Vídeo de Mark Finley, recebido de diferentes formas no Brasil, nos EUA e nas Filipinas, reacende debate sobre perfeccionismo e reforça tensões na Igreja Adventista global
Por Stanton Witherspoon, com contribuições de André Kanasiro e Felipe Carmo | Matéria traduzida do original em inglês por André Kanasiro para a revista Zelota. Este artigo é uma continuação de “A última geração perfeita de Mark Finley”.
Já fazem quatro semanas desde que Mark Finley, o famoso televangelista estadunidense da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD), publicou um sermão a respeito do que ele chamou de “geração final”. Desde então, o debate a respeito da teologia de última geração (TUG) se intensificou por toda a comunidade adventista global. O vídeo — chamado originalmente de “Por que a teologia de última geração é BÍBLICA” e posteriormente renomeado para “A verdade sobre a geração final (não é o que você pensa)” — circulou rapidamente em grupos de WhatsApp, no Facebook, e em canais de comentaristas no YouTube.
Embora Finley não tenha defendido a TUG abertamente, sua primeira fala — “A Bíblia faz uma previsão impressionante de que, no fim dos tempos […] Deus terá um grupo de pessoas cujas vidas vão refletir plenamente o caráter de Cristo” — conectou sua mensagem a uma velha discussão dentro do adventismo, marcada por críticas acadêmicas, cautela pastoral, e a experiência de pessoas reais.

A grande quantidade de reações ao vídeo de Finley se deve em parte à sua influência global de longa data. De 1991 a 2004, ele atuou como o diretor e orador do Está escrito, um programa de estudos bíblicos com alcance internacional que foi transmitido em várias redes de televisão, como a Trinity Broadcasting Network e o Hope Channel. Seus programas alcançaram milhões, e posteriormente foram traduzidos para várias línguas, ajudando a estabelecê-lo como uma das vozes públicas mais conhecidas no adventismo. Anos depois, ele passou para a liderança denominacional como vice-presidente da Associação Geral (AG), secretário geral de campo, e diretor do Centro para Evangelismo Global.
A proeminência global de Finley ainda tem conexão com grandes campanhas internacionais que passaram mais de uma década moldando o evangelismo adventista. Há, por exemplo, a campanha NET ’95, que foi pioneira na distribuição via satélite a nível continental na América do Norte. Em seguida, a NET ’96 expandiu globalmente o modelo da 95, transmitindo o programa em 13 idiomas e envolvendo aproximadamente 2.200 igrejas em 45 países diferentes, com mais de 30.000 batismos reportados na conclusão da série.
A iniciativa seguinte de Finley, ACTS 2000, foi de 1999 a 2001; ele conduziu dez séries transmitidas globalmente via satélite, alcançando uma audiência combinada de aproximadamente três milhões de pessoas. Outros empreendimentos envolvendo vários países — inclusive as campanhas recentes do Hope for Africa — expandiram ainda mais a visibilidade dele por todo o continente. Ao longo do tempo, mais de 100 séries evangelísticas, dezenas de livros, e seu cargo recente como assistente especial de Ted Wilson, ex-presidente da AG, consolidaram a autoridade de Finley na denominação.
Com tanta influência e prestígio, o sermão recente de Finley chamou atenção imediatamente. E, visto que ele vai falar na convenção iminente do Geração. Juventude. Cristo. (GYC) — um evento fundado em 2002 que agora atrai milhares de jovens adultos todos os anos e, conhecido por seu fervor revivalista, apresenta ocasionalmente mensagens que flertam com a TUG — o momento de publicação do sermão atraiu ainda mais interesse.
Para alguns, a controvérsia em torno da TUG não é abstrata. Um ex-líder da GYC contou à Spectrum que suas experiências com certos ambientes ministeriais moldados pelo perfeccionismo deixaram feridas espirituais e psicológicas profundas. O indivíduo descreveu uma cultura de fiscalização implacável — “atormentado durante o dia devido ao comprimento do seu vestido e torturado durante à noite devido aos mais insignificantes pecados imaginários” —, assim como inconsistência institucional, má conduta pastoral, e os efeitos duradouros da pressão religiosa centrada na performance individual. Esta história, embora seja de uma única pessoa, demonstra que os debates a respeito da TUG não são meramente teológicos — eles afetam as vidas de todos criados dentro desses sistemas.
Os EUA, entretanto, não são a única região na qual a TUG é interpretada ou contestada. Conforme argumentado por um defensor da TUG em um vídeo de reação, o conceito tem existido há mais de um século em “bolsões” — ministérios independentes, grupos de estudo, sessões de debate do GYC, e palestras no YouTube — mas nunca chegou totalmente à “maioria inicial” da liderança denominacional. O comentarista também sugeriu que essa mudança não começou com Finley, mas sim com “sinais de permissão” enviados durante a presidência de Ted Wilson, que costumava citar Ellen G. White para falar da preparação para o fim dos tempos, obediência, e perfeição de caráter em sermões, palestras em concílios anuais e iniciativas de reavivamento. O vídeo conclui que a ênfase de Wilson criou um clima no qual conceitos simpáticos à TUG tornaram-se mais aceitáveis no discurso oficial, mesmo que o termo permaneça controverso.
Somados, esses fatores intensificaram a atenção global da TUG. E, como o adventismo é uma denominação global com diferentes culturas teológicas, o sermão de Finley foi recebido de formas diferentes em seus territórios, como América do Sul, Ásia e América do Norte.

Brasil: a TUG como expressão familiar de “reavivamento”
Na América do Sul, particularmente no Brasil, o sermão de Finley foi menos um tópico de controvérsia e mais de confirmação. Dentro de horas após sua publicação, surgiu no YouTube uma versão dublada em português por IA, publicada pela vlogueira Adriana Maia, apoiadora de longa data do GYC Brasil. A republicação reflete uma realidade mais ampla: na América do Sul, a TUG circula tranquilamente na cultura jovem revivalista, e é promovida por uma rede de ministérios independentes — tais como o Ministério Terceiro Anjo, um dos grupos com mais influência entre os divulgadores da TUG. Embora a origem do GYC Brasil remonte a 2019-2020, as raízes do movimento se estendem até 2012-2013, quando houve uma primeira tentativa de lançar uma franquia brasileira do GYC através de líderes conectados ao Ministério Terceiro Anjo e ao Instituto de Educação e Saúde de Taquara. Essa primeira iniciativa, chamada de Congresso Missionários Voluntários, se desmanchou devido a conflitos internos e disputas teológicas, e seu diretor, Daniel Silveira, foi removido da IASD em 2019.
Com seu ressurgimento em 2019-2020, o GYC Brasil reconstruiu lentamente sua credibilidade com instituições adventistas oficiais. Desde então — exceto durante a pandemia de COVID-19 — sua conferência anual tem sido realizada em campus educacionais adventistas, sinalizando confiança institucional renovada. Em 2024, a conferência anual do GYC Brasil quase foi barrada no UNASP Engenheiro Coelho, e seus administradores só aprovaram a realização do programa sob a suposição de que o evento tinha vínculos formais com a Divisão Sul-Americana (DSA). No fim das contas, o único participante da DSA foi Adolfo Suárez, que na época dirigia o Seminário Adventista Latino-Americano (SALT). Da mesma forma, a conferência de 2025 no Instituto Adventista Brasil Central foi cancelada e quase realocada para um estabelecimento não adventista. O evento, então, foi reagendado para seis meses mais tarde, no Instituto Adventista de Ensino de Santa Catarina.
A despeito dessas complexidades, o GYC Brasil segue atraindo apoio de líderes adventistas notáveis, como Vanderlei Dorneles, que participou de transmissões ao vivo e GYC Talks. Dorneles é professor no UNASP Engenheiro Coelho e coordena o mestrado em teologia do centro universitário. Para a conferência deste ano, agendada para 18-21 de dezembro, o pastor Michelson Borges — um dos editores mais influentes na Casa Publicadora Brasileira, conhecido por passar as duas últimas décadas promovendo interpretações conspiracionistas de profecias bíblicas — promoveu publicamente o encontro do GYC Brasil pela primeira vez, embora já tivesse aparecido em GYC Talks e transmissões ao vivo. Neste ano, o GYC Brasil vai oferecer um passeio por sítios históricos adventistas no Brasil, em parceria com a agência de viagens Mapa na Mão, que pertence a Débora Borges, esposa de Michelson, e conduzida por Michela Borges, irmã do pastor.

Filipinas: conflitos eclesiásticos intermináveis
Nas Filipinas, a recepção da TUG tem sido muito diferente. Esta teologia tornou-se uma fonte de conflitos intermináveis nas igrejas locais.
Andrew Burrows, um pastor que atua na Missão Cavite, contou à Spectrum que a TUG criou problemas sérios na IASD do norte das Filipinas. Segundo o pastor, vários pregadores leigos na região foram muito influenciados por ministérios independentes dos EUA. “Essa teologia da última geração é um grande problema nas Filipinas,” disse Burrows. “Muitos membros leigos têm conexão com o pastor Stephen Bohr e David Gates. Eles foram treinados pela Amazing Facts em Manila, e agora são nossos debatedores leigos.”
Burrows explicou que esses pregadores leigos, encorajados por vários programas de treinamento — incluindo alguns que trouxeram pastores dos EUA para as Filipinas — introduziram formas extremas e polêmicas de TUG nas igrejas locais. Isso forçou as missões e associações no território da união a lidar com vários conflitos eclesiásticos. “Toda associação e missão na União-Associação Filipina Norte lidou com esse tipo de coisa, e teve problemas sérios com essa questão em suas igrejas,” disse Burrows.
Já na Missão Cavite, localizada na província filipina de Cavite, a liderança tomou uma atitude mais decisiva. Segundo Burrows, como Adriel Gavenia, presidente da missão, estudou pessoalmente o assunto, a maior parte dos pregadores leigos que promoviam a TUG foram proibidos de pregar nas igrejas de Cavite. “A Missão Cavite — graças ao apoio do Pr. Gavenia e aos seus próprios estudos — impediu a maior parte desses membros leigos de pregar em Cavite.”
Nos EUA: pesquisas, traumas e limites institucionais
Na América do Norte, a TUG tem sido há muitas décadas o assunto de análises acadêmicas, debates pastorais e orientação administrativa. A publicação do sermão de Finley chamou atenção nesta região porque vai de encontro a um conjunto consolidado de pesquisas e debates dentro das instituições denominacionais, assim como as experiências vividas por pessoas criadas dentro de movimentos revivalistas nos quais se enfatizava a TUG.
O livro God’s Character and the Last Generation (“O caráter de Deus e a última geração”) segue sendo a crítica institucional da TUG com mais influência. Neste trabalho, acadêmicos como Jiří Moskala e John Peckham, da Universidade Andrews, argumentam que a TUG está centrada na performance humana ao invés da obra de expiação de Cristo — uma conclusão reforçada por Jud Lake, professor da Universidade Southern, em sua resenha.
A força dos esforços acadêmicos contra a TUG significa que o sermão de Finley levou imediatamente a questionamentos em meio a pastores e administradores que estão comprometidos com a construção de debates teológicos no seminário.
Como o GYC é frequentemente associado a um revivalismo apocalíptico que clama por comprometimento total, a Spectrum contatou indivíduos que já estiveram na liderança da organização para obter contexto a respeito da relação entre o movimento e a TUG ao longo da história.
Um ex-líder proeminente do GYC — que solicitou anonimato — deu um relato extenso de dificuldades pessoais e profissionais vividas em contextos ministeriais que enfatizavam a TUG. O indivíduo descreve pressões relacionadas a expectativas sobre estilo de vida, ambiente de trabalho, e normas da comunidade. Este depoimento foi concedido voluntariamente, e descreve a perspectiva de uma única pessoa, não um padrão geral no GYC e suas ramificações.
“Eles sempre perguntam ‘O que é pecado?’ e ‘Por que Jesus espera tanto?’ Eu posso responder,” começou ele.
“Quando, desde o início da infância, você é atormentado durante o dia devido ao comprimento do seu vestido e torturado durante à noite devido aos mais insignificantes pecados imaginários; quando você é ensinado a confessar o consumo de chocolate como se estivesse traindo o Calvário, enquanto a reforma alimentar é proclamada a plenos pulmões por homens com obesidade mórbida; quando, sendo um jovem adulto, você é moldado por uma cultura de pureza evangélica que inspeciona adornos, vestimentas, e cabelos de jovens mulheres com um zelo perverso, enquanto os homens que publicam os decretos usam perucas, implantes capilares e até Botox; quando você é pressionado a abandonar o ensino superior formal rumo ao “plano original” e, então, descobre que os filhos dos líderes da ASI se formam nas melhores universidades adventistas — e instituições de elite do mundo — enquanto você permanece inempregável, mesmo nas empresas das pessoas que exigiram o seu sacrifício; quando você se forma em “escolas bíblicas” e passa fome como obreiro bíblico em congregações cruéis que acreditam na teologia da última geração; quando você assume dívidas impagáveis para estudar massagem e vai trabalhar em salões que se aproveitam da sua vulnerabilidade; quando, nos seus melhores anos para trabalhar, você recebe salários miseráveis por instituições que pregam o sacrifício no púlpito enquanto seus líderes ganham milhões fora dele; quando você escuta sermões no sábado que condenam os males dos esportes, sendo que os pregadores embarcam em seus aviões particulares no domingo e levam futuros funcionários para partidas de beisebol; quando você se entrega de corpo e alma para construir espaços e promover esses líderes dissidentes, e de repente não é mais bem-vindo para pregar por conta de picuinhas; quando você percebe que todas as políticas e diretrizes da organização são projetadas para arrancar o seu melhor enquanto te entrega o pior que ela pode oferecer; quando você ora para ser liberto da tentação, mesmo enquanto sua esposa é assediada sexualmente todos os dias na sala de um dos líderes; quando você observa sua esposa carregar expectativas que nenhum ser humano é capaz de suportar e te pedem que sacrifique o estupro da sua filha menor de idade “pelo bem da causa”; quando você cria seus filhos no interior em busca de uma vida santa e, então, eles fogem para qualquer outra pessoa — e qualquer outro lugar — que não mede seu valor pela régua cruel da perfeição da TUG; quando você se retira para buscar Deus na natureza e seu líder ministerial dorme com sua esposa, sua filha, ou ambas; quando seus anos trabalhando te reduzem a uma engrenagem dispensável numa máquina santa, e sobreviventes de abuso sexual e espiritual ouvem que sua agonia é rebelião; quando você vê a TUG deixar almas sinceras à míngua, com uma casca vazia de performance exterior, enquanto nega a elas o amor vivo de Cristo; quando uma publicação adventista denuncia ações sórdidas por líderes importantes no campus, assim como uma tentativa de abafar o caso que faria anjos vomitarem, e o resultado é uma turma inteira escolhendo outra universidade adventista ao invés do seu colégio modelo em TUG; quando mais da metade dos seus alunos e funcionários foge, não do mundanismo, e sim de uma santidade sufocante; quando, frente a este êxodo em massa, o presidente da Associação Geral chega, não para ajudar os feridos, e sim para defender a instituição que causou os ferimentos e a teologia por trás dela; quando as esposas de ex-líderes da AG ocupam assentos no conselho e fazem vista grossa para tudo enquanto seus maridos pregam a TUG e a breve volta de Jesus; quando, após passar uma vida se sacrificando no trabalho, você é descartado sem poupança, sem pensão, sem seguridade social, e ouve “Deus te abençoe”; quando a autopreservação espiritual é mais importante que o amor abnegado pelos perdidos; você finalmente percebe, com uma clareza terrível e inabalável, que a função desta teologia não é preparar um povo para Jesus, e sim esmagar um povo sob o peso do pecado, medo, hipocrisia e desespero; você finalmente compreende que este evangelho, te consumindo por dentro e te assombrando por fora, celebrando os poucos confiantes de que estarão entre os 144.000 enquanto imolando todo o resto, não é evangelho nenhum; é então que, finalmente, você entende que trabalhou e correu em vão, e é então que você, finalmente, compreende por que Jesus espera tanto.”
Um segundo ex-líder do GYC que foi contatado para confirmar a história da organização começou respondendo que “a natureza divisiva da TUG tinha se tornado um fardo” para o movimento, o qual deixou de se envolver nos debates recentes. Após pedir algum tempo para orar, o indivíduo não teve mais comentários e pediu para permanecer neutro no assunto — algo que demonstra o quanto o tópico é sensível entre os líderes de movimentos jovens revivalistas.
O debate na América do Norte também inclui atenção a figuras cujos sermões destacam temas associados à TUG. Um deles é Stephen Bohr, um pregador adventista nascido no Wisconsin e criado na Venezuela e na Colômbia. Bohr chegou a ensinar teologia na Corporação Universitária Adventista da Colômbia, em Medellín, antes de atuar em vários cargos pastorais e administrativos. Ele é atualmente o presidente e orador do Secrets Unsealed (“Segredos revelados”), um ministério de apoio que produz materiais didáticos sobre interpretação bíblica e temas escatológicos.
A influência de Bohr, no entanto, também alarmou vários níveis institucionais. Segundo emails internos da Associação Potomac, obtidos pela Spectrum em 2023, Bohr foi proibido de falar nas igrejas do território desde 2023, devido a preocupações com sua divulgação da “teologia da liderança masculina”, seu alinhamento aberto com a “TUG”, uma “atitude crítica” persistente e um padrão documentado de “polarização”. “A teologia da última geração […] tem sido há muitos anos um flagelo em nossa igreja,” afirma o email. “Ela tira a graça do cenário e é muito focada em obras.” A associação também observou que até mesmo uma reunião promovida por Bohr em um hotel — e não numa igreja — levou à censura de um ancião e a novas tensões locais, reforçando por que a proibição era necessária.
Rumo a Orlando

Conforme continuam os debates em torno do sermão de Finley nas comunidades adventistas globais, a atenção agora passa para a convenção iminente do GYC em 2025, a ser realizada em Orlando, Flórida. Milhares de jovens adultos estarão presentes para participar de estudos bíblicos, seminários, atividades para a comunidade e cultos.
Os convidados deste ano incluem líderes denominacionais, pastores, acadêmicos, profissionais de saúde e de mídia, o que reflete o amplo leque de vozes que moldam o ministério jovem contemporâneo na IASD.
Entre os oradores estão Justin Kim, cofundador do GYC, Stephen Waterbrook, Jermaine Gayle, e David Wright, assim como vários seminários conduzidos por Finley, Erhard Gallos, Mark Howard, Eric Walsh, Scotty Mayer, Carlos Muñoz, Christian e Heidi Martin, entre outros. Sua participação chama mais atenção à reunião deste ano, especialmente após a discussão sobre TUG que foi desencadeada após o vídeo recente de Finley.





