Seguindo as tendências da época, os adventistas se alinhavam a teorias conspiratórias que implicavam a atuação de comunistas, estrangeiros e católicos nos sindicatos, entendendo tais movimentos políticos como sinal dos tempos


Condições de vida entre os pobres durante a Greve Pullman, Chicago, 1893 (Library of Congress, Washington, DC)

Por Eugene Chellis | Traduzido e adaptado do original em inglês1 por André Kanasiro para a revista Zelota. Republicado em colaboração com Spectrum: o periódico e website do Adventist Forum desde 1969. www.spectrummagazine.org

A “Era Dourada”, o período que vai aproximadamente do fim da Guerra Civil dos EUA ao final do século 19, testemunhou a ascensão de uma sociedade fundamentalmente nova nos Estados Unidos. O grande debate a respeito da escravidão que havia tomado conta da nação por tanto tempo foi finalmente posto de lado, e os EUA entraram em um período turbulento de transição, passando de uma comunidade rural e agrária para uma potência mundial industrial e moderna. Corporações gigantescas conectaram o país com uma rede de ferrovias e linhas telegráficas. Trustes gigantescos, como o império dos Rockefeller chamado Standard Oil, mobilizou os recursos da nação em busca de maiores lucros. O trabalhador industrial, no entanto, tornando-se rapidamente uma engrenagem em uma máquina econômica, não aceitou sua nova posição calmamente. Violência irrompeu em incidentes como as greves gerais ferroviárias de 1877, a Greve de Homestead de 1892, e a Greve do Carvão de 1902, conforme os trabalhadores se organizavam para contrapor o poder dos “capitães da indústria”.

Foi neste contexto que se desenvolveu a resposta adventista ao fenômeno dos sindicatos de trabalhadores. Este estudo tenta analisar os comentários adventistas sobre organizações trabalhistas que foram publicados na revista oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD), a Review and Herald, durante estes anos iniciais da igreja.2 Mal é possível encontrar menção a organizações trabalhistas na Review antes de 1872, e a maioria do material discutido aqui foi publicada entre 1877 e 1903, Poucos artigos eram longos discursos; a maioria era meramente notícias ou editoriais, alguns até mesmo reimpressos de outras publicações. Não obstante, eles ajudam a esclarecer quais eram as preocupações dos primeiros adventistas e revelar influências que podem ter enviesado suas opiniões.

Muitos dos temas que aparecem em artigos da Review eram típicos do pensamento de muitas igrejas protestantes da época. Mais do que percebiam, os escritores e teólogos adventistas se conformavam aos valores, temores e preconceitos predominantes nas zonas rurais do país. A inundação de 23 milhões de imigrantes entre 1860 e 1910 intensificou as suspeitas nativistas estadunidenses. Adventistas, como muitos outros, aceitavam rapidamente teorias da conspiração identificando comunistas, estrangeiros ou católicos como forças sinistras por trás dos movimentos trabalhistas, ameaçando, sentiam eles, os próprios alicerces do governo e da sociedade. Estes temas, assim como outros que apareciam frequentemente na Review, eram ideias comumente sustentadas entre estadunidenses conservadores no século 19.

Ao mesmo tempo, escritores adventistas abordavam questões trabalhistas a partir de sua própria perspectiva teológica. Um fator único a moldar a resposta da IASD ao trabalhismo foi a Sra. Ellen G. White, indubitavelmente a pessoa com mais influência na história adventista. Embora ela tivesse o cuidado de evitar o rótulo de “profetisa”, líderes adventistas acreditavam que Ellen White era divinamente inspirada, uma mensageira de Deus com o dom da profecia para a igreja.3 Foi seu marido, Tiago White, que fundou a Review e serviu como seu editor até 1864. Ela mesma escreveu muitos livros e artigos para publicação, exercendo um efeito compreensivelmente duradouro e poderoso sobre o pensamento adventista.

Adventistas eram motivados por um fervor evangélico e por uma convicção inabalável de seu próprio papel ordenado pelos céus. No conflito e na violência do movimento trabalhista em expansão, eles procuravam evidências do iminente fim dos tempos. Eles viam sindicatos como associações mundanas e perigosas que restringiam a liberdade de consciência individual. Fortalecidos pela fé em sua orientação profética, os adventistas sustentavam confiantemente que todas as organizações trabalhistas eram malignas. Mas esta confiança frequentemente coloria ou borrava sua percepção dos eventos ao seu redor, e elevava suas conclusões a absolutos morais; a doutrina obscurecia questões sociais. As reportagens na Review sobre o confronto da Greve Pullman, em 1894, oferecem um exemplo notável de reações adventistas ao movimento trabalhista do século 19.

A Greve Pullman

Os funcionários da Pullman Palace Car Company viviam em belas casas de alvenaria cercadas por flores, árvores e parques na comunidade “modelo” estabelecida pelo magnata dos vagões-leito George M. Pullman. Eles tinham pouca escolha, no entanto, a não ser viver nesta pequena cidade da empresa onde aluguéis e serviços públicos custavam 20 a 25% mais caro que na cidade vizinha, Chicago, e onde Pullman controlava os mercados, a biblioteca, o banco — até a igreja. Atingido pela queda de vendas na depressão de 1893, a empresa demitiu mais de 4.000 de seus 5.800 funcionários, e baixou os salários do resto em até 40%. Aluguéis e serviços, no entanto, mantiveram os custos, com efeitos desastrosos sobre os trabalhadores. Muitos só estavam parcialmente empregados, mesmo com salários mais baixos, e poucos ganhavam o bastante para cobrir os custos de vida depois que o aluguel era deduzido de seus cheques de pagamento.

Por outro lado, a Pullman Company não reduziu os salários de seus chefes ou os dividendos que pagava regularmente aos acionistas. Quando a empresa seguiu sem fazer ajustes nos aluguéis ou salários, mesmo que os negócios tivessem começado a melhorar, uma comissão de funcionários apresentou suas queixas aos chefes corporativos. Embora a renda da divisão de operações da empresa fosse suficiente para ter absorvido as perdas da divisão de construções e ainda ter deixado lucros de mais de US$2 milhões após os dividendos, Pullman se recusou categoricamente a considerar salários mais altos ou aluguéis mais baixos. No dia seguinte, a demissão de três membros da comissão que apresentou as queixas provocou os trabalhadores da Pullman a entrar em greve.

O Sindicato das Ferrovias Americanas, ao qual pertenciam os funcionários da Pullman, votou apoio à greve recusando-se a manusear vagões da Pullman em qualquer ferrovia. Embora o boicote alvejasse apenas a Pullman Company, executivos das ferrovias responderam ordenando a demissão de qualquer trabalhador que removesse um vagão Pullman de um trem. Sempre que um homem era demitido, no entanto, toda a equipe do trem se demitia, e, dentro de horas, 60 mil homens tinham parado seu trabalho, praticamente paralisando o tráfego em muitas das ferrovias da nação.

A despeito da promessa do sindicato de operar trens de entrega desde que não houvesse vagões da Pullman, chefes das ferrovias se recusaram a permitir que os trens de entrega sem os vagões-leito. Então o procurador-geral dos EUA Richard Olney, supostamente para manter as entregas em movimento, obteve uma injunção da corte federal contra os grevistas, e fez arranjos para que milhares de homens, contratados e armados pelas ferrovias, fossem juramentados como delegados substitutos dos EUA. O caráter da greve mudou dramaticamente quando soldados federais, também despachados a pedido de Olney, chegaram em Chicago. Conflitos violentos estouraram e continuaram por muitos dias, mas, depois que líderes sindicais foram presos e um total de 14 mil tropas estaduais e federais foram enviadas para reprimir a desordem, a Greve Pullman desmoronou.4

No pico do conflito Pullman, um editorial na Review o descreveu como “a maior greve já vista nos Estados Unidos, e talvez no mundo”. De acordo com a Review, a greve foi causada por agitadores itinerantes que pressionaram os ferroviários “a lutar até o fim”, deixando os proprietários das ferrovias legitimamente enfurecidos com “a paralisia inteiramente desnecessária do tráfego e a interrupção do comércio no país”.5 Quando a greve acabou, como “certamente aconteceria”, a Review notou “a perda decisiva de apoio popular aos grevistas”, e concluiu que os sindicatos trabalhistas provavelmente não ofereciam benefício real, “nem mesmo ao próprio trabalhador”. A lei da oferta e demanda controla o preço do trabalho, escreveu M. E. Kellogg; somente a prosperidade geral, e não a organização sindical, poderia aumentar os salários. De acordo com G. C. Tenney, outro editor da Review, o boicote havia sido simplesmente “uma greve gigantesca e injustificável no coração da vida comercial do país”.6

No entanto, predisposições conscientes ou inconscientes, ou o desconhecimento de detalhes críticos, afetaram fundamentalmente a resposta adventista. A Review, a voz oficial da IASD, se recusou a examinar as “queixas reais ou imaginárias” dos operários. Ela fez vista grossa ao fato de que os proprietários das ferrovias, longe de serem surpreendidos pela greve, tinham escolhido deliberadamente se envolver, esperando destruir o Sindicato das Ferrovias Americanas. Enquanto destacava o fracasso da greve em última instância, a Review não mencionou a parte desempenhada por delegados contratados pelas ferrovias para causar este fracasso; ignorou o papel de oficiais do governo abertamente simpáticos às ferrovias, particularmente o procurador-geral Olney, um ex-advogado de empresas ferroviárias e membro do conselho de várias ferrovias.7 Embora os editores da Review, escrevendo poucas semanas após a greve, dificilmente pudessem ter o benefício de uma perspectiva histórica, estes exemplos ainda são bastante típicos da atitude dos primeiros adventistas quanto a incidentes trabalhistas:

… embora agora possa se atenuar, e todas as coisas sigam seu curso normal, veremos a mesma coisa novamente, provavelmente com muito mais intensidade; pois estamos nos últimos dias, e “a angústia das nações em perplexidade” é uma das evidências da iminência da vinda d’Ele, que “reinará em retidão”.8

Teorias da conspiração

Os adventistas do sétimo dia adotaram bem cedo algumas noções predominantes conectando sindicatos e greves com o movimento comunista “internacional”. Condicionados por suas crenças em forças satânicas por trás de eventos terrenos, os adventistas concluíam facilmente que tormentas trabalhistas brotavam de uma conspiração global e sem Deus. As Greves Ferroviárias de 1877, provocadas por uma redução de 10% dos salários nas ferrovias do leste do país, oferecem um exemplo. Ignorando cortes salariais anteriores, que somavam 35% em três anos, e uma longa história de ressentimento operário contra o tratamento arbitrário de seus chefes, editoriais jornalísticos por todo o país denunciaram o aumento da violência como obra de revolucionários comunistas. A manchete de um jornal anunciava: “Chicago em posse dos comunistas”.9 Uriah Smith, sucessor de Tiago White como editor da Review, seguiu esta deixa, atribuindo as greves à agitação comunista:

Desde a greve recente neste país, com seus sucessivos tumultos, saques e incêndios criminosos, assegura-se de que estes problemas podem ser rastreados até a Sociedade Internacional dos Estados Unidos, e de que as grandes massas de operários estadunidenses estão unidas nesta organização secreta. É certo que os elementos estão se acumulando rapidamente para um período de tribulação como jamais houve.10

O comunismo pairava como uma ameaça contra todos os prezados padrões sociais, políticos e religiosos. A “Internacional”, de acordo com outro artigo de 1877 na Review, era “o inimigo declarado […] de todo país e religião, ateísta, anárquico e subversivo a noções estabelecidas do correto e de justiça”. A sangrenta Comuna de Paris em 1871 excitava temores de levantes socialistas similares nos Estados Unidos: “Para qualquer um a quem não falta razão, é fácil ver que [o comunismo] levaria à extinção do empreendimento pessoal, à interrupção forçada da marcha progressista desta era, à estagnação moral e à degradação social.”11 Já que esta era a sua visão do comunismo, não surpreende que os adventistas vissem organizações trabalhistas, as quais acreditavam estarem associadas a ele, como maculadas por características igualmente malignas.

Para muitos no século 19, adventistas entre eles, o comunismo não era o único grupo estrangeiro perigoso por sua dedicação a derrubar o governo dos EUA. Por todo o país era forte o sentimento contra socialistas e imigrantes; o anarquismo causava praticamente uma histeria. Em maio de 1886, uma bomba explodiu enquanto líderes anarquistas discursavam para uma multidão na Haymarket Square, em Chicago, provocando um tumulto que deixou 11 pessoas mortas. Corretamente ou não, os anarquistas foram culpados universalmente pela bomba. Embora organizações trabalhistas também tenham se unido para condenar os anarquistas, o público em geral também as associava ao incidente.12 E somente alguns meses depois, este tema também apareceu em um artigo da Review que criava conexões entre atividades de sindicatos e “anarquistas estrangeiros”.13

Muitos dos imigrantes adentrando os EUA a partir da Europa no final do século 19 eram operários que se juntaram aos primeiros sindicatos. Como resultado, os sindicatos tornaram-se um alvo na desconfiança generalizada contra todos os estrangeiros. Em 1893, a Review estava avisando que “todos os sindicatos do país são controlados por estrangeiros, que compõem a grande maioria de seus membros”.14 Embora pudesse combinar com o humor popular nos EUA da década de 1890, esta declaração ainda é notavelmente xenofóbica para um povo que reivindica ser uma igreja mundial. Esta atitude tampouco tinha morrido em 1905, quando a Review ainda estava conectando o socialismo internacional a greves gerais.15

Como a maioria do clero protestante, líderes adventistas se pronunciavam não só contra socialistas, mas também contra “sociedades secretas mantidas sob juramento”, tais como os Cavaleiros do Trabalho, que, temiam estas igrejas conservadoras, poderiam adquirir características socialistas.16 A tendência dos primeiros movimentos sindicais a imitar as formas de ordens maçônicas já era em si uma causa de suspeita. Em um artigo de 1872, G. I. Butler, presidente da Associação Geral e depois editor da Review, focou-se na similaridade entre sindicatos e organizações como os maçons ou Odd Fellows. Para ele, até mesmo a Grange era uma irmandade secreta suspeita, e era óbvio que estas “combinações secretas”, tais como os Crispins (um sindicato de sapateiros relativamente inócuo com atividades primariamente políticas), eram a causa de greves recentes em grandes cidades. “Seu sigilo e exclusividade”, escreveu ele, “são contrários ao gênio da religião que professamos”. Suas “queixas e senhas” representavam “um fragmento da Idade das Trevas, do papado e da astúcia monástica”.17

A desconfiança de sociedades e organizações secretas não era nova no adventismo ou no protestantismo da Era Dourada. Um movimento ativo nas décadas de 1820 e 1830 atacara a ordem maçônica como antirreligiosa e antidemocrática. Ele se originou, curiosamente, no mesmo distrito, a oeste de Vermont e norte de Nova Iorque, e praticamente na mesma época que o movimento milenarista de Guilherme Miller, do qual vieram os primeiros adventistas do sétimo dia.18 Quando escrevia sobre sociedades secretas, Ellen G. White enfatizava seus juramentos de lealdade absoluta à ordem, empregando muitos dos mesmos argumentos usados anteriormente pelos antimaçons.19

Os líderes adventistas não pareciam reconhecer que o sigilo era quase uma necessidade para as primeiras organizações trabalhistas. Trabalhadores que se uniam a sindicatos podiam ser, e frequentemente eram, vítimas de opressão pelos empregadores. Membros de sindicatos podiam ser colocados em uma lista negra ou demitidos arbitrariamente; alguns sofriam abusos físicos. Mas depois das “Rebeliões dos Molly Maguire”, em 1875-1876, o sigilo tornou-se uma desvantagem, pois o público começou a associar sociedades secretas trabalhistas com atividade criminosa, rebeliões e assassinato.20 Ironicamente, foi a pressão majoritariamente católica contra os elementos pseudorreligiosos de movimentos trabalhistas que forçou os Cavaleiros do Trabalho, originalmente uma ordem secreta, a abandonar muito de seu sigilo em 1879-1881.21

Em 1886, a Review ainda estava denunciando organizações trabalhistas “secretas”.22 Mas com o declínio dos antigos Cavaleiros do Trabalho e a ascensão da nova e mais aberta Federação Americana do Trabalho (AFL), no final da década de 1880, o sigilo não era mais uma grande questão. Mesmo assim, alguns escritores para a Review continuaram a tratar sindicatos e sociedades secretas como praticamente sinônimos.23

Anticatolicismo

Conforme diminuíram os temores contra conspirações estrangeiras e organizações secretas, a apreensão se focou na Igreja Católica como ameaça por trás de agitações trabalhistas. A população predominantemente rural e protestante dos EUA desconfiava instintivamente dos católicos na mesma medida em que desconfiava de socialistas ou imigrantes. O reconhecimento católico por esforços pela AFL em ascensão para conquistar benefícios palpáveis para seus membros aumentou essa sensação. Por exemplo, quando a Federação anunciou, meses adiantada, uma greve por um dia de trabalho de oito horas no ofício da carpintaria, a Review notou o ocorrido sem muitos comentários.24 O anúncio de um plano católico para moderar o conflito, no entanto, motivou uma resposta afiada: “O astuto Leão não demora para utilizar este movimento, assim como fez com outros de menor magnitude, para a exaltação do sistema encabeçado por ele […] Não é hora do papado permanecer inativo.” Sem discutir nem a justiça das demandas trabalhistas por melhores condições de trabalho ou os méritos da proposta do papa, o artigo advertiu urgentemente contra as “forças de Roma”.25

A ansiedade quanto ao catolicismo estar manipulando o movimento trabalhista escalou quando o papa, em 1891, anunciou que a igreja deveria se envolver mais em reformas sociais. Em sua encíclica Rerum novarum (“Das coisas novas”), Leão XIII rejeita o socialismo, mas lamenta a desumanização dos trabalhadores pelo capitalismo irrestrito.26 Para os adventistas, com suas visões distintas de profecia e escatologia, seu encorajamento à formação de sindicatos católicos sugeria que os sindicatos eram instrumentos da Igreja Católica. Em 1905, a Review reportava que a AFL era controlada pelos católicos, e oferecia esta predição notável:

O boicote é a arma favorita dos sindicatos; a maioria dos membros da Federação Americana do Trabalho, uma organização composta de muitos sindicatos, é católica. Católicos não hesitam em usar qualquer organização através da qual possam avançar os interesses da igreja; quando, por meio de uma federação com o protestantismo apóstata e o espiritualismo, a Igreja Católica se tornar o elemento religioso dominante no país, ela já terá aparatos prontos para declarar um boicote geral contra os que se recusam a adorar a besta e sua imagem ou receber sua marca […] A Igreja Católica nunca muda.27

O poder econômico coletivo exercido por sindicatos fazia surgir o espectro da “marca da besta” em mentes adventistas. Estes já sustentavam há muito tempo que a profecia de Apocalipse 13 se referia à adoração no domingo como símbolo de lealdade ao catolicismo romano.28 Muitos agora sentiam que, sob influência católica, sindicatos poderiam ser usados para impor o decreto dominical que eles tanto temiam. Aqueles que não se submetessem a esta falsa autoridade religiosa, acreditavam, seriam impedidos de conduzir seus negócios. “Este é o boicote moderno descrito em linguagem bíblica,” declarou um escritor. Ellen White acrescentou que aqueles que se recusassem a adentrar sindicatos se tornariam “homens marcados”. Este tema volátil e um tanto especulativo, conectando a participação em sindicatos com a marca da besta, apareceu várias vezes nas páginas da Review, especialmente após 1900.29

Talvez a influência cultural mais conspícua a emergir de comentários adventistas sobre trabalhismo, no entanto, seja um comprometimento com o ideal de individualismo autossuficiente. A natureza pioneira e igualitária da sociedade estadunidense no século 19 nutriu um espírito de independência rústica. A ética protestante e concepções de livre escolha moral levaram muitos a adotar a racionalização social-darwinista de que os pobres eram pobres por não merecerem ser ricos. Os adventistas do sétimo dia não escaparam das influências desta filosofia individualista. Embora Ellen White apelasse para que membros da IASD trabalhassem pessoalmente pelos oprimidos nas cidades, ela advertiu que se unir a sindicatos destruiria a individualidade.30

L. A. Smith, um editor associado da Review, era especialmente vocal em seu apoio ao direito de trabalhar sem se unir a um sindicato, mas o momento de suas observações é de grande importância. A intervenção do presidente Theodore Roosevelt na Greve do Carvão de 1902, designando uma comissão de arbitragem que, em última instância, garantiu várias das demandas dos mineiros por melhores condições de trabalho, havia criado uma preocupação generalizada de que os sindicatos estavam conquistando poder excessivo. A partir de 1903, a Associação Nacional de Fabricantes lançou uma campanha para virar a opinião pública contra o trabalhismo, atacando o “fechamento de lojas” como antiamericano e alegando que os sindicatos oprimiam os trabalhadores.31 Em uma série de artigos também publicados em 1903, Smith representou a causa das “lojas abertas”, com apelos emotivos e patrióticos contra a anarquia, o monopólio dos sindicatos e o “governo por sindicatos”. Ele até mesmo promoveu a alegação improvável de que os sindicatos precipitariam uma depressão industrial, na qual “a grande massa de desempregados entrará em desespero, e um conflito entre eles e os sindicatos será o resultado, resultando em tumultos terríveis e na destruição de propriedades e vidas”.32 No entanto, embora estivesse pronta para reportar abusos cometidos por trabalhadores, a imprensa adventista em geral era menos disposta a admitir práticas comparáveis pelas empresas.33

Com os pés na terra

Uma razão pela qual adventistas hesitavam em apoiar organizações trabalhistas como um passo rumo à melhora de condições industriais era sua crença sincera de que sindicatos na verdade não podiam obter benefícios para os trabalhadores. Sindicatos, argumentam eles, “são os maiores inimigos do operário. O trabalhador já sofreu mais com eles do que com patrões opressores”. As lutas dos sindicatos eram frequentemente postas de lado com facilidade, descritas como “tolice e cegueira absolutas”, esforços vãos sem chance de sucesso.34

Se os sindicatos fossem uma vantagem para os trabalhadores, raciocinou M. E. Kellogg após a Greve Pullman de 1894, então os trabalhadores deveriam ser prósperos, pois o número de organizações sindicais tinha aumentado. Em 1872, G. I. Butler escreveu que, mesmo que os sindicatos pudessem aumentar os salários em todos os ramos de trabalho, os trabalhadores não se beneficiariam, pois os preços também subiriam.35 É verdade que os preços de fato poderiam ter subido. Mas esta abordagem presumia que os produtores podiam simplesmente passar todo o aumento de custos para o consumidor. Ela não considerava a possibilidade de que muito do custo de salários mais altos poderia vir, ao invés disso, de lucros inflacionados, pois os donos de fábricas poderiam não ter a possibilidade, dadas as condições econômicas do século 19, de aumentar ainda mais os preços em proporção. E ela ignorava o dilema criado pelo poder desigual de barganha de um trabalhador isolado contra patrões industriais dispostos a se organizar e exercer seu poder de monopsônio contra ele. Uma lógica tão básica poderia ter sido válida dentro do contexto de noções estabelecidas de individualismo laissez-faire, mas certamente falhava em responder aos problemas da realidade econômica. Era muito mais um reflexo do contexto conservador e agrário do adventismo, assim como de sua falta de contato com as classes trabalhadoras.

Em contraste com estes temores e preconceitos culturais que provocavam tamanha hostilidade contra movimentos trabalhistas, os argumentos teológicos utilizados na Review eram direcionados menos contra os sindicatos em si e mais contra a participação de adventistas. Ellen G. White foi bastante dura ao falar contra a associação de membros da IASD a organizações trabalhistas seculares: “Aqueles que alegam ser filhos de Deus não devem de forma alguma se unir com os sindicatos trabalhistas que estão ou serão formados. Isso o Senhor proíbe.”36 Tal conselho incondicional de alguém que era considerada mensageira do Senhor obviamente exerceria uma influência considerável sobre outros líderes denominacionais.

Ellen White advertiu repetidas vezes contra a participação em sindicatos, e frequentemente condenava as táticas ilegais empregadas por alguns grupos trabalhistas. Ela não se opunha, no entanto, aos objetivos básicos que eles buscavam — salários justos, condições decentes de trabalho e tratamento humano. Seus primeiro escritos só discutiam salários justos e os problemas da pobreza; foi só em 1902 que ela mencionou especificamente os sindicatos trabalhistas. Ela instruía membros da IASD a pagarem salários liberais aos seus funcionários. Ela lamentava a condição miserável dos pobres nas grandes cidades e apelava para que indivíduos auxiliassem os oprimidos. Ela reconhecia que a pobreza podia ser o resultado de infortúnios ao invés de indolência. Estas concepções eram progressistas para o século 19.37

A despeito desta aparente simpatia com os objetivos do trabalhismo, os adventistas continuaram a se opor à participação em sindicatos com argumentos teológicos: “Os sindicatos e confederações do mundo são uma armadilha. Fiquem fora e longe deles, irmãos. Não tenham nada com eles.”38 A ordem bíblica de não entrar “em jugo desigual com incrédulos”, sentiam eles, incluía associações empresariais e claramente se aplicavam a sindicatos trabalhistas. Unir-se a um sindicato significava entregar sua liberdade de controlar horas e salários à organização, “em flagrante contradição aos princípios do evangelhos” — de acordo com a Review. Ainda pior, não importava qual fosse sua posição pessoal, todo membro de um sindicato teria total responsabilidade por toda ação do grupo, meramente por ser um membro.39

Membros de sindicatos na realidade agiam de forma bastante independente, mas os adventistas do sétimo dia subscreveram à crença popular em um controle ditatorial pelos organizadores sindicais. Em 1886, L. A. Smith denunciou “a tirania destas organizações secretas” cuja “voz ecoando do quartel-general deve ser obedecida como lei”. Não surpreende que os adventistas percebessem como ameaça à sua própria liberdade religiosa o que viam como autoridade centralizada dos sindicatos. Embora as lideranças sindicais na verdade fossem contrárias à greve que ele usou como exemplo, Smith escreveu que os trabalhadores não podiam dar outra razão para suas ações que não fosse a ordem de seus líderes:

Os membros dos Cavaleiros do Trabalho obedeceram sem hesitar à ordem de greve no Missouri Pacific, não obstante seus próprios interesses estarem profundamente envolvidos. Será que os mesmos homens estariam menos dispostos a obedecer uma ordem da mesma fonte para ostracizar aqueles que não renderem adoração ao primeiro dia da semana?40

Às vezes, tanto Ellen White quanto os escritores da Review reconheciam as injustiças do sistema existente. Já em 1877, por exemplo, Uriah Smith apontava a condição dos mineiros de carvão na Pensilvânia, “prestes a morrerem de fome”, demonstrando, segundo ele, a “ganância e opressão dos capitalistas”.41 Mas, para eles, iniquidades sociais nunca poderiam ser uma justificativa para se organizar contra o sistema estabelecido, especialmente se a oposição envolvesse violência.42 Eles pareciam mais confortáveis com uma calma superficial de submissão passiva aos barões industriais do que com os confrontos que resultaram quando os trabalhadores optaram por ações diretas, tais como greves ou boicotes, tentando melhorar as condições sob as quais trabalhavam. Ellen White em particular enfatizava a natureza violenta de organizações trabalhistas: “Violência e morte não significam nada para eles se seus sindicatos encontrarem oposição.”43

Com os olhos no céu

Os adventistas, no entanto, não pareciam sempre entender a natureza e as causas da violência trabalhista. A Review, em 1890, citou em reprovação um artigo do Journal of the Knights of Labor, o qual argumentava que a violência era preferível à submissão e subjugação, e advertia que os trabalhadores se organizam em segredo se não pudessem fazê-lo abertamente. Uriah Smith obviamente não podia aceitar estas possibilidades “assustadoras”. Contudo, a despeito da condenação anterior dos adventistas contra sociedades secretas, Smith parece ignorar inteiramente a mensagem primária do artigo: de que se recusar a reconhecer organizações trabalhistas meramente forçaria os trabalhadores a fazê-lo em segredo, multiplicando os perigos de crime e violência.44 A crença comum era a de que “grevistas não têm qualquer respeito por autoridades civis”.45

Os adventistas do sétimo dia frequentemente proclamavam que a violência do movimento trabalhista em evolução era um “sinal do fim”. A resposta à desordem acompanhando a Greve Pullman de 1894 foi só um exemplo deste tema repetido com frequência.46 A iminência do fim do mundo era uma convicção fervorosa destes primeiros adventistas. À luz da história subsequente, a real importância profética da inquietude descrita tão vividamente pode ser discutível, mas advertências a respeito da destruição iminente eram sem dúvida consistentes com a teologia da IASD e seu senso de missão no advento. E este clima foi acentuado pelas exortações de Ellen White, que escreveu que os sindicatos trabalhistas se tornariam “muito opressores” e se provariam instrumentais para trazer “um período de tribulação como nunca houve desde o início do mundo”. “Será que [o povo de Deus] não pode ver”, advertia ela, “no rápido crescimento de sindicatos, o cumprimento dos sinais dos tempos?”47

Mas acima e além de tudo, em última instância, problemas trabalhistas eram só “uma questão de importância secundária” para os primeiros adventistas do sétimo dia. Seus pensamentos estavam na eternidade enquanto antecipavam a brevidade do tempo. Embora em 1905 um escritor, K. C. Russell, estivesse disposto a admitir que, pelo menos em termos humanos, os sindicatos eram a defesa mais efetiva do trabalhador contra uma sistema capitalista opressor, ele imediatamente acrescentou que o cristão “nascido de novo” não deve mais enxergar a partir deste ponto de vista humano.48

A rejeição do “aqui e agora” era básica para a visão dos primeiros adventistas a respeito do trabalhismo. Eles eram um povo com uma missão. Como cristãos, eles estavam em busca de outro mundo, e salários não deveriam ser sua preocupação. “Deixe aos que quiserem ter este mundo”, aconselhava a Review. Os cristãos não deveriam se preocupar com o futuro; sem pensar ou questionar, deveriam aceitar o plano de Deus com fé, “sabendo que assim tudo ficará bem neste mundo presente, e teremos uma entrada abundante no mundo por vir”.49

Este tipo de afirmação, no entanto, reflete pelo menos algum nível de ilusão otimista. Independente do que possa ser o mundo por vir, obviamente não estava tudo bem no mundo presente. Basta ler obras como o famoso The Jungle, de Upton Sinclair, para descobrir condições muito longe de serem perfeitas. Os salários não eram a única reclamação dos trabalhadores; precauções de segurança industrial eram virtualmente desconhecidas, e taxas de acidentes com ferimentos eram assustadoras. Em 1893, um em cada 10 trabalhadores ferroviários era ferido, e um em cada 115 era morto. A taxa anual de ferimentos nas minas da Pensilvânia durante a década de 1890 era um em cada 150; a taxa de mortalidade, uma em cada 400.50

Os adventistas do sétimo dia claramente se enxergavam em um papel único. Eles eram um povo escolhido — a igreja verdadeira de Deus nos últimos dias — separado das preocupações do mundo:

Nós temos tudo que podemos fazer para realizar nosso próprio trabalho, e a maioria de nós o está fazendo. Devemos viver humildemente, com fé e justiça neste mundo de pecado. Devemos ser honestos em nosso trato com o próximo, tratá-lo com gentileza, sendo corteses com todos que podemos beneficiar; mas se unir a estas organizações mundanas, e ter nosso interesse absorvido por seus objetivos, pensamos ser algo contrário às Escrituras.51

Tomar qualquer lado seria um erro, advertia a Review: “É melhor ficarmos onde, por nosso exemplo e influência, podemos proclamar os princípios de paz e boa vontade para todos.” Os adventistas deveriam olhar constantemente para Cristo, escreveu Ellen White: “Devemos agora usar todas as capacidades a nós confiadas para dar a última mensagem de advertência ao mundo. Nesta obra devemos preservar nossa individualidade. Não devemos nos unir a sociedades secretas ou sindicatos.”52

Os adventistas não podiam evitar reconhecer que opressão e miséria existiam. Mas estas, sustentavam eles, eram meramente o resultado inevitável da “ganância desordenada” do homem, de seu egoísmo e sua natureza pecaminosa. Melhorias menores e temporárias em condições sociais poderiam ser obtidas, mas os adventistas, como a maior parte dos protestantes em geral, acreditavam que nenhum dos problemas fundamentais do mundo poderia ser resolvido até o retorno de Cristo: “[Condições terrenas] vão mudar quando Cristo vier. No reino dos céus teremos tempos melhores.”53 Enquanto isso, porém, eles frequentemente perdiam as implicações palpáveis de problemas sociais em sua ansiedade para tirar conclusões religiosas. “Se vemos outros sofrendo com a opressão do mundo,” escreveu G. C. Tenney, em 1894, “apontemos a Cristo para seu repouso e ao seu reino como lugar feliz, no qual os grilhões do pecado serão todos quebrados.”54 Esta era a preocupação adventista. Com sua visão focada no céu, eles às vezes fracassavam em viver o presente, julgavam erroneamente o mundo ao seu redor com frequência demais, e ocasionalmente perdiam de vista a necessidade de “tempos melhores” na Terra.

Conclusão

É importante repetir que o escopo deste artigo se limitou primariamente à Review and Herald e a comentários lidando diretamente com organizações trabalhistas. Ele se concentrou em explorar o contexto histórico no qual estas afirmações foram feitas. Qualquer tentativa de entender completamente a posição adventista sobre o trabalhismo também teria que examinar uma variedade de outras fontes do pensamento adventista, especialmente os escritos de Ellen G. White lidando com injustiças sociais e o tratamento a funcionários.55 Contudo, mesmo a partir deste exame inicial, é possível discernir algumas prioridades e padrões de pensamento que, em retrospectiva, tornaram a resposta adventista ao movimento trabalhista no século 19 bastante previsível.

Esses primeiros adventistas do sétimo dia misturavam uma preocupação genuína com o bem-estar de indivíduos, um contexto de ortodoxia conservadora e uma dose generosa das crenças populares da época com sua própria teologia distinta e uma convicção de que eram guiados pela instrução profética. Embora deva-se enfatizar que as reações dos editores da Review certamente não eram irrazoáveis, considerando-se a informação que provavelmente estava disponível para eles, sua interpretação do movimento trabalhista tampouco era atemporal. Suas atitudes refletiam um provincianismo cultural e intelectual profundamente enraizado em uma herança revivalista anterior. No século 20, é necessário uma nova análise de suas conclusões.

Notas:

1. Eugene Chellis, “The Review and Herald and Early Adventist Response To Organized Labor,” Spectrum 10.2 (1979-1980), 20-30.

2. A Advent Review and Sabbath Herald, revista geral da IASD, surgiu pela primeira vez em 1850. Ela mudou várias vezes em seus primeiros anos, mas de 1855 até 1903 foi publicada semanalmente em Battle Creek, Michigan, e então foi transferida novamente para sua localização atual em Washington, D. C. O periódico é comumente conhecido como Review and Herald ou simplesmente como Review. (De agora em diante as citações a chamarão de R&H.)

3. Cf., e.g.,J. N. Loughborough, Rise and Progress of Seventh-day Adventists (n.p., 1892), p. 388.

4. Um estudo particularmente bem documentado da Greve Pullman é o de Almont Lindsey, The Pullman Strike: The Story of a Unique Experiment and of a Great Labor Upheaval (Chicago: University of Chicago Press, 1942; Phoenix Books, 1964). Ver também, entre outros, Joseph G. Rayback, A History of American Labor (New York: Macmillan, Free Press, 1966), p. 201-204; e Foster Rhea Dulles, Labor in America: A History, 3rd ed. (New York: Thomas Y. Crowell, 1966), p. 171-178.

5. M. E. K[ellogg], “The Great Railroad Strike,” R&H, 71 (July 10, 1894), 438.

6. M. E. K[ellogg], “Labor Unions,” R&H, 71 (July 24, 1894), 470-471; e G. C. T[enney], “The Outlook,” R&H, 71 (Aug. 7, 1894), 502.

7. Cf. Rayback, History of American Labor, p. 201-203. A comissão designada pelo presidente Cleveland para investigar a greve concluiu que o sindicato era inocente de provocar a violência, e caracterizou a associação de executivos ferroviários como “ilegal, perigosa para o bem-estar público, e completamente injustificável”. Lindsey, The Pullman Strike, p. 120.

8. Kellogg, “The Great Railroad Strike,” p. 438.

9. Rayback, History of American Labor, p. 134-135; Dulles, Labor in America, p. 121.

10. U[riah] S[mith], “The Outlook,” R&H, 50 (Oct. 11, 1877), 113.

11. “The Commune,” R&H, 50 (Oct. 11, 1877), 113. Este artigo foi creditado a um jornal da Filadélfia. No entanto, quando citavam outras publicações, editores da Review eram rápidos para apontar opiniões das quais discordavam. Assim, pode-se presumir que artigos não assinados ou reimpressos sem comentários refletem, ou pelo menos são consistentes com as opiniões da equipe editorial. Ver também [Uriah Smith], “The International-Communism,” R&H, 39 (March 26, 1872), 116; “The Internationals,” R&H, 43 (Jan. 20, 1874), 45; e “The Coming Storm,” R&H, 62 (Apr. 14, 1885), 240.

12. Dulles, Labor in America, p. 124-125.

13. L. A. S[mith], “A Poor Promise,” R&H, 63 (Nov. 30, 1886), 752.

14. “American Boys and American Labor,” R&H, 70 (Aug. 29, 1893), 551. Este artigo é creditado à Literary Digest, a qual, por sua vez, aparentemente reimprimiu o artigo “Topics of the Time: American Boys and American Labor,” Century Magazine, 46 (May 1893), 151-52.

15. “Note and Comment,” R&H, 82 (Dec. 7, 1905), 7.

16. Cf. Henry F. May, Protestant Churches and Industrial America (New York: Harper & Row, 1949; Harper Torchbooks, 1967), p. 164.

17. George I. Butler, “Secret Societies,” R&H, 41 (Dec. 17, 1872), 4-5. Sobre os Cavaleiros de São Crispin, cf. see Henry Pelling, American Labor, Chicago History of American Civilization (Chicago: University of Chicago Press, 1960), p. 54-55.

18. Alice Felt Tyler, Freedom’s Ferment: Phases of American Social History from the Colonial Period to the Outbreak of the Civil War (New York: Harper & Row, Harper Torchbooks, 1962; originalmente publicado pela University of Minnesota Press, 1944), p. 68-69, 351. Esta mesma área, chamada de “distrito queimado” por alguns historiadores, já que era varrida tantas vezes pelas chamas de vários reavivamentos religiosos, também produziu Joseph Smith e o mormonismo, assim como o espiritismo das irmãs Fox.

19. Ellen G. White, “Should Christians Be Members of Secret Societies?” (panfleto, 1893) reimpresso em Documents From the Office of Ellen G. White Publications Concerning Controversial Matters in the Seventh-day Adventist Church: Collection I (n.p., n.d.). Cf. Tyler, Freedom’s Ferment, p. 351-358.

20. Após uma greve do carvão mal-sucedida em 1875, jornais reportaram uma série de assassinatos, ataques e incêndios contra chefes e propriedades das minas. Depois que os operadores das minas contrataram um detetive, 24 mineradores foram condenados por assassinato e conspiração em um grupo secreto chamado de “Molly Maguires.” Evidências consideráveis, no entanto, indicam que todo o incidente foi planejado pelos donos das minas em uma tentativa de destruir o sindicato. Cf. Pelling, American Labor, p. 60; e Rayback, History of American Labor, p. 131-133.

21.  Pelling, American Labor, p. 65.

22. L A. S[mith], “The Coming Boycott,” R&H, 63 (Sept. 14, 1886), 583.

23. Cf. Clarence Santee, “Shall We Join Secret Societies or Unions?” , R&H, 78 (Dec. 24,1901), 829; e K. C. Russell, “Seventh-day Adventists and Labor Unions,” R&H, 82 (Jan. 26, 1905), 9.

24. “A New Eight-Hour Movement,” R&H, 66 (Jan. 8, 1889), 23; “The Eight-Hour Movement,” R&H, 67 (Feb. 4, 1890), 71; e “ The Eight-Hour Movement,” R&H, 67 (Apr. 15,1890), 231. Cf. Pelling, American Labor, p. 86.

25. L. A. S[mith], “The Industrial Revolution,” R&H, 67 (Apr. 29, 1890), 267.

26. Cf. Norman Rich, The Age of Nationalism and Reform, 1850-1890, Norton History of Modern Europe (New York: W. W. Norton, 1970), p. 20.

27.  “Labor Organizations and Catholicism,” R&H, 82 (July 27,1905), 5-6. Abandonando alegações anteriores, a Review agora argumentava que os socialistas estavam tentando destruir o movimento trabalhista porque este era controlado pelos católicos.

28. Ver especialmente Uriah Smith, Daniel and the Revelation: The Response of History to the Voice of Prophecy (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Assn., 1897), p. 595-624, 668 [ed. rev., The Prophecies of Daniel and the Revelation (Nashville, Tenn.: Southern Publishing Assn., 1946), p. 601-619, 667].

29. L. A. Smith, “The Coming Boycott,” p. 583; e Ellen G. White, Carta 26, 1903, citada em Ellen G. White, Selected Messages, 2 vols. (Washington, D.C.: Review & Herald Publishing Assn., 1958), II, 142. Ver também Santee, “Shall We Join Secret Societies or Unions?”, p. 829; L. A. S[mith], “Some Aspects of the Labor Question,” R&H, 80 (Dec. 31,1903), 5; e L. A. S[mith], “The Latest Development of Labor Unionism,” R&H, 81 (Feb. 11, 1904), 6.

30. Ellen G. White, Testimonies for the Church, 9 vols. (Mountain View, Calif.: Pacific Press Publishing Assn., 1885-1909), 6 (1900), p. 275-276 e 7 (1902), p. 84.

31. Dulles, Labor in America, p. 190-195; Rayback, History of American Labor, p. 210-215.

32. L. A. S[mith], “A Despotic Principle,” R&H, 80 (Oct. 15, 1903), 7; ver também “The Government Versus the Labor Unions,” R&H, 80 (Oct. 1,1903), 5; “The Danger of Irresponsible Power,” R&H, 80 (Oct. 15,1903), 6; “A State Greater Than the Union,” R&H, 80 (Dec. 10,1903), 5; e “Some Aspects of the Labor Question,” R&H, 80 (Dec. 31, 1903), 5; todos por L. A. Smith.

33. Por exemplo, compare L. A. Smith, “The Latest Development of Labor Unionism,” com a conclusão do artigo original no qual Smith se baseia: “[…] os métodos empregados pelo novo sindicalismo […] são em essência similares aos empregados por combinações de tons capitalistas […]  É necessário tanto elogiar e encorajar os líderes sindicalistas honestos quanto lutar contra o chefe corrupto […]” Ray Stannard Baker, “A Corner in Labor: What Is Happening in San Francisco Where Unionism Holds Undisputed Sway,” McClure’s Magazine, 22 (February 1904), 378.

34. “The Labor Question,” R&H, 77 (Dec. 18, 1900): 803; “The Strikes in England,” R&H, 53 (Feb. 27, 1879), 68.

35. Kellogg, “Labor Unions,” p. 470; e Butler, “Secret Societies,” p. 5.

36. Ellen G. White, Carta 201, 1902, citada em Ellen G. White, Counsels From the Spirit of Prophecy on Labor Unions and Confederacies, Depto. de Relações Públicas e Liberdade Religiosa (Takoma Park, Md.: General Conference of Seventh-day Adventists, n.d.; a partir daqui citado como Counsels), p. 7.

37. White, Testimonies, 2 (1885; publicados como panfletos, 1868-1871), p. 156-61, e 6 (1900), p. 273-280.

38. L. A. S[mith], “The Spirit of Worldly Confederacies,” R&H, 80 (Oct. 1,1903), 4, quoting Ellen G. White a partir do General Conference Bulletin (Apr. 6, 1903), p. 87-88; parcialmente reimpresso em White, Selected Messages, II, 142; e em White, Counsels, p. 8.

39. Russell, “Seventh-day Adventists and Labor Unions,” p. 9; Butler, “Secret Societies,” p. 5-6; e G[eorge] I. B[utler], “Seventh-day Adventists and Labor Unions,” R&H, 63 (June 22, 1886), 392.

40. L. A. Smith, “The Coming Boycott,” p. 583. Compare com Ellen G. White, Manuscrito 145, 1902, citado em Counsels, p. 5. Mas veja Dulles, Labor in America, p. 133, 143; e Rayback, History of American Labor, p. 162.

41. Urian Smith, “The Outlook,” p. 113; cf. “A Sad Report,” R&H, 50 (Oct. 11, 1877), 114.

42. Veja especialmente “The Labor Question,” p. 803.

43. Ellen G. White, Carta 93,1904, citado em Counsels , p. 10. Ver também Ellen G . White, Carta 292,1907, em Counsels, p. 11.

44. [Uriah Smith], “Mutterings of the Coming Storm,” R&H, 67 (Dec. 9, 1890), 760-61. O artigo não está assinado, mas foi atribuído a Smith, que era o editor na época.

45. Editorial, R&H, 76 (Aug. 1, 1899), 492.

46. Ver também Uriah Smith, “The Outlook,” p. 113; G. C. T[enney], “Be Patient, Therefore, Brethren,” R&H, 71 (May 15, 1894), 310; editorial, R&H, 76 (July 25, 1899), 476; e editorial, R&H, 76 (Aug. 1, 1899), 492.

47. Ellen G . White, Carta 5,1904, citada em Selected Messages, II, 141; White, Carta 200, 1903, citada em Selected Messages, II, 142; e White, Carta 93, 1904, citada em Counsels, p. 10.

48. Russell, “Seventh-day Adventists and Labor Unions,” p. 9. Ver também Tenney, “Be Patient, Therefore, Brethren,” p. 310. Cf. “The Labor Question,” p. 803-804.

49. “The Labor Question,” p. 804; e Santee, “Shall We Join Secret Societies or Unions?”, p. 829.

50. Pelling, American Labor, p. 81.

51. Butler, “Seventh-day Adventists and Labor Unions,” p. 392.

52. Tenney, “Be Patient, Therefore, Brethren,” p. 310; e White, Testimonies, 7 (1902), 84.

53. G. C. T[enney], “Are Better Times Coming?” R&H, 71 (July 3, 1894), 420. Compare com Herbert G. Gutman, “Protestantism and the American Labor Movement: The Christian Spirit in the Gilded Age,” American Historical Review, 72 (October 1966), 76.

54. G. C. T[enney], “Lawlessness vs. Christianity,” R&H, 71 (June 19, 1894), 392. Ver também J. O. Corliss, “A Terrible Calamity,” R&H, 70 (June 20, 1893), 331.

55. Para uma análise mais geral, ver o artigo de Carlos A. Schwantes, “Seventh-day Adventists and Organized Labor: The Formative Years, 1877-1903,” Adventist Heritage, 4 (Winter 1977), 11-19.