Mesmo fundada por pioneiros abolicionistas radicais, a igreja adventista se associou à Ku Klux Klan motivada por pautas fundamentalistas
Por Michael W. Campbell | Traduzido do original, publicado pela revista Spectrum, por Lisiane Spissoto para a Revista Zelota.
“Ku Klux Klan, Maryland, 1922” (Fonte: Granger Archive). Segundo o autor, essa foto aparece pelo menos cinco vezes em publicações Adventistas até 1924.
Michael W. Campbell é professor de teologia sistemática e história da religião na Southwestern Adventist University. Ele é um pastor adventista ordenado e serviu por cinco anos e meio como missionário, treinando pastores no Instituto Internacional Adventista de Estudos Avançados (AIIAS) nas Filipinas. Ele publicou vários artigos populares e revisados por pares sobre teologia e história da religião.
No ano letivo de 1967-1968, Billy Wright, um jovem negro, decidiu iniciar a faculdade no Southwestern Junior College na cidade de Keene, Texas.1 Sua família havia se convertido recentemente à Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD), e Wright sentia um forte chamado ao ministério. Ele escolheu essa escola historicamente frequentada por brancos por ser a mais próxima da sua casa. Apesar de vários contratempos, ele conseguiu manter seu desempenho e superou academicamente seus colegas brancos. Um indivíduo intrépido, ele perseverou apesar do aconselhamento do departamento de religião, que tentava desencorajá-lo de continuar em busca de um diploma em teologia. Quando essas táticas de desencorajamento falharam, uma turba na fábrica de móveis tentou impedi-lo de ganhar dinheiro para pagar suas contas. Quando até isso falhou, o núcleo local da Ku Klux Kan queimou uma cruz na frente da janela do seu quarto. Posteriormente alguém tentou, sem sucesso, explodir bombas caseiras no alojamento. Wright acreditava que graças à providência divina ele conseguiu sobreviver como um dos quatro estudantes negros nesta escola historicamente branca.2
A coragem e resiliência de Wright não foram nem de longe um caso isolado naquela época de ascensão dos direitos civis. Estudantes em outras faculdades e universidades cristãs também desafiavam organizações determinadas a preservar a supremacia branca.3 A maioria dos evangélicos brancos do Sul defendia a segregação racial como hermeneuticamente correta, e biblicamente coerente.4 Uma vez que a Receita Federal, nos anos 1970, revogou o status de isento da Bob Jones University porque ela falhou na integração racial,5 agentes políticos como Jerry Falwell (1933-2007), James Robison (nascido em 1943), e Tim LaHaye (1926-2016) tiraram o foco dos problemas raciais e migraram para a luta contra o aborto, na formação da Coalizão Cristã.6 O que não surpreende, apesar de ser um fato menos conhecido, é que a maioria das faculdades e universidades adventistas na América do Norte também resistiu à integração. Entrevistas sugerem que existiam núcleos da Klan, assim como queima de cruzes, em outros campi adventistas. A inexistência de diversidade no corpo acadêmico, refeitórios separados, e regras proibindo o namoro interracial eram apenas evidências adicionais da segregação. Ao mesmo tempo, líderes da igreja na Associação Geral (AG) resistiram o quanto puderam em manter refeitórios separados, e desencorajavam membros do clero a participar das manifestações pelos Direitos Civis.7 Isto não impediu alguns de participarem, como foi documentado por diversos historiadores denominacionais.8 Esse legado cresceria mais, e algumas congregações adventistas no sul dos Estados Unidos continuariam a dar dinheiro regularmente aos núcleos locais da Klan até a década de 1980.9
Os adventistas, sendo um movimento que surgiu às margens da sociedade estadunidense, teve uma longa trajetória desde seu início abolicionista. Os primeiros adventistas sabatistas (aqueles que formaram a base da denominação, oficialmente organizada em 1863) nasceram e foram criados dentro de uma retórica antiescravagista. Tanto Tiago como Ellen White denunciaram a escravidão nos termos mais fortes possíveis, como na vez em que Ellen escreveu aos crentes, por exemplo, aconselhando-os a quebrar a “Lei do Escravo Fugitivo”, de 1850. O primeiro presidente da AG, John Byington (eleito em 1863, no meio da Guerra Civil) era muito reconhecido por seu abolicionismo, e o historiador Brian Strayer fez um longo trabalho de investigação para trazer à tona a sua participação na “Underground Railroad” [“Ferrovia Subterrânea”, em português].10 Às vésperas da Guerra Civil, Tiago White corajosamente proclamava que “para um homem” eles votaram em Abraham Lincoln e permaneciam unidos na sua oposição à escravidão, e que manter escravos era causa para desassociação.11 É possível entender por que, mesmo no auge do reavivamento milerita dos anos 1840, as notícias de que a segunda vinda de Cristo libertaria os escravos não eram bem recebidas no Sul dos Estados Unidos.12
A historiografia adventista contextualizou nos últimos anos essa resistência radical sob a luz de um contexto social e político mais amplo. Kevin Burton, em sua tese de doutorado, mostrou que os líderes pioneiros, tanto mileritas quanto adventistas sabatistas, eram bastante radicais. Mesmo durante o reavivamento milerita de 1840, havia um número de pregadores negros que corajosamente proclamava o retorno iminente de Cristo. William Foy, um pastor batista do livre arbítrio (“Free Will Baptist”), teve seu ministério visionário testemunhado e apreciado por Ellen Harmon (nome de solteira, posteriormente White). Ellen, por sua vez, expressou grande admiração pelo ministério de Foy. Ambos, em diferentes ocasiões, escaparam de turbas violentas por serem visionários do advento. Outros mileritas negros, como Eri L. Barr, viajavam com pastores brancos, fato que foi notado apenas recentemente.13 Os mileritas da época não pareciam se preocupar se um pastor branco e um negro realizavam conferências evangelísticas juntos, e ninguém dentro do adventismo discutia a cor da pele de alguém. Mesmo as primeiras edições de The Present Truth [“A Verdade Presente”, publicado pela primeira vez em 1849], a primeira publicação periódica dos adventistas sabatistas, foram publicadas por uma editora abolicionista.
Um século depois, o adventismo do sétimo dia, um movimento nascido no abolicionismo, seria recalcitrante em relação ao Movimento dos Direitos Civis. Como um movimento fundado por líderes fervorosamente abolicionistas se transformou em um século ao ponto de alguns dos seus líderes se envolverem ativamente com a Ku Klux Klan e incitarem a violência racial?
Enquanto esse revés nas relações raciais foi habilmente documentado por vários historiadores Adventistas, com destaque para Calvin B. Rock em Protest and Progress (“Protesto e Progresso”, em português; Andrews University Press, 2018), este artigo busca problematizar esta narrativa analisando um capítulo amplamente ignorado da história da IASD: o período entre 1915 e 1925, durante o auge do que eu defino como fundamentalismo adventista. Mudanças culturais abruptas não foram exclusivas do adventismo. Mark A. Noll iria posteriormente descrever este como um tempo em que “no baixo Centro-oeste e no alto Sul, esta mesma religião hereditária apoiou o ressurgimento da KKK e seu desejo de manter o poder americano em mãos brancas e protestantes”.14 Desta forma, a ascensão da segunda onda da Klan coincidiu com o aumento das tensões raciais. “Atitudes raciais ganharam forças nas igrejas ao longo da década de 1920”, escreve Philip Jenkins.15 Desta forma, a segunda onda da KKK, no final da década de 1910 e início de 1920, mostra este mesmo tipo de ponto da virada nas relações raciais Adventistas. Assim como alguns fundamentalistas (ostensivamente, o enfático J. Frank Norris se tornaria um apoiador bastante escancarado da Klan), de modo semelhante, alguns Adventistas seriam sugados pelo movimento do nacionalismo cristão.
Fundamentalismo adventista
O movimento histórico fundamentalista foi amplamente definido e contestado. Para os propósitos deste artigo, utilizei a definição de George Marsden que o qualifica como sendo “militantemente antimodernista”. Ou, como ele jocosamente definiu, “um evangélico que está furioso com alguma coisa“. Outros historiadores têm construído e criticado de várias maneiras esta definição, observando que ele é tanto uma atitude ampla ou uma perspectiva como qualquer outra coisa. Estudos mais recentes de Matthew Avery Sutton reviveram a tese de Ernest R. Sandeen sobre como o pré-milenarismo apocalíptico foi a força motriz por trás do fundamentalismo. E claro, diversos indivíduos, incluindo Nancy Murphey e B. M. Pietsch, observaram a ironia desses fundamentalistas históricos usarem os fundamentos epistemológicos do modernismo para se reconciliarem com o mundo ao redor, que de fato estava mudando. Para os propósitos deste artigo, eu argumento que os adventistas do sétimo dia estavam bastante envolvidos nestes animados debates enquanto aconteciam, e para o bem ou para o mal, viam-se como fundamentalistas nesta guerra contra o modernismo teológico.
Um tema central que conecta o adventismo e o fundamentalismo seria o escatológico. Durante a Primeira Guerra Mundial, os líderes denominacionais adventistas participavam de todas as conferências proféticas organizadas por aqueles que mais tarde seriam conhecidos como fundamentalistas, e os definiram como alguns dos mais significativos eventos na história do cristianismo – equiparados em importância às 95 teses de Lutero. Seus relatórios no Review and Herald se tingiam com tons de inveja quando se perguntavam por que esses cristãos conservadores estavam progredindo tanto em chamar a atenção “do mundo” para o retorno iminente de Cristo. Porém, este era um amor não correspondido. Como eu documentei anteriormente, os editores de The Fundamentals: A Testimony for the Truth (1910-15; no português, “Os Fundamentos: Um Testemunho para a Verdade”) debatiam entre si se deveriam incluir ou não os adventistas do sétimo dia junto com os mórmons e as testemunhas de Jeová na sua cruzada contra as seitas. No final, eles optaram por simplesmente não mencioná-los (em grande parte pela intervenção de Lyman e Milton Stewart, os irmãos que financiaram o projeto). Apesar dessas reservas por parte destes fundamentalistas, A. G. Daniells, organizador da Conferência Bíblica Adventista de 1919 (inspirada nessas Conferências Proféticas) diria que os adventistas eram os “fundamentalistas dos fundamentalistas”. Os adventistas começaram a adotar as ideias dos fundamentalistas para criar sua própria variação de fundamentalismo adventista.
Adventistas em busca de reconhecimento social às margens da religião estadunidense se voltaram para outro grupo ecumênico, os fundamentalistas, que estavam perdendo espaço dentro do debate público estadunidense. Suas denúncias cada vez mais estridentes contra o modernismo, junto com as guerras internas em várias denominações, não dividiram a IASD da mesma forma que dividiram outras igrejas. Uma década antes, aqueles com um viés teológico mais independente (e algumas vezes liberal), como o Dr. John Harvey Kellogg, entre outros, se viram empurrados para fora da denominação. Os adventistas foram poupados de uma divisão interna da igreja porque os líderes do pensamento adventista, especialmente como evidenciado após a morte de Ellen White em 1915, até a conferência de 1919 e após os 1920, se viam como fundamentalistas. Uma lente interpretativa útil para compreender o fundamentalismo adventista talvez seja a de uma continuidade entre os que se enxergavam como mais abertos à mudança e os tradicionalistas que abraçavam uma postura muito mais conservadora, que incluía um pé dentro da inerrância.16 Esta continuidade nos ajuda a compreender o adventismo, pois os adventistas fundamentalistas estão longe de ser monolíticos. Os adventistas andavam em paralelo com o amplo movimento fundamentalista por ter um inimigo em comum, o modernismo teológico; muito da sua luta interna concentrava-se na natureza, inspiração e autoridade dos escritos de Ellen White. Agora que ela não estava mais viva, os debates hermenêuticos eram centrados na interpretação dos seus escritos.
O adventismo abraçou um fundamentalismo militante desde a Primeira Guerra Mundial até a década de 1920. Essa conexão em reação ao modernismo impactou profundamente o adventismo do sétimo dia em termos de sua atitude, tanto em relação à raça quanto ao gênero. Em 1910 existiam cerca de 1.000 mulheres trabalhando nas IASD’s, incluindo algumas pastoras, mas em 1930 restava apenas um punhado delas.17 Durante este período os adventistas também começaram a usar seletivamente algumas citações feitas por Ellen White já no fim da vida. As citações que falavam sobre os conflitos raciais existentes no Sul dos Estados Unidos, e a necessidade de flexibilizar uma segregação racial temporária para não piorar a situação, começaram a ser usadas como norma para as relações raciais dentro da IASD no século 20. Alguns dos adventistas fundamentalistas mais militantes e conservadores começaram a articular uma nova teologia da segregação. Mais notavelmente, J. S. Washburn, que foi um evangelista em Washington DC, foi colocado contra o pregador negro muito mais popular Lewis C. Sheafe. O presidente da IASD, A. G. Daniells, abriu precedentes usando estes dois pastores como modelos de conduta para o adventismo do século 20. As políticas de Daniells resultaram na ruptura de uma igreja que era racialmente integrada em DC, o que criou novas tensões raciais. A AG derramou fundos na igreja e no trabalho evangelístico de Washburn, enquanto deu apenas uma ninharia para o trabalho de Sheafe e sua congregação. No fim das contas Sheafe deixou o adventismo, e o sofrimento causado pavimentou o caminho para a criação de Associações Regionais,18 que tiveram início nos anos 1940 dentro da IASD.19 Washburn, que se enxergava como um conservador linha dura e um guardião dos escritos inerrantes de Ellen White, produziu o que foi uma das retóricas mais racistas e cáusticas na história do adventismo. No meio desse debate, Arthur W. Spalding escreveu seu manuscrito, Lights and Shades in the Black Belt [“Luzes e Sombras no Cinturão Negro”, em português], descrevendo em detalhes os benefícios da segregação racial. Esta reformulação de Ellen White pode ser vista no retrato de Jesus feito por ela. Como Edward J. Blum e Paul Harvey discutem em The Color of Christ [“A cor de Jesus”, em português], Ellen White foi uma resistência no século 19 ao descrever Jesus como “claro, não branco”.20 Porém, no início do século 20, novas tradições surgiram, alegando que Ellen White considerou uma pintura de um Jesus branco a réplica mais exata da imagem de Jesus que ela vira em suas visões.21 Essa reformulação de Jesus como branco, através de Ellen White, é um indicativo do mesmo tipo de transformação em termos de raça e gênero que ocorreram na década após sua morte.
Este artigo vai além, argumentando que foi uma leitura militante e seletiva dos escritos de Ellen White, reforçadas por uma perspectiva inerrante da sua autoridade, que possibilitou que seus escritos pudessem ser usados tão eficazmente para sufocar negros e mulheres, especialmente na década de 1920, o auge do fundamentalismo adventista. Isto pode ser visto mais claramente pelas interações adventistas com a segunda onda da KKK, com foco especial no período entre 1920 e 1925.
Interações adventistas com a Ku Klux Klan
As interações da IASD com a segunda onda da KKK foram variadas. Ao mesmo tempo em que existe uma vasta documentação da atividade abolicionista no início do adventismo e de fortes reações contrárias à integração durante a época do Movimento dos Direitos Civis, existiu neste meio tempo um período muito mais fluido nas questões de tensões raciais.
As interações entre a IASD e a Klan variaram – desde líderes da igreja discursando em comícios da KKK até suspeitas explícitas de uma sociedade secreta com tendências violentas.
Embora seja difícil determinar com segurança quantos adventistas fizeram parte da KKK (existem poucos registros documentados), tanto as fontes adventistas como da KKK fornecem numerosos exemplos de como os membros da IASD participaram em atividades da Klan. Por exemplo, em um encontro da Klan em Dakota do Norte que destacava a presença do Grande Ciclope22 da Klan de Grand Forks, o reverendo F. Halsey Ambrose, a presença de algumas denominações religiosas foi registrada, incluindo a IASD.23 Outro exemplo interessante de participação envolveu um membro da IASD em Oklahoma, cujo funeral teve a presença de 12 membros da Klan local, “vestidos com a paramentação da sua ordem”. Posteriormente eles passaram pelo caixão em fila única, cada um deixando “uma folha verde de samambaia sobre o caixão”, e o seu líder colocou “uma cruz de rosas vermelhas na lápide”.24
Algumas poucas referências à Klan, anteriores a 1915, dão alguma indicação sobre as predileções iniciais em relação à Klan e às sociedades secretas. A referência mais antiga à KKK vem de 1904, quando existe uma vaga referência a ela (referenciando a primeira onda durante a Guerra Civil) entre as “sociedades secretas” que os adventistas deveriam evitar.25 De modo similar, um periódico adventista dedicado à educação de jovens adventistas, The Youth’s Instructor [“O instrutor de Jovens”, em português], revisava em 1909 as lições aprendidas durante a Guerra Civil. Estas incluíam evitar os “métodos sem lei da KKK, uma sociedade secreta sob juramento que aterrorizava o negro supersticioso, espalhando tal anarquia e violência em vários setores que as melhores classes dos povos do Sul se uniram para restabelecer a ordem.”26 Pelo menos até a Primeira Guerra Mundial, os adventistas foram consistentes na posição de que durante a iteração original do período de Reconstrução a Klan deveria ser evitada, devido a sua tendência de ser secreta ou potencialmente violenta.
Depois de 1918 e no início da década de 20, houve uma mudança definitiva na retórica de como os adventistas viam a segunda onda da Klan na América do Norte. Enquanto os adventistas mantinham a posição de que sociedades secretas deveriam ser evitadas, e que membros deveriam ser cautelosos em relação a esquemas que envolvessem ganhar dinheiro facilmente, a retórica adventista não menciona a associação da Klan com a Guerra Civil ou a supressão de direitos das pessoas anteriormente escravizadas.27 Neste ponto, a Klan era pintada como um grupo mais positivo do que negativo, atestando sua ampla reabilitação durante a segunda onda da Klan após o filme feito por D. W. Griffith em 1915, The Birth of a Nation [“O Nascimento de uma Nação”, em português].
A característica mais marcante da mudança é que os adventistas apreciavam a atitude anticatólico-romana do discurso da Klan. Alonzo Baker, editor associado da Signs of the Times [“Sinais dos Tempos”, em português], observou que o “antirromanismo é uma das maiores pautas da sua plataforma”.28 Os adventistas ficaram encantados com a composição anticatólica da organização,29 e, ironicamente, ao menos um pastor adventista fez uma apresentação em um encontro da Klan para promover a Liberty Magazine [“Revista Liberdade”, em português], uma publicação adventista que promovia a liberdade religiosa.30 A primeira referência à Klan na principal revista impressa da denominação, Review and Herald, é em um artigo sobre “Praticar o que Pregamos”. O artigo destacava recentes coberturas jornalísticas do jornal católico semanal America, que respondia à retórica anticatólica feita por William Joseph Simmons, no qual este alegava que a Igreja Católica “deve uma lealdade que é estranha ao governo dos Estados Unidos”. Ele acrescentou: “Pelo qual também estou lutando com fervor.”31 De modo similar, outro artigo forneceu cobertura jornalística sobre o Conselho dos Homens Católicos, que lutava contra a Klan e procurava limitar a distribuição de literatura protestante nas Filipinas.32 Claramente os adventistas e a Klan tinham no catolicismo um inimigo comum – o qual os Adventistas identificavam como a marca da besta que traria com ela o juízo final. Este se caracterizaria como uma distinta união tríplice entre o espiritualismo moderno, o protestantismo apóstata e o catolicismo romano, uma estrutura escatológica que seria exclusiva da IASD. A advertência da Klan sobre qualquer potencial “união” entre o protestantismo e o catolicismo “está alinhada com o cumprimento da profecia, como todo adventista do sétimo dia bem sabe”.33 Mais do que qualquer coisa, os Adventistas durante os anos de 1920 observavam com apreço como a Klan se posicionava contra a infiltração do catolicismo romano dentro da cultura e sociedade americanas. Este nacionalismo, combinado com a escatologia adventista, se tornou uma combinação irresistível para os adventistas que queriam acreditar a ponto de apoiar um grupo que, antes disso, nunca teriam apoiado.
Em outro sinal claro de que a retórica adventista sobre a Klan havia mudado, um pastor adventista, W. E. Barr, descreveu como 25 membros da Klan compareceram a uma reunião evangelística em Oklahoma. A Klan doou 25 dólares aos adventistas para ajudar com as reuniões evangelísticas, e convidou os membros para se filiarem à Klan local. Barr adicionou uma nota pública de apreço pelo trabalho da Klan, especialmente seus esforços para defender a Constituição Americana e promover uma “comunidade limpa”.34 Não se sabe se algum adventista se filiou, mas se os esforços evangelísticos de Barr são algum indicativo, seu relacionamento positivo com a Klan certamente não foi prejudicial. Quando as reuniões evangelísticas terminaram, ele inaugurou uma congregação com mais de 100 membros e construiu a IASD de Ardmore.35 As técnicas de evangelismo de Barr, e essas reuniões, seriam defendidas como um modelo a ser seguido por pastores iniciantes. Alguns evangelistas adventistas tratavam a Klan como um aliado potencialmente valioso, particularmente quando a discussão tratava da Igreja Católica Romana como a marca da besta.
Talvez o exemplo mais surpreendente seja o de C. S. Longacre, líder do departamento de liberdade religiosa da AG da IASD e um dos líderes mais proeminentes da denominação naqueles dias, que discursou em uma convenção da Klan (na qual os membros estavam paramentados) em Charleston, West Virginia. Ele contou diversas vezes que foi vendado ainda na estação de trem e levado a uma audiência vestida de mantos e capuzes, brancos como fantasmas, e que não conseguia enxergar nada, a não ser dois olhos brilhantes através de dois pequenos buracos recortados no capuz. Ele ficou apreensivo a princípio, mas compartilhou que a sua audiência era “formada pelos homens de negócios mais importantes daquela cidade” e que, nas suas palavras, “defendiam os verdadeiros princípios americanos”. No dia seguinte ele encontrou algumas dessas pessoas em plena luz do dia, que compartilharam com ele o quanto apreciaram seu discurso.36 A mais extensa descrição feita por um adventista sobre o trabalho da KKK é um manuscrito de A. W. Spalding, que se tornaria proeminente nas décadas de 1930 e 1940 como um historiador adventista, na obra já mencionada Lights and Shades.37 Embora notasse os ocasionais excessos da Klan, Spalding argumentava que as coisas poderiam ter sido muito piores. Portanto, “Deus estava no controle”, observando alguns aspectos positivos na manutenção da segregação racial pela Klan. Spalding acrescentou que devido ao pecado a segregação racial era necessária, e que casamentos interraciais causariam confusão e declínio às raças. J. S. Washburn, mencionado anteriormente, afirmava que, no fim das contas, o próprio Céu seria segregado. A década de 1920 também seria notável pelo ressurgimento do interesse nas declarações de “amalgamação” de Ellen White, com interpretações decididamente racistas. Para ambos, Spalding e Washburn, a ideologia racial e a leitura literal dos escritos de Ellen White se complementavam e ratificavam sua teologia racista.
Um ponto final de alinhamento foi que os adventistas observaram com resplandecente admiração o apoio que a Klan dava ao sistema de escolas confessionais particulares.38 Este apoio às vezes podia ser misto, como quando a Klan lutava contra as Igrejas Católicas terem suas próprias escolas. Embora os adventistas tivessem um inimigo comum, e, portanto, ao menos alguns adventistas se vissem alinhados à Klan (e alguns participassem ativamente), obviamente isto não representava todos os adventistas da época. Ainda assim, isso mostra como os tempos haviam claramente mudado, e que, ao menos dentro dessa nova era de adventismo fundamentalista, estes esforços refletiam novos costumes e valores sobre raça, gênero, imigração, e mesmo preconceitos persistentes contra o catolicismo romano.
Criticando a Klan
Além das objeções iniciais sobre a Klan ser uma sociedade secreta ou potencialmente violenta, depois de 1920 a crítica principal veio de adventistas fora da América do Norte. Em meados de 1920, membros da IASD fora da América do Norte eram mais numerosos que dentro do seu país natal. Esta mudança refletia o fato de que o adventismo estava começando a se tornar um movimento global. Os adventistas eram movidos por um senso de missão em alertar o mundo sobre a iminente volta de Cristo, e curiosamente foram os adventistas fora da América do Norte que enxergaram claramente os perigos da KKK, especialmente as implicações nas relações raciais, como ilustrado pelos próximos dois exemplos.
A oposição mais ferrenha à Klan já impressa por um adventista apareceu em uma publicação canadense, The Canadian Watchman [“O Vigia Canadense”, em português]. O artigo, presumidamente escrito pelo editor C. F. McVagh, advertia que um reavivamento da KKK em qualquer dimensão não era apenas um problema para os negros, mas paras todas as raças e religiões. Ele acreditava que os americanos eram vulneráveis a isso devido aos seus esforços de vigilância patriótica que criavam uma situação “ruim”. Ele se preocupava de que esta “doença […] atravessasse fronteiras nacionais, de modo que o que eles têm nos EUA hoje, possamos ter no Canadá amanhã”. Ele comparou o “terrorismo mascarado e o espírito justiceiro” da Klan a uma “lembrança temerosa dos métodos satânicos da Idade das Trevas”. Um “reavivamento da KKK deveria nos fazer pensar seriamente” no que acreditamos. Ele enxergava o filme de Griffith, The Birth of a Nation, como o grande responsável pelo “sentimento popular”.39
Outro grupo pronunciado de críticos adventistas veio da Austrália e da Nova Zelândia. C. M. Snow, editor da Signs of the Times australiana, por exemplo, expressou preocupação sobre “estar ouvindo demais sobre o trabalho da Ku Klux Klan nos Estados Unidos e Canadá.” A Klan, ele protestou, “está ferozmente determinada a roubar os direitos dos judeus, dos católicos e dos negros, os dois primeiros grupos por conta de sua religião, e o último por sua raça”.40
Tanto canadenses quanto australianos viram o que aparentemente poucos adventistas estadunidenses reconheceram naquela época – as implicações da segunda onda da Klan para as relações raciais adventistas. Como Philip Jenkins observou, a ascensão da segunda onda da Klan coincidiu com o aumento das tensões raciais. “Atitudes raciais ganharam força nas igrejas ao longo dos anos 20.”41
Uma outra dimensão da interseção entre o adventismo e a Klan é que aspectos regionais definitivamente tiveram seu papel na participação adventista na Klan. Como diversos historiadores observaram, a Klan perdeu importância dentro da sociedade estadunidense no final da década de 1920, especialmente entre 1925 e 1926. Da mesma forma, no final da década de 1920, pelo menos na imprensa adventista, as referências à Klan desapareceram. Em 1925, período em que a Klan já estava diminuindo, um grupo de pastores adventistas na Califórnia se uniu para condenar publicamente a Klan.42 Isso sugere que não somente os adventistas fora dos Estados Unidos estavam preocupados com relações raciais, mas sim que havia diferenças regionais entre os adventistas americanos. A Klan sobreviveria em alguns círculos do adventismo, e reapareceria durante a sua terceira onda, já na era do Movimento dos Direitos Civis, como mencionado no início deste artigo. Mas os desafios criados pelo fundamentalismo adventista, particularmente para as relações raciais, deixariam cicatrizes e desafiariam o Adventismo na maior parte do século 20 (um tópico que vai além do escopo deste artigo).
Conclusões
Vários estudiosos recentes têm apontado a fundamentação teológica por trás da Klan.43 Apesar disso, existe uma lacuna tanto dentro dos estudos da IASD quanto da Klan a respeito das interações entre esses dois grupos. Tais fundamentos religiosos são, assim, esclarecedores, tornando este um estudo de caso útil sobre um grupo religioso às margens da religião estadunidense, como movimento de uma nova religião, na medida em que buscava ampliar sua própria influência através da onda de populismo e nacionalismo. Na busca de trocar seu status de seita pelo de denominação, durante os seus anos de formação, a igreja criou um espaço liminal no qual mulheres e negros poderiam participar ativamente, e até mesmo liderar. Porém, no início do século 20, com a ascensão do adventismo fundamentalista, esse espaço desapareceu.
Rawlings, em seu Second Coming of the Invisible Empire [“Segunda Vinda do Império Invisível”, em português], observa como a segunda onda da Klan foi na verdade “um dos esforços de marketing de maior sucesso na História Americana”.44 Os recrutadores da Klan, conhecidos como “Kleagles”, conforme transformavam o movimento de cerca de 100 mil membros no final da Guerra para cerca de 5 milhões de membros em 1925, atraíram vários adventistas. A combinação de cristianismo, patriotismo, supremacia branca, Estado de Direito e anticatolicismo configurou uma mistura irresistível. E embora nem todos os cristãos, os fundamentalistas, ou adventistas tenham apoiado a KKK, alguns o fizeram. Talvez o mais importante seja notar que estas preocupações compartilhadas criaram pontos de convergência em uma forma que não deveria surpreender ninguém. O que parece ter atraído especialmente os adventistas que interagiram com a KKK se concentrava em sua postura anticatólica, a favor da educação privada e da liberdade religiosa (porém apenas para os protestantes).
Alguns adventistas se viram predispostos a gostar e se envolver construtivamente com a Klan, até mesmo compartilhando alguns de seus preconceitos raciais sobre a segregação, que seriam ampliados em novas direções por meio de textos-prova e reinterpretações dos escritos de Ellen White que enfatizavam um novo Jesus “branco” e um Céu segregado. Diversos evangelistas adventistas se viam protegidos pela Klan, e pelo menos um líder da AG foi destaque em um comício da KKK. Isto seria absolutamente inimaginável para os fundadores, apenas uma geração antes, durante a primeira onda da Klan. Mas os tempos haviam mudado. E agora a Klan estava cumprindo profecias bíblicas por alertar a respeito de mudanças que eles viam como sendo sinais dos tempos.
Como foi apontado por diversos outros estudiosos recentes, existem algumas importantes variações regionais do adventismo que são importantes de se observar, e onde pontos de resistência surgiram. Enquanto os adventistas do sul, centro-oeste e leste dos EUA concentram todos os exemplos de interação com a Klan, seriam os adventistas no Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Califórnia que expressariam preocupações significativas, alertando os membros sobre as implicações raciais e xenofóbicas da Klan.
Contudo, enquanto o adventismo estadunidense abraçava sua versão particular de fundamentalismo, o próprio adventismo havia mudado profundamente. E enquanto as razões para isso são sem dúvida complexas, no mínimo, o fundamentalismo adventista seria um canal significativo para ajudar a atrair alguns adventistas para a segunda onda da Klan.
Notas:
1.↑ Uma versão anterior deste artigo foi apresentada para a American Society of Church History, no dia 9 de janeiro de 2022. Eu sou grato a muitos pesquisadores que me deram contribuições e enriqueceram este artigo. Eu devo especialmente a vários acadêmicos adventistas, Gilbert M. Valentine, Jonathan Butler, Ron Graybill, e Lawrence Geraty, por suas contribuições como parte de seu grupo de leitura. Agradecimentos especiais a Matthew J. Lucio do podcast Adventist History por seu feedback construtivo. Agradecimentos adicionais a Benjamin Baker e Kevin M. Burton por sua ajuda na localização de fontes. Também sou grato aos funcionários dos arquivos na Coleção Histórica da Baylor University Texas e das coleções especiais em Austin pelo suporte na localização de materiais da Ku Klux Klan em suas coleções. Agradecimentos especiais à Bolsa Sicher para Desenvolvimento Docente da Southwestern Adventist University, que possibilitou as viagens a estes arquivos.
2.↑ Baseado em uma entrevista feita por Buster Swoopes, Jr., com Billy Wright, Southwestern Adventist University Martin Luther King, Jr., Day Assembly, 20 de janeiro de 2020.
3.↑ Cf. J. Russell Hawkins, The Bible Told Them So: How Southern Evangelicals Fought to Preserve White Supremacy (New York: Oxford University Press, 2021).
4.↑ Hawkins, The Bible Told Them So, 5.
5.↑ Nota da tradutora: Bob Jones University era uma universidade cristã, fortemente a favor da segregação racial, que excluía completamente os estudantes negros até 1971, e de 71 a 75 admitia apenas estudantes negros casados, para evitar relacionamentos interraciais. Até 1970, a Receita Federal Americana (IRS) concedia o status de isento de impostos a faculdades religiosas independentemente de suas posições em assuntos raciais. Porém a partir dos anos 70, o IRS começou a revogar este status das universidades que não erradicassem a discriminação racial. Bob Jones se recusou a participar da integração.
6.↑ Para um panorama útil desses desenvolvimentos, veja Randall Balmer, Bad Faith: Race and the Rise of the Religious Right (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2021).
7.↑ F. D. Nichol, “Unity in the Faith,” Review and Herald, 29 de abril de 1965: 12. Nichols cita uma “abordagem distintamente adventista” às manifestações por liberdade, explicando que adventistas deveriam evitá-las; Calvin Rock, email ao autor, 22 de janeiro de 2022.
8.↑ Samuel G. London, Jr., Seventh-day Adventists and the Civil Rights Movement (Jackson, MS: University Press of Mississippi, 2010); Calvin Rock, Protest and Progress: Black Seventh-day Adventist Leadership and the Push for Parity (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2018).
9.↑ Um email de um líder da Divisão Norte-Americana sob condição de anonimato documenta bem o conflito nos anos 1980 contra algumas congregações no sul estadunidense, que continuavam a dar apoio financeiro à Ku Klux Klan. email em posse do autor.
10.↑ Brian E. Strayer, First General Conference President, Circuit-Riding Preacher, and Radical Reformer (Nampa, ID: Pacific Press, 2018). Nota do editor: “Underground Railroad” é o nome dado a uma rede de caminhos subterrâneos e esconderijos que ajudou milhares de escravizados a fugirem das fazendas e plantações do sul dos EUA em direção ao norte e ao Canadá, onde poderiam ser livres.
11.↑ James White, “The Nation,” Review and Herald, 12 de agosto de 1862: 84, https://documents.adventistarchives.org/Periodicals/RH/RH18620812-V20-11.pdf.
12.↑ Robert W. Olson, “Southern Baptists’ Reactions to Millerism,” (tese de doutorado, Southwestern Baptist Theological Seminary, 1972).
13.↑ Stanley D. Hickerson, “Was Eri L. Barr the First Black Adventist Minister?” Adventist Review, 7 de abril de 2015, https://adventistreview.org/news/was-eri-l.-barr-the-first-black-adventist-minister/; veja também, Benjamin Baker, Encyclopedia of Seventh-day Adventism, s.v. “Barr, Eri L.,” https://encyclopedia.adventist.org/article?id=8CDT [accessed 1/23/22].
14.↑ Mark A. Noll, A History of Christianity in the United States and Canada, 2ª ed. (Grand Rapids, MI: William B. Eerdmans, 2019), 365.
15.↑ Philip Jenkins, The Great and Holy War: How World War I Became a Religious Crusade (New York: HarperOne, 2014), 211.
16.↑ Eu peguei a ideia emprestada de Geoffrey R. Treloar, The Disruption of Evangelicalism: The Age of Torrey, Mott, McPherson and Hammond, A History of Evangelicalism, vol. 4 (Downers Grove, IL: IVP Academic, 2017). Para uma resenha detalhada, veja minha resenha em Andrews University Seminary Studies 56, no. 1 (Spring 2018): 218–220.
17.↑ Bertha Dasher, “Leadership Positions: A Declining Opportunity?,” Spectrum 15, no. 4 (dezembro de 1984): 35–37; Patrick Allen, “The Depression and the Role of Women in the Seventh-day Adventist Church,” Adventist Heritage 11, no. 2 (Fall 1986): 48–54; Bertha Dasher, “Women’s Leadership, 1915–1970: The Waning Years,” in A Woman’s Place, ed. Rosa Taylor Banks (Hagerstown, MD: Review and Herald, 1992), 75–84; Kit Watts, “The Rise and Fall of Adventist Women in Leadership,” Ministry 68, no. 4 (abril de 1995): 6–10; Kit Watts, “Moving Away from the Table: A Survey of Historical Factors Affecting Women Leaders,” in The Welcome Table, eds. Patricia A. Habada and Rebecca Frost Brillhart (Langley Park, MD: TEAMPress, 1995), 45–59; Laura L. Vance, Seventh-day Adventism in Crisis: Gender and Sectarian Change in an Emerging Religion (Urbana, IL: University of Illinois Press, 1999).
18.↑ Nota do editor: as Associações Regionais são Associações para a população negra da IASD estadunidense. Elas existem paralelamente às Associações convencionais, onde se concentram os adventistas brancos, frequentemente em territórios que se sobrepõem.
19.↑ Essa saga foi bem documentada por Douglas Morgan, Change Agents: The Lay Movement that Challenged the System and Turned Adventism Toward Racial Justice (Oak & Acorn Publishing, 2020).
20.↑ Edward J. Blum e Paul Harvey, The Color of Christ: The Son of God and the Saga of Race in America (Chapel Hill, NC: University of North Carolina Press, 2012), 84.
21.↑ Veja essa publicação do blog Adventist Sabbath Studies, que cita fontes dos anos 1930 sobre o desenvolvimento dessa tradição: https://sermonsandstudies.wordpress.com/2012/06/25/painting-of-jesus/ [accessed 1/3/22]. Isso também está baseado em minha experiência trabalhando para o White Estate, reunindo tradições orais dos anos 1990.
22.↑ Nota do editor: Grande Ciclope era o título dado ao líder máximo de um núcleo local da Ku Klux Klan.
23.↑ “The Preacher Gets ‘Em and Tells It to ‘Em Straight,” Oklahoma Herald, 11 de dezembro de 1923: 1.
24.↑ “Beneath a Cross Klansman Sleeps,” Oklahoma Herald, 15 de agosto de 1922: 1.
25.↑ [Milton C. Wilcox], “Christianity and Secret Societies,” Signs of the Times, 18 de maio de 1904: 6.
26.↑ Sanford B. Horton, “Study for the Missionary Volunteer Society: The Civil War and the Reconstruction Period,” The Youth’s Instructor, 27 de julho de 1909: 13.
27.↑ Cf. “The Modern Ku Klux Klan,” The Educational Messenger, Julho de 1922: 27, que nota a prevalência da Klan e a principal preocupação expressa é a de que seja um esquema para ganhar dinheiro.
28.↑ [Alonzo] B[aker], “More Catholic Testimony,” Signs of the Times, 17 de julho de 1923: 5.
29.↑ “The Modern Ku Klux Klan,” The Educational Messenger, Julho de 1922: 27.
30.↑ Veja a nota em Field Tidings, 6 de jan. de 1926: 4.
31.↑ “Practising [sic] What We Preach,” Review and Herald, 24 de novembro de 1921: 14.
32.↑ “To Hold Others in Check,” The Youth’s Instructor, 18 de outubro de 1921: 11.
33.↑ “Do All Roads Lead to Rome,” Columbia Union Visitor, 30 de agosto de 1923: 7.
34.↑ W. E. Barr, “Ku Klux Gives Donation,” Southwestern Union Record, 16 de maio de 1922: 5.
35.↑ Esse esforço de reavivamento em particular foi lembrado por muito tempo. Veja o registro dessa história em “We’ve Never Had So Many Baptized,” The Ministry, Novembro de 1973, https://www.ministrymagazine.org/archive/1973/11/weve-never-had-so-many-baptized.
36.↑ “With the Ku Klux Clan [sic],” The Sligonian, Março de 1922: 23.
37.↑ A. W. Spaulding, Lights and Shades in the Black Belt, manuscrito não publicado, 62–67, https://documents.adventistarchives.org/Books/LSBB.pdf.
38.↑ S. B. Horton, “The Parochial School Issue,” Lake Union Herald, 27 de setembro de 1922: 3.
39.↑ [C. V. McVagh], “Ku Klux Klan,” The Canadian Watchman, Maio de 1921: 4–5.
40.↑ [C. M. Snow], Editorial, Signs of the Times [Australiano], 2 de abril de 1923: 4.
41.↑ Philip Jenkins, The Great and Holy War: How World War I Became a Religious Crusade (New York: HarperOne, 2014), 211.
42.↑ “Adventists Put Klan on Black List,” Los Angeles Times, 27 de maio de 1925: 28.
43.↑ Cf. Felix Harcourt, Ku Klux Kulture: America and the Klan in the 1920s (Chicago: University of Chicago Press, 2017); Kelly J. Baker, Gospel According to the Klan: The KKK’s Appeal to Protestant America, 1915–1930 (Lawrence, KS: University Press of Kansas, 2011).
44.↑ William Rawlings, The Second Coming of the Invisible Empire: The Ku Klux Klan of the 1920s (Macon, GA: Mercer University Press, 2016), 1.