No "dia do Ancião", a igreja precisa aceitar o sufixo feminino, pois a ordenação das mulheres ao ancionato tem respaldo na Bíblia e nas políticas eclesiásticas adventistas, embora seja deliberadamente pela liderança
A questão da ordenação feminina ao ancionato, na Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD), é tão festiva e carnal quanto o carnaval brasileiro: ela recebeu o “abre alas” honroso de Josephine Benton, primeira anciã ordenada na instituição, mas seguiu um enredo duvidoso no sambódromo adventista, por acariciar discursos sexistas. No fim, ficou evidente que a festa em torno dessa temática não passava de mais um desfile da “Escola de Santos Excludentes da Asa Sul”, com suas fantasias bem elaboradas em seus barracões; e, atualmente, em plena quarta-feira de cinzas, a IASD tenta aos poucos se redimir de suas escolhas carnais.
A IASD possui, em seu calendário, uma data reservada para o reconhecimento dos bons serviços prestados à causa da igreja pelos anciãos, diretores e diretoras da Igreja. Geralmente essa data é estabelecida para o terceiro sábado de junho de cada ano. Neste ano, 2021, será amanhã, 19 de junho. Segundo a IASD, os anciãos
“devem ser reconhecidos pela igreja como fortes líderes espirituais e devem ter boa reputação tanto na igreja quanto na comunidade. Na ausência do pastor, os anciãos são os líderes espirituais da igreja e por preceito e exemplo devem procurar conduzi-la a uma experiência cristã mais profunda e completa”.1
“devem ser possuidores da capacidade de dirigir a igreja em seus cultos, na palavra e doutrinas, sem pré-requisito de serem bons oradores, mas sim em ‘sua vida consagrada e de suas habilidades para liderança’”.2
A IASD também reconhece que “pode não haver ninguém que possua a experiência e as qualificações para servir como ancião. Em tais circunstâncias, a igreja deve eleger uma pessoa para ser conhecida como ‘diretor de igreja’”.3
A Divisão Sul Americana (DSA) para a IASD, no dia 09 de novembro de 2020, votou a criação de uma comissão que visa fortalecer o papel do ancionato, formada por 19 pessoas, entre homens e mulheres, com três objetivos principais para estudo: (1) detectar e direcionar as necessidades prioritárias e demandas do ancionato; (2) desenvolvimento de uma proposta para o crescimento do ancionato no contexto pós-pandemia; e (3) ampliação e abrangência do ancionato com a participação de mulheres.
Para a leitora desatenta, há a impressão de que o carnaval finalmente chegou, e que as mulheres possuem espaço garantido para desfilar no sambódromo adventista. No entanto, uma leitura mais crítica do enredo “ordenação feminina ao ancionato”, na história da IASD, nos conduz à cautela, e nos obriga a elucidar o assunto a fim distinguir as verdadeiras recompensas. E como diria Chiquinha Gonzaga, “eu não quero rosas, porque não há rosa que não tenha espinhos”.
Josephine Benton, a “Abre Alas”
“Eu sentava e ouvia os sermões de meu pai e sempre soube que, se tivesse nascido menino, teria sido um ministro. Mas esse caminho não parecia aberto para mim”, declarou a Dra. Josephine Benton a Taashi Rowe, em entrevista ao The Visitor Magazine. Filha do pastor e evangelista adventista A. C. Griffin, Josephine iniciou seu ministério na década de 1960, como professora de oratória para pastores aspirantes na Washington Adventist University, e nos anos iniciais da década seguinte. Já como professora, conciliou seu trabalho com os estudos de grego, hebraico e o ministério pastoral no Wesley Theological Seminary, que na época ficava em Takoma Park.
De acordo com a Spectrum Magazine, em um encontro com o Pr. Dale Hannah, à época pastor sênior da Sligo SDA Church, Josephine disse: “Se algum dia você quiser uma mulher em sua equipe pastoral, me avise”, certa de que ele acharia graça em sua fala. Mas ele a surpreendeu com sua resposta: “Você está falando sério? Tenho tentado arranjar uma mulher para minha equipe.” O pastor sênior de Sligo Church, Bill Loveless, já tinha lhe convidado anteriormente, junto a outros professores do Columbia Union College, para fundar classes de educação para adultos nas dependências da comunidade. Com tempo e sucesso, alugaram uma igreja em Washington, DC. Em conversa com a Spectrum, Josephine relembra:
“Quando chegou a hora de nossa igreja ser organizada para ingressar em uma Associação, foi necessário que tivéssemos uma comissão de nomeações e escolhêssemos os oficiais da igreja. Suponho, que como já éramos um grupo integrado e acostumado a aceitar pessoas diferentes de nós, além do fato de termos trabalhado muito para estabelecer esta congregação – seguindo o modelo da liderança pastoral de meu pai, suponho, e orando sinceramente a Jesus para nos ajudar a nos tornar o tipo de igreja que poderia glorificar Seu nome – a comissão de nomeações da Brotherhood SDA Church me escolheu para ser um das anciãs.”
“Os anciãos, é claro, devem ser ordenados. Mas o Pr. Sandefur, presidente da Columbia Union Conference, e o Pr. Quigley, presidente da Potomac Conference Corporation, aparentemente não se sentiram ameaçados. Sem dúvida, tendo buscado conselho, eles vieram no dia em que nossa igreja foi organizada para impor as mãos sobre mim, junto com meu pai, o Pr. Griffin, participando para me ordenar como anciã. Foi uma experiência preciosa!”
Dessa forma, em 1972, Josephine Benton se tornou a primeira anciã ordenada pela IASD, da qual se tem registro. Em 01 de setembro de 1973, tornou-se a segunda pastora associada de Sligo Church, servindo junto a uma equipe de seis ministros, incluindo a Pra. Kit Watts, do ministério de publicações.4 “Parece não haver nenhum registro de uma mulher sendo ordenada como anciã da igreja local em nossa denominação antes dessa época”, relata a Pra. Josephine à Spectrum, e acrescenta: “Espero ter sido fiel na responsabilidade. Existem muitas anciãs agora!”A Pra. Josephine, após ser jubilada, ainda serviu por 19 anos como capelã do Williamsport Retirement Village, em Williamsport, Maryland. Ela teve credencial como capelã, o que a permitiu celebrar casamentos. Sua ordenação como ministra não ocorreu durante sua carreira. Em 2012, a Columbia Union Conference votou pela ordenação sem levar em conta o gênero – muito embora essa escolha já encontrasse respaldo no Regulamento Eclesiastico-Administrativo (REA, B05, L50). Em 16 de fevereiro de 2013, Josephine recebeu credenciais de ministra ordenada emérita pelo presidente da Columbia Union, o Pr. David Weigley.
“Temos falado sobre igualdade no ministério na Columbia Union por 40 anos. É uma vergonha que, quando Josephine Benton era uma pastora associada em Sligo Church (1973-?), e então pastora sênior em Rockville Church (1979-1982), nós, como uma família da igreja, não tivemos a coragem de ordená-la. Não sabemos como nos desculpar como igreja pelo tempo que levamos para reconhecer a contribuição que você [Josephine] e outras mulheres deram ao ministério” disse o secretário executivo da Columbia Union, Pr. Rob Vandeman, antes de premiá-la com o prêmio “Pessoas Notáveis de Honra” (em inglês, Notable Persons of Honor).
“Estou feliz por eles não esperarem até 2015 para fazer isso, porque então eu seria uma mulher muito velha” brincou Josephine aos 87 anos, em 2012, na sua ordenação pastoral. A alegria da Abre Alas de Josephine, contudo, deveria aguardar os eventos posteriores para uma análise criteriosa de suas proporções para a IASD, de uma perspectiva mundial. O enredo que se segue, contudo, não é dos mais animados.
Enredo para o sexismo
O sexismo é discriminação e preconceito relativa ao gênero. Seu princípio se dá por crenças e atos que privilegiam um gênero a outro. Na comunidade religiosa, tais atitudes são determinantes em crenças, cerimônias, aparência, comportamento ou até mesmo em cargos eclesiásticos, como ancionato e direção de igreja, ou menos nos casos de atividades profissionais que implicam nas credenciais e licenças para atuação no ministério pastoral.
O Concílio Anual de 1974, no contexto adventista, traz a expressão que dá nota ao enredo sexista: “o momento não é favorável e nem oportuno”, em que tratou da ordenação de mulheres ao ministério do evangelho. Se repete no Spring Meeting de 1975, que passa a suspender a emissão de licenças ministeriais às mulheres, concedendo apenas “licenças missionárias”, enquanto os homens mantinham suas credenciais de ministro ordenado. Tal reconhecimento já existia às mulheres pastoras da IASD por mais de 100 anos, mesmo que não fosse ainda o ideal da credencial de ministra ordenada. Portanto, os ministros ordenados, dos quais são homens em posição de liderança, tendem a colocar a mulher em uma posição de vulnerabilidade e submissão, o que torna difícil a ocupação de uma posição de poder igual, e independência de qualquer homem. Sabemos que não para por aí.
Abaixo, um infográfico sobre a questão da ordenação de mulheres ao ancionato, na história da IASD, de 1968 até hoje:
A fantasia de inclusão
Como adventistas, somos apresentados às 28 crenças, que devemos aceitar para o batismo, e abraçar a membresia. Mas é a falta de conhecimento das crenças fundamentais que nos levam à desigualdade de gênero no ministério. Na crença 12, por exemplo, somos levados a pensar na igualdade do serviço em harmonia cristã. Somos encorajados a ter e proporcionar relacionamentos com base na igualdade e ministrar a favor das necessidades uns dos outros:
“A igreja foi organizada a fim de cumprir o plano de Deus de encher este mundo com o conhecimento da glória de Deus. Somente a igreja visível pode prover uma série de funções vitais para o cumprimento dessa finalidade.”5
Em face à clareza dessas doutrinas, a insistência da IASD em retardar uma decisão definitiva à ordenação de mulheres ao ancionato soa absurda e injustificável. Corresponderia, por exemplo, a negar a doutrina do sábado, ou duvidar da segunda vinda de Cristo. Quando tais convicções bíblico-teológicas não são aplicadas pela igreja (principalmente por fazer parte do seu corpo doutrinário), resta imaginar que elas permanecem em nossos documentos como uma “fantasia”, apenas para ornamentar o corpo doutrinário.
A crença 14, Unidade no Corpo de Cristo, estabelece que:
“Em Cristo somos uma nova criação; distinções de raça, cultura e nacionalidade, e diferenças entre altos e baixos, ricos e pobres, homens e mulheres não devem ser motivo de dissensões entre nós. Todos somos iguais em Cristo, o qual por um só Espírito nos uniu em uma comunhão com Ele e uns com os outros; devemos servir e ser servidos sem parcialidade ou restrição.”6
Os dons e ministérios espirituais são concedidos pelo Espírito Santo a todos os membros da igreja, em todas as gerações, sendo distribuídos como lhe apraz, atendendo as necessidades de sua igreja “para cumprir as funções divinamente ordenadas”. A crença enfatiza que “Deus dota a comunidade da igreja com dons a fim de prepará-la para o cumprimento da missão”.7
“Alguns cristãos tentam fazer com que todos os demais crentes sejam semelhantes a eles próprios. Esse é um plano humano, não de Deus. O fato de a igreja permanecer unida, a despeito da diversidade de dons espirituais, aponta a natureza complementar dos dons. O fato indica ainda que o progresso da igreja de Deus depende de cada um dos crentes. Deus deseja que todos os dons, ministérios e operações que ocorrem na igreja fundam-se no propósito de construir sobre os fundamentos estabelecidos pela igreja na história. Em Jesus Cristo, a ‘pedra angular’, ‘todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor‘ (Ef 2.20, 21).”8
Anualmente, ou bianualmente, nas igrejas locais, as comissões de nomeação visam eleger os líderes que conduzirão a igreja nos anos seguintes junto ao ministro designado pelo campo. Após a nomeação devidamente votada pela igreja, em uma Reunião Administrativa, os anciãos e diáconos eleitos são conduzidos à cerimônia de ordenação devidamente marcada. O ancião deve seguir as seguintes qualificações:
“responsabilidade de liderança como o primeiro oficial da administração da igreja local. A vida espiritual, pessoal e o caráter do ancião devem ser irrepreensíveis (Tt 1:6). Seu comportamento deve ser sóbrio e moderado. Deve ser hospitaleiro e ter disposição para ensinar. O ancião não deve ser ‘dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento’ (ITm 3:2, 3).”9
“Os requisitos prévios do ancião incluem o chamado de Deus e eleição pela igreja local. Não é requerida aprovação da Associação/Missão. Aqueles que aceitam o chamado de Deus e da igreja para servir devem examinar com cuidado e oração a própria vida, os relacionamentos com os outros e com o Senhor. Os erros devem ser corrigidos e deve ser renovado o compromisso com Cristo e com Sua igreja. Os anciãos devem ser pessoas experientes e sabiamente escolhidas. Mas, uma vez eleitos, a ordenação não deve ser indevidamente postergada.”10
Os anciãos, após a ordenação, “estão autorizados a oficiar em todos os cultos da igreja, na Santa Ceia, dedicação de crianças e cerimónias fúnebres. Eles não podem realizar cerimônias que requerem a ordenação pastoral como cerimônias nupciais e batismais”11, além de poder também presidir reuniões de comissão e reuniões administrativas. No entanto, o Manual da Igreja dá respaldo à realização de batismos em ocasiões específicas, com a autorização do presidente do campo, assim como em partes das cerimônias de casamentos.12
A diversidade é saudável e importante para a igreja, trazendo benefício à congregação. Nem todos os membros pensam igual e ainda assim são qualificados por Deus e guiados pelo Espírito para desempenhar as funções e edificar a igreja com seus dons.13
O destaque da “Unidade do Corpo de Cristo” é que “para realizar sua missão, a igreja necessita da contribuição de todos os dons”, e enfatiza que o seu sucesso não depende de que “todos os membros sejam a mesma coisa e façam o mesmo que os demais; pelo contrário, ele depende de que todos os membros executem as tarefas que Deus atribuiu a cada um”.14
A pungência desses textos, todos afirmados, repetidos e aplicados ao funcionamento da IASD, parecem desaparecer quando o assunto é a ordenação feminina ao ancionato. Confrontados com sua própria crença, algumas lideranças preferem escolher aquelas que mais lhe agradam, ou aquelas que possam apoiar o sexismo nas igrejas locais. É nesse ponto que a “festa carnal” da ordenação de anciãs se arrepende do que conquistou, e se volta às cinzas…
As cinzas
Essa discussão da ordenação feminina ao ancionato não é teológica, pois a igreja já a superou há anos. Se você chegou até aqui e ainda não entendeu qual o verdadeiro motivo para a decisão de não ordenar mulheres como anciãs, recomendo que leia a crença 12; analise todos os documentos e artigos produzidos para estudar o papel da mulher na igreja; o TOSC; as atas; o Manual da Igreja; o Guia para Anciãos; o Guia para Ministro; o REA; e leia tudo que é oficial. Você vai entender que a decisão da DSA sobre o assunto é meramente política. Em desconsideração às mulheres, a igreja não vê problemas em desrespeitar o seu corpo doutrinário e as suas políticas administrativas.
No Guia para Ministros, lemos:
“por ato do Concílio Anual de 1975, reafirmado no Concílio Anual de 1984, tanto homens como mulheres são elegíveis para servir como anciãos e receberem a ordenação para essa posição de serviço na igreja.”
Mas há claramente a divisão do sexo do trabalho (mesmo que nesse caso seja voluntário); a DSA anexa em sua a nota 17, que diz:
“A Divisão Sul-Americana adota a prerrogativa conferida pelo mesmo voto mencionado aqui de não aprovar a ordenação de mulheres como anciãs em seu território.”15
Ou seja, deliberada desconsideração à doutrina. Afinal, dadas as qualificações exigidas para os anciãos, de acordo com o Nisto Cremos, as mulheres adventistas também não são: temperantes, sóbrias, modestas, hospitaleiras, aptas para ensinar, não violentas, inimigas de contendas, não avarentas e com bom testemunho.16 Sem mais argumentos, as mulheres estão mais aptas do que os homens.
Mas como numa quarta-feira de cinzas, a DSA tenta se redimir. Nas palavras do francês Joffre, oficial-general da Primeira Guerra Mundial: “Se as mulheres que trabalham nas fábricas parassem vinte minutos, os aliados perderiam a guerra.” Infelizmente, a criação da comissão para o fortalecimento do papel do ancionato, estabelecida para ser a redenção da DSA; os homens perderam a guerra. Enquanto o primeiro objetivo ocorre para entender as prioridades e demandas do ancionato, o segundo traz para a sala de guerra a reestruturação da igreja no contexto pós-pandemia, fardado de “crescimento”. E quais são as pessoas mais capacitadas para esse tipo de trabalho? O terceiro objetivo nos responde: são as mulheres.
Foi em 2015, o único ano em que as artes produzidas pela DSA possuíram a expressão “Dia do Ancião e Diretores/as de Igreja”, pois os demais apresentavam apenas “Dia do Ancião”. Em 2021, eles reconheceram que as diretoras de igreja são capacitadas para serem anciãs; ou será que não perceberam atentaram para a definição aplicada aos “anciãos”, no Manual da Igreja, nos parâmetros de definição para “ancião e diretores/as de igreja”?
Segundo a Associação Ministerial, ao definir os termos numa postagem para o “Dia do Ancião 2021”:
“O que é um Ancião ou Diretor/a de Congregação? É a pessoa que sob a orientação do pastor, ou na sua ausência, é responsável pelos cultos da igreja e deve dirigi-los ou providenciar que alguém o faça. Devem ser reconhecidos pela igreja como fortes líderes espirituais e devem ter boa reputação tanto na igreja quanto na comunidade. Na ausência do pastor, os anciãos são os líderes espirituais da igreja e por preceito e exemplo devem procurar conduzi-la a uma experiência mais profunda e completa (Manual da Igreja, 74).”
Para a liderança, essa definição é suficiente: os oficiais já estão em seus escritórios, cada um com seus privilégios pessoais. Quando vamos entender nossa autonomia? Quando o funcionalismo do nível superior vai lutar por justiça e intervir contra desigualdade de sexos?
Na metáfora do Carnaval, onde a igreja é um carro alegórico, a DSA está percebendo que as diretoras de igreja são as pessoas do apoio, e que sem elas a festa não acontece. São elas, as diretoras de igreja que empurram o carro, mas são invisibilizadas, principalmente pela DSA. Nesse carnaval, a fantasia da DSA é de uma linda rosa com muitos espinhos, e com adereços de inclusão, usada apenas para desfilar por alguns dias, mas, em outros, ela legitima a desigualdade de gênero em todas as esferas eclesiático-administrativas.17
Parabéns às igrejas no território da DSA que, mesmo sem sua “autorização”, votam em anciãs, pois quem tem autoridade para escolher é você, membresia! E essa decisão tem apoio bíblico, teológico e administrativo. Parabéns aos pastores que, em suas reuniões da comissão de nomeações, não impedem que tais mulheres sejam indicadas e assinam as atas finais. E a você, querida anciã e diretora de igreja: feliz dia da anciã! Hoje as mãos que estão estendidas para te consagrar são as divinas; as humanas só servem para conferir poder à sua função; função esta que você tem cumprido com honra e louvor para as boas obras na causa do Mestre.
Parafraseando a frase feita pela DSA para o dia do ancião:
“Querida anciã [e diretora de igreja], você foi escolhida e separada por Deus para uma missão especial, e por isso hoje oramos dizendo ‘que o Senhor te abençoe e te guarde, que o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e te dê a paz. Amém’.”
Notas:
1. ↑ Manual da Igreja 2015, p. 74.
2. ↑ Idem, p. 75.
3. ↑ Idem, p. 75.
4. ↑ Banks, Rose Taylor ed. A Woman’s Place, Seventh-day Adventist Women in Church and Society (Hagerstown, MD. Review and Herald, 1992), p. 93.
5. ↑ Nisto Cremos 2016, p. 195.
6. ↑ Idem, p. 226.
7. ↑ Idem, p. 266 e 272.
8. ↑ Idem, p. 273.
9. ↑ Guia para Anciãos 2013, p. 24.
10. ↑ Idem, p. 31.
11. ↑ Idem, p. 32.
12. ↑ Manual da Igreja 2015, p.35 e 77; Notas nº 1, p. 178; Suplemento, p. 194, 195.
13. ↑ Nisto Cremos 2016, p. 229.
14. ↑ Idem, p. 229.
15. ↑ Guia para Ministros 2010, p. 91.
16. ↑ Nisto Cremos 2016, p. 199.
17. ↑ Homens não estão incluídos, porque entendem que ser o homem ele é automaticamente capacitado para ser ancião e diretor de igreja é pra quando não tem “ninguém capacitado”.