Cristo é Deus que assume o fardo do sofrimento em solidariedade à miséria humana, e é encontrado em pessoas marcadas para morrer pela ordem vigente


Esta semana fui surpreendido por um colega a quem nutro um enorme respeito, com uma pergunta que, supostamente, todo cristão deveria, a priori, saber responder — “como eu faço para encontrar Jesus?”, ele me perguntou. Esta pergunta me deixou um tanto perplexo. Anos de pesquisa em Filosofia do Cristianismo e, consequentemente, de teologia, uma vida de devocionais, um curso de missiologia do qual, admito, poucas coisas recordo (foi há muito tempo), e lá estava eu, paralisado com aquela pergunta: “como eu faço para encontrar Jesus?” Bem, tivemos uma conversa, trocamos algumas ideias, lhe dei alguns conselhos que partiam unicamente da minha relação subjetiva com Deus, principalmente daquelas envolvendo os meus devocionais e orações; mas não falei nada muito teológico, a não ser a recomendação de um pequeno artigo cujo desejo de recomendá-lo, acredito, veio tão somente da parte do Espírito Santo, não de mim (eu mal lembrava deste artigo até esta conversa). 

Bem, para um cristão, esta pergunta não deveria parecer incomum. O fato dela ter me deixado um tanto confuso fazia com que tal questão permanecesse, continuasse, insistisse obsessivamente em meus pensamentos — “como eu faço para encontrar Jesus?”. No meio desta neurose, acabei lembrando da passagem de um dos livros mais enfadonhos que já li em toda a minha vida. Tratava-se, claro, de Surpreendido pela alegria, de meu mestre na fé C.S. Lewis.1 A fria verdade foi que poucas coisas me chamaram atenção naquele livro, a não ser uma passagem fascinante. Estou me referindo à descrição feita pelo próprio mestre na fé do momento em que ele encontrou a Cristo — o instante em que ele deixa de ser um ateu convicto, um tanto cético quanto ao sentido da realidade, e escuta o chamado da graça. A peculiaridade com a qual ele descreve este momento é de suma importância para entendermos “como eu faço para encontrar Jesus?”. Leiamos o relato de Lewis para continuarmos a conversa:

O esquisito era que, antes de Deus fechar o cerco sobre mim, foi me oferecido o que hoje me parece um momento de escolha absolutamente livre. Em certo sentido. Eu subia a colina Headington no andar superior de um ônibus. Sem palavras e (acho eu) quase sem imagens, uma verdade sobre mim mesmo me foi de algum modo apresentada. Tomei ciência de que vinha mantendo algo a distância, ou isolando esse algo lá fora. Ou — se o leitor preferir — que estava usando uma roupa justa demais, como um colete fisioterápico, ou mesmo uma carapaça, como se eu fosse uma lagosta. Senti, ali e então, que me era dada a possibilidade da escolha. Eu poderia abrir a porta ou deixá-la trancada; poderia tirar a carapaça ou conservá-la. Nenhuma das alternativas me era apresentada como dever; nenhuma delas trazia embutida nem ameaça nem promessa, embora eu soubesse que abrir a porta ou tirar o colete significava o incerto. A escolha parecia ponderosa, mas era também estranhamente desprovida de emoção. Não eram desejos nem medos que me motivaram. Em certo sentido, nada me motivava. Escolhi abrir, tirar a carapaça, afrouxar as rédeas. Digo “escolhi”, mas não me parecia realmente possível fazer o contrário.

Por outro lado, eu não tinha consciência de motivos nenhum. O leitor poderia argumentar que eu não era um agente livre, mas estou mais inclinado a pensar que aquilo chegou mais perto de ser um ato perfeitamente livre do que a maior parte das coisas que eu já fizera até então. Necessidade pode não ser o contrário de liberdade, e talvez um homem tenha maior liberdade quando, em vez de alegar motivos, possa dizer apenas: “Eu sou o que faço”. Depois veio a repercussão no plano imaginativo. Senti-me como se fosse um boneco de neve que, depois de longo tempo, começasse a derreter. O derretimento começava pelas costas — gotejando, depois escorrendo. Não posso dizer que gostei da sensação.2

Este é um dos relatos mais incríveis que já li de um encontro pessoal entre a eternidade e o contingente. Parece não haver nenhum elemento espiritual, aparentemente nada que escape aos fenômenos naturalizados no cotidiano, na escolha de Lewis em deixar a porta aberta para Cristo. Ele fala de uma escolha, mas, nas próprias palavras do autor, “a escolha parecia ponderosa, mas era também estranhamente desprovida de emoção. Não eram desejos nem medos que me motivaram. Em certo sentido, nada me motivava.”3 O fato perturbador para ele, o elemento que fazia com que a ordem natural das coisas se distorcesse, era a liberdade, incomum ao seu cotidiano, que ele sentira enquanto estava no ônibus. E por que essa liberdade era incomum? Não estamos, aqui, falando de uma liberdade em seu sentido ordinário, como escolher uma camisa em detrimento de outra, qual curso quero cursar, qual a oração que vou escolher para o devocional, etc. Não é desta escolha que fala o mestre na fé — ele está se referindo a uma dimensão da liberdade que só pode ser experiência originária, experiência singular, algo parecido com o que Kierkegaard chama de salto de fé: o ato livre de decidir escolher. Precisamente por isto, ele alega que “eu não tinha consciência de motivo nenhum. O leitor poderia argumentar que eu não era um agente livre aquilo chegou mais perto de ser um ato perfeitamente livre do que a maior parte das coisas que eu já fizera até então”.4

trata-se puramente da decisão de decidir, sem que haja uma consciência clara daquilo o sujeito decide; é um ato não fisiológico, desprovido de emoção, motivos, desejos ou temores; é um ato incalculável e não o resultado de uma argumentação estratégica. É um ato inteiramente livre.5

Para um ateu racionalista, praticamente um positivista pseudo-hegeliano como Lewis, esta decisão de decidir, o ato puro da liberdade, era a própria manifestação de uma possibilidade dum mundo que apenas pode conhecer o ordinário, o fenômeno, onde a liberdade se conhece através da decisão entre o isto ou aquilo. Desse modo, no relato feito por Lewis, onde encontramos apenas letras frias desprovidas de espiritualidade, na verdade estas são, para ele, a própria demonstração de uma intervenção externa que aponta para um lugar além das escolhas aparentes, pois a decisão de escolher decidir só pode ser compreendida numa instância da realidade que não esteja inserida na experiência imediata, mas numa fratura, onde a realidade do mundo sente o toque de Deus. Tal experiência, refletida por um ateu, como ele o era, o fez compreender que, naquele momento, Cristo o chamara — o chamara de acordo com o horizonte de mundo que condicionou sua consciência racionalista a entender racionalmente uma intervenção incompreensível do ponto de vista positivista. Em contrapartida, o relato de conversão, o escutar do chamado, do pastor César Moisés Carvalho, grande teólogo pentecostal contemporâneo, nos oferece uma imagem completamente diferente:

estava em uma matinê de rua, era por volta das 21:30 do dia 1 de junho de 1991, um sábado, quando, de repente, “ouvi” uma voz interior que apenas me disse: “aqui não é mais o seu lugar”. Foi como se a música eletrônica de que tanto gostava perdesse o ritmo. Não havia mais sentido estar ali. Deixei o grupo de amigos e saí caminhando rumo a igreja Pentecostal do Brasil para Cristo, denominação onde os meus pais congregavam naquele tempo. Lá encontrei um pequeno grupo de pessoas na calçada. A reunião havia acabado e eu mal chegara e já fui dizendo: “a partir de hoje quero ser crente também”. Sob o olhar atônito de todos, atendi a solicitação do pastor  e ajoelhei-me ali mesmo. Naquela noite fria minha vida cindiu-se e eu nunca mais seria o mesmo.6 

Uma voz interior fez com que o lugar onde estava o (hoje) pastor Moisés se acinzentasse e o levou até uma igreja para se converter. São duas formas completamente diferentes de chamados feito pelo mesmo Deus. E eu sinto que devo parar por aqui, pois, tanto no primeiro quanto no segundo testamento, caso fôssemos examinar relato a relato a forma como Deus chamou a cada um que lhe atendeu, veremos que não existe homogeneidade nenhuma no chamado — apenas o ato de chamar. Mas o chamado, o escutar, o ver, o sentir, em todos os casos onde ocorre o chamado de Deus, apenas duas invariáveis permanecem — os diferentes modos de chamar, ou seja, a diferença, e a diversidade das inúmeras formas do chamado divino, ou seja, a multiplicidade. A cada qual de acordo com o seu horizonte de mundo. 

Imaginemos, só para termos em mente um exemplo bíblico sobre o que estamos tratando, Isaías descrevendo o seu chamado no capítulo 6. Numa pregação que ouvi do meu pai, ele disse uma coisa que realmente me fez refletir. Ora, não é nenhuma novidade dizer que Isaías era um homem da corte, que “nasceu em família influente da classe alta judaica, teve fácil trânsito na realeza de Israel e chegou a ser conselheiro do Estado para assuntos internacionais no Reino de Judá”.7 Por isto, como falou meu querido Pai, a visão manifestada por Deus no cap. 6 é precisamente a de uma corte real, a verdadeira corte, o verdadeiro reino. Isaías só pôde compreender o verdadeiro Rei, a verdadeira corte que agora o interpelava, por conta de seu horizonte de compreensão do que, naquele período, significava um reinado e o que significava proclamá-lo. Foi somente ali que aquele homem cheio de regalias, prazeres e riquezas, pôde entender o preço que foi pago para que o reinado de Judá esbanjasse aquilo do qual ele usufruía até então. 

É exatamente isto que lemos nos três primeiros capítulos de Isaías, um homem que agora servia outro reino, mostrando quantos pobres existiam em meio à ostentação dos ricos, quantos órfãos não eram acolhidos mesmo que o reino tivesse condições para atendê-los, a viúva deixada de lado enquanto as classes altas sorriam e se vangloriavam de suas posses. E quando a viúva judia não era amparada, a ela só restava um caminho. “Segundo Provérbios 2.17, é possível relacionar a prostituição às mulheres divorciadas e viúvas que, para se autossustentarem, comercializavam o corpo.”8 Ou seja, a maldição e as profecias contra as prostitutas que vemos em Isaías é, essencialmente, uma crítica feroz ao reinado que não acolheu a viúva e a divorciada, possivelmente por ser estéril.

Na primeira parte de nosso texto, através de algumas reflexões e exemplos, chegamos à conclusão de que uma das formas segundo a qual Deus se relaciona com o ser humano é por meio do seu chamado. No chamado, portanto, vimos que, longe de ser um Deus homogêneo, fixo, tal qual o ser de Parmênides, ele se relaciona com o ser humano através de múltiplas e diferentes formas. Isto nos deveria levar, necessariamente, a refletir, enquanto cristãos, sobre o modo como nos relacionamos com o outro, seja ele humano, animal ou vegetal. Existe uma beleza na maneira como Cristo chama — nunca é do mesmo modo, é sempre inigualável a experiência do chamado. O que nos leva a pensar: se fomos feitos à imagem e semelhança de Deus, e esse Deus se mostra como aquele que chama em diversidade e diferença, então por que não procuramos conformar nossa imagem a esta tão rica característica do Pai, buscando tornar a diversidade no um e a diferença numa identidade fixa?9

Feito esse breve resumo, ponderações e reflexões que, se o Pai permitir, procurarei desenvolver em outros textos, voltemos à questão fundamental de nosso texto: “como eu faço para encontrar Jesus?” Um leitor mais atento já deve ter percebido que, na primeira parte deste escrito, a pergunta que respondemos foi outra, isto é: “Como Deus nos chama?”. Procurei abordar, inicialmente, esta pergunta porque acredito que, mostrando a multiplicidade e diferença no chamado divino, ficasse mais fácil compreender esta segunda questão. E por quê? Porque se Deus a cada um se mostrou em diversidade, em diferença, então ele pode se apresentar àquele que o procura exatamente deste modo. O segundo motivo é que, se alguém pergunta “como faço para encontrar Jesus”, então ela já pressupõe que Cristo está em algum lugar. Deixe-me contar um relato pessoal: certa manhã, não lembro a data, eu estava fumando um cigarro debaixo da sombra no estacionamento de uma farmácia. Chegou um morador de rua e me pediu um cigarro. Eu lhe dei e começamos a conversar. O seu nome era Tiago, eu brinquei com ele e disse: “oxente, então estou dividindo um cigarro com o irmão de Jesus?” Ele não entendeu, e eu fui explicando quem era Tiago, como viveu, sua morte, suas palavras antes de morrer, etc. Nos abraçamos e nos despedimos. 

Cheguei em casa, fiz minhas tarefas domésticas, e fui pro meu devocional. Este devocional eu jamais vou esquecer. Organizei a mesa, acendi o incenso, Bíblia de um lado, em baixo uma harpa cristã, e no meio o LOC.10 Fiz a oração inicial, li as leituras previstas para o dia e comecei uma oração espontânea (para quem não conhece a IEAB, a oração espontânea são as orações que não estão no livro, uma oração “normal”, de você falando com Deus). Bem, antes de orar, eu sempre peço que Deus se faça presente, que ele me quebrante com seu Espírito. Nesse dia, Deus falou comigo. Eu estava de olhos fechados, mas era como se o tempo e o espaço houvessem desaparecido, e uma “voz” no meu coração dizia sem parar: “eu já estive presente contigo hoje, você não lembra de Tiago?” E eu só conseguia chorar, chorar e balbuciar palavras que não eram palavras, pedindo perdão a Deus por não tê-lo visto naquele morador de rua. Eu fumei, conversei, sorri, falei sobre o irmão de Jesus, mas nada fiz para aquele homem que pudesse tirá-lo dali. “Eu já estive presente contigo hoje, você não lembra de Tiago?” E foi quando, de coração esmagado, entendi o que diz Benedito Ferraro.

Pensar Jesus Cristo, o carpinteiro de Nazaré, a partir da realidade latino-americana e caribenha de opressão, sofrimento e morte dos pobres, é pensá-lo a partir dos marcados para morrer. Marcados para morrer a partir da política econômica que condena à morte crianças, jovens, trabalhadores, velhos, vítimas da fome, do desemprego, da injustiça, do abandono. Marcados para morrer na pessoa daqueles que, por causa de sua luta para defender os direitos dos pobres à vida, são perseguidos e assassinados. Dupla realidade de morte que se pode identificar na história de um povo crucificado.11

Naquele dia Deus havia se mostrado pra mim em Tiago, e eu não o vi. Mais recentemente, novamente vi a face de Cristo num povo onde a média de idade é de 17 anos; onde bombas foram jogadas em hospitais, ambulâncias, e escolas; e onde vimos o que parecia a cena apocalíptica de um filme de terror. Pais segurando suas filhas, rotas de fuga sendo bombardeadas, pessoas sem luz elétrica e água. Crimes de guerra sendo cometidos à exaustão. Mas foi ali, no sangue inocente, que vi a face de Jesus, com os pobres, um Deus que chorava, um Deus que sofria, porque hoje é impossível pensar o mundo espiritual e terreno sem a perspectiva de um Deus que sofre. Quando assistimos a um etnocídio, ou seja, o fim de uma multiplicidade cultural, acontecendo a olhos vistos, é impossível não sermos levados ao sofrimento de um Deus múltiplo e que chama na diversidade, a cada qual segundo o seu mundo. 

Isso nos leva à terceira posição, que vai além das duas primeiras (o Deus soberano e o Deus finito): a de um Deus que sofre — não um Deus triunfalista que sempre vence no final, embora “seus caminhos sejam misteriosos”, uma vez que ele controla tudo em segredo nos bastidores; não um Deus que exerce a justiça fria, uma vez que, por definição, ele está sempre certo; mas sim um Deus que — como o Cristo que sofre na cruz – está atormentado, um Deus que assume o fardo do sofrimento em solidariedade à miséria humana. Schelling já havia escrito: “Deus é uma vida, não apenas um ser. Mas toda vida tem um destino e está sujeita ao sofrimento e ao devir. […] Sem o conceito de um Deus que sofre humanamente […] toda a história permanece incompreensível”. Por quê? Porque o sofrimento de Deus indica que ele está envolvido na história, é afetado por ela, e não é apenas um Mestre transcendente que controla tudo lá de cima: o sofrimento de Deus significa que a história humana não é apenas um teatro de sombras, mas sim o lugar de uma luta real, a luta em que o próprio Absoluto está envolvido e em que seu destino é decidido. Esse é o pano de fundo filosófico da forte observação de Dietrich Bonhoeffer de que, depois da Shoá, “apenas um Deus que sofre pode nos ajudar” — um complemento perfeito para “Apenas um Deus pode nos salvar!”, de Heidegger, dita em sua última entrevista. Desse modo, deve-se interpretar de maneira bastante literal a declaração de que “o sofrimento inominável de seis milhões também é a voz do sofrimento de Deus”: o próprio excesso desse sofrimento em relação a qualquer medida humana “normal” o torna divino.12

Jesus foi um pobre, marcado para morrer, que viveu e andou nas terras que hoje se encontram arrasadas pelos bombardeios de Israel. Ele era do norte, e os nortenhos eram objetos de preconceitos do sul em sua época. Jesus foi o Deus que sofreu a morte de um escravo rebelde, a cruz, sob o manto de um império político e religioso (quantas LGBTQIA+ também não experimentaram esta morte espiritual e, em muitos casos, o suicídio, sangue derramado por impérios políticos e religiosos). Experimentou o abandono — “Pai, Pai, por que me abandonastes?” — tal como os palestinos hoje o sentem. Ele era inocente, mas foi morto de forma violenta, assim como as crianças em suas escolas ou hospitais que foram explodidos. Ele chorou, como o vídeo que viralizou do pai chorando com sua filhinha que, pelas imagens, não tinha mais que uns 6 anos e acabara de ser assassinada por explosões em áreas civis. Ele foi transpassado, tal qual os moradores que foram transpassados pelas estruturas de aço e ferro quando suas casas foram demolidas. Agonizou, passou fome e sede, assim como os palestinos passaram quando Israel não permitiu a entrada de ajuda humanitária com alimentos e água. Mas Cristo ressuscitou, e, ao subir aos céus, levou consigo também a sua humanidade. Ele sente tudo o que está se passando com o povo palestino. “Como eu faço para encontrar Jesus?” Olhe para um morador de rua, um miserável, um pobre, os oprimidos, explorados, os inocentes condenados à morte, o choro diante daqueles que tudo perderam. Vê? Aí está Jesus, o rei de todo o universo.

Notas:

1. E aqui, com todo o respeito, memória e admiração a C.S. Lewis, Santo Comum e Mestre na fé, lembrado no dia 22 de novembro do calendário da IEAB (Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, da qual faço parte, com orgulho, de uma de suas missões, a missão Maria Madalena), escrevo a oração da página 479 do LOC (Livro de Oração comum, um dos pilares que constitui a identidade da IEAB), com humildade e respeito, na esperança de que Deus ilumine meu texto e que nesta oração ele me guie: 
“Fonte de todo o conhecimento, deste ao teu servo C.S. Lewis os dons especiais da graça
para compreender e ensinar a verdade
que está em Jesus Cristo.
Concede que, por meio deste ensino, 
conheçamos a ti, único e verdadeiro Deus
e a Jesus Cristo, a quem enviaste, 
que vive e reina contigo e com o Espírito Santo,
um só Deus, agora e sempre.
Amém.

2. C. S. Lewis, Surpreendido pela alegria (Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2021), p. 233-234.

3. Ibidem, p. 233.

4. Ibidem, p. 234.

5. Slavoj Zizek, A marioneta e o anão (Portugal: Relógio d’água, 2006), p. 30.

6. César Carvalho, Pentecostalismo e pós-modernidade (Rio de Janeiro: CPAD, 2021), p. 7. 

7. Bíblia King James Atualizada, 2012, p. 1275.

8. Esdras Bentho, A família no Antigo Testamento (Rio de Janeiro: CPAD, 2006), p. 200.

9. Estas são reflexões que procurarei desenvolver em próximos artigos, pois hoje penso que é de suma importância mostrar como a diferença se inscreve, desde sempre, no conceito de identidade, e de que o múltiplo precisa ser pressuposto para que exista o um, tal como o é na Trindade. Pai, Filho e Espírito Santo. Um só Deus.

10. Cf. n. 1.

11. Benedito Ferraro, Cristologia (São Paulo: Edições Paulinas, 1993), p. 9.

12. Slavoj Zizek, O sofrimento de Deus (Belo Horizonte: Autêntica, 2012), p. 132-133.