Assembleia do dia 8 de julho teve debates sobre dízimos, discussões acaloradas e baixo número de participantes, indicando o esgotamento dos delegados
Por Andrew Francis | Traduzido e adaptado do original em inglês por André Kanasiro para a revista Zelota. Republicado em colaboração com SPECTRUM: o periódico e website do Adventist Forum desde 1969. www.spectrummagazine.org
Na terça-feira, dia 8 de julho, os delegados da Assembleia da Associação Geral (AG) passaram seu quinto dia de reuniões fazendo emendas ao Manual da Igreja e debatendo 14 moções distintas em vários tópicos. A comissão de nomeações, presidida por John Wesley Taylor V — o presidente da Universidade Andrews — apresentou nomeações para secretários e tesoureiros de divisão, diretores departamentais da AG, e diretores das corporações da AG. Embora a comissão executiva tenha decidido sobre vários tópicos administrativos e aprovado três chapas de nomeados, as deliberações do dia claramente revelaram tensões e frustrações.
Uma indicação da fatiga deliberativa dos delegados foi sua rapidez em “retornar à questão”, exigindo um voto imediato para encerrar ou não o debate a respeito de moções específicas. Ao longo dos primeiros dias de assembleia, isso acontecia após vários delegados terem falado em moções na plenária. No entanto, na assembleia desta terça-feira, houve duas vezes em que o primeiro delegado a falar fez uma moção para retornar à questão, e, todas as dez vezes em que um delegado fez uma moção para retornar à questão, a plenária votou para encerrar o debate.
Nem todos os delegados gostaram da pressa com a qual as discussões prosseguiram. Alfred Soares, delegado da AG, protestou: “Não é uma boa prática ir primeiro ao microfone e retornar à questão,” disse ele após delegados fazerem isso duas vezes seguidas.
O parlamentar Todd McFarland respondeu agressivamente a uma questão de Wendy Engelmann, uma delegada da Divisão Intereuropeia (EUD), a respeito de como o presidente da assembleia estava conduzindo a reunião. “Dá para ver quem assistiu o vídeo [de orientação] e quem não assistiu,” disse ele.
Mais tarde, Martina Emrich, delegada da EUD, e Timothy Standish, delegado da AG, criticaram a observação grosseira de McFarland em suas falas. Emrich disse que os comentários de McFarland foram “muito desrespeitosos e devem ter magoado esta delegada.” Ela pediu que o parlamentar se desculpasse diretamente com Engelmann. Guillermo Biaggi, que também presidia a sessão, tentou minimizar o pedido e seguir em frente, mas Standish então foi ao microfone e disse que Biaggi e McFarland deveriam “responder apropriadamente”. Biaggi respondeu dizendo que McFarland “já tinha respondido a pergunta”, e prosseguiu sem se desculpar.
Standish entrou em outro confronto verbal desagradável quando Nikolas Damian Borges Vasconcelos, um delegado da Divisão Sul-Americana, apontou para os microfones onde Standish e outro delegado tinha comentado várias vezes, dizendo que os delegados naqueles microfones estavam “desperdiçando o tempo dos outros”. Standish imediatamente se levantou e questionou se o comentário de Vasconcelos era apropriado.
O dízimo foi parte importante da agenda do dia, pois os delegados decidiram se o Manual da Igreja deveria receber uma emenda para incluir o dízimo como exigência para ocupar cargos na igreja. Vários delegados falaram contra tal imposição. Kaylee van Schalkwyk, delegada da Divisão do Pacífico Sul, falou contra a modificação, sugerindo que esta política criaria impedimentos para desempregados e estudantes participarem como líderes na igreja.
Steve Palmer, um delegado da Divisão Transeuropeia, observou que há um “problema fundamental mais profundo na nossa igreja”, já que questões de dízimo e dinheiro exigem um foco tão repetitivo e proeminente. A despeito da oposição, a moção passou com uma clara maioria.
Vários delegados enfatizaram a importância de ministérios específicos para jovens adultos, fazendo deste assunto um tópico importante de deliberação.
Durante a parte da tarde, a delegada Sonja Cartwright, da Divisão Norte-Americana, notou a falta de delegados que fossem jovens adultos na Assembleia da AG, e tentou fazer uma moção para distinguir mais claramente jovens de jovens adultos no Manual da Igreja. Thomas Lemon, que presidia a reunião, disse que isso poderia ser considerado no futuro, mas “não poderia ser feito hoje”.
O contencioso dia de assembleia terminou com os delegados aprovando o relatório da comissão de nomeações para diretores de corporações da AG: Erton Köhler, Timothy Aka, Audrey Andersson, Paul Douglas, Sabrina DeSouza, Gary Krause, Thomas Lemon, Richard McEdward, Hensley Moorooven, Gideon Mutero, Pierre Omeler, Josue Pierre, Karen Porter, Hector Reyes, Saw Samuel, J. Raymond Whalen II, e James Winegardner. Todos os 17 já estavam antes em cargos da AG ou de divisão, e foram aprovados por mais de 98% dos delegados. No entanto, esta foi a primeira vez durante a Assembleia da AG de 2025 em que menos de 1000 delegados votaram; mais uma indicação clara da exaustão dos delegados após a longa agenda do dia.
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