade. [s.l]: 1989, p. 19.

26. ARAÚJO, Dario P. de. Música, Adventismo e Eternidade. [s.l]: 1989, p. 24. ARAÚJO, Dario P. de. Música Religiosa e Música de Nossa Igreja. Conservatório Musical Adventista, Faculdade Adventista de Teologia, 1968, p. 24.

27. ARAÚJO, Dario P. de. Música Religiosa e Música de Nossa Igreja. Conservatório Musical Adventista, Faculdade Adventista de Teologia, 1968, p. 27.

28. ARAÚJO, Dario P. de. Música Religiosa e Música de Nossa Igreja. Conservatório Musical Adventista, Faculdade Adventista de Teologia, 1968, p. 28.

29. LENO, H. Lloyd. Música: seus efeitos sobre o homem (parte 3): Influência sobre a mente – conclusão. Revista Adventista, abr., 1977, p. 40.

30. MUNN, Melvin. Uso comunista da música. Revista Adventista, out., 1979.

31. ARAÚJO, Dario P. de. Música Religiosa e Música de Nossa Igreja. Conservatório Musical Adventista, Faculdade Adventista de Teologia, 1968.

32. NICHOL, Francis D. (Ed.). The Seventh-Day Adventist Bible Commentary: 1 Chronicles to Song of Songs. Review and Herald Publishing Association, 1977, p. 923.