Iniciativas da Associação Geral e da Divisão Sul-Americana para distribuição de livros de Ellen G. White levam a centralização econômica e administrativa


Por André Kanasiro e Felipe Carmo | editores-chefe da revista Zelota. Matéria elaborada em parceria com a Spectrum Magazine.

No dia 8 de abril de 2025, durante o Concílio de Primavera da Associação Geral (AG), a Comissão do Espírito de Profecia (EP) apresentou a nova iniciativa de tradução do EP para o quinquênio 2025-2030. A ambiciosa iniciativa, chamada de Sharing the Gift of Light 2.0 [Compartilhando o dom da luz 2.0], organizou um plano para traduzir 83 obras de Ellen G. White (EGW) para seis línguas majoritárias, 35 obras para nove línguas secundárias, 16 obras para 54 línguas prioritárias, até três obras para 352 línguas missionárias, e um máximo de quatro recursos educativos sobre o Espírito de Profecia para línguas majoritárias e secundárias nos próximos cinco anos. O projeto massivo é uma continuação e expansão de projetos anteriores.

Conforme era votada a moção para aprovar o plano de tradução, Ted Wilson, presidente da AG, deu seu total apoio ao plano por seus valores politicamente apologéticos, afirmando que “algumas pessoas acusam a AG de não seguir a Bíblia e o Espírito de Profecia. Eu digo a vocês que estas são as principais forças que orientam a igreja com o poder do Espírito Santo”. A moção foi aprovada com 149 votos a favor e um voto contrário. “Estamos muito gratos pelo forte apoio”, afirmou Wilson. Segundo a agenda, a comissão executiva da AG era composta por mais de 300 membros, o que significa que pelo menos metade dos membros não votou nesta moção.

A iniciativa gera muitos questionamentos. Quantas destas obras — cuja maioria consiste em compilações de textos soltos feitas pelo Ellen G. White Estate, e não são livros originais da profetisa — foram ativamente solicitadas pelos membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) nos territórios-alvo? E como essa necessidade foi estudada e avaliada pela membresia local? O plano faz constante referência à Comissão EP, à AG, e a comissões de tradução das divisões, com poucas menções a uniões e associações. Basta lembrar de como Wilson gastou horas de deliberação executiva no último concílio anual, no qual ocupou o palco durante as assembleias para ler citações de White sobre os efeitos deletérios da manteiga, do leite e do picles (entre outras questões urgentes de saúde humana), e o projeto Sharing the Gift of Light-2.0 começa a soar menos como uma estratégia e mais como um monumento vazio a obsessões pessoais.

Mais importante, porém, é a questão do financiamento: quem vai pagar por um empreendimento tão colossal? Segundo o plano, “a Comissão do Espírito de Profecia foi designada pela Comissão Administrativa da Associação Geral e tem a tarefa de ‘subsidiar a publicação de livros de Ellen G. White em outros idiomas além do inglês’ a partir de um orçamento fornecido quinquenalmente (GC GE White Estate Working Policy October 2024)”. Ainda assim, de acordo com o documento, o “subsídio do EP sustenta todas as línguas secundárias no passo 1 (16 livros da EGW), além de 19 livros adicionais da EGW no passo 2 (83 livros da EGW), para um total de 35 livros”. Isso significa que a maior parte dos livros ainda precisa ser subsidiada — um problema que aumenta devido ao fato de que o orçamento total para o projeto não é divulgado e não há qualquer transparência no processo.

Embora seja impossível prever quanto deste orçamento misterioso será de fato obtido, observar de perto um projeto de publicações massivo da Divisão Sul-Americana (DSA) — e seu impacto ao longo das últimas décadas — não só oferece perspectivas sobre o futuro, como também revela um objetivo muito mais perturbador que um monumento sem sentido.

Impacto Esperança

Em 2007, o primeiro dos 14 anos em que Erton Köhler — atualmente secretário da AG — serviu como presidente da DSA, a divisão lançou um projeto chamado Impacto Esperança. Seu objetivo era envolver membros da IASD em toda a América do Sul na distribuição de cópias gratuitas de literatura adventista para não adventistas em um dia designado do ano. Os títulos, que inicialmente mudavam todos os anos e atualmente mudam a cada dois anos, costumam ser uma combinação de versões condensadas dos escritos de EGW e literatura devocional escrita por líderes adventistas influentes. Estas obras são publicadas como cópias simples sem ilustrações, de capa mole, com menos de 100 páginas. Por exemplo, o livro de 2025, A chave da virada, escrito por Marcello Niek e Bruno Raso, tem 80 páginas e aproximadamente 30 mil palavras.

Embora seja creditado a Köhler, o Impacto Esperança reflete uma cultura adventista na América Latina que remonta a várias gerações anteriores. Na década de 1980, por exemplo, o ex-presidente da DSA João Wolff promovia campanhas conhecidas como “folhetão”, nas quais os membros distribuíam panfletos que enfatizavam crenças adventistas. Alguns foram especialmente populares, e dezenas de milhões foram distribuídos. O impacto desta iniciativa foi abrangente, e pode ter inspirado uma campanha da AG nos anos 1990 que visava distribuir um bilhão de panfletos missionários. A literatura para este projeto dos anos 1990 incluía panfletos e livros: mesmo antes do Impacto Esperança, a IASD já tinha distribuído 3,2 milhões de cópias de Os dez mandamentos (2006), de Loron Wade, e 2,2 milhões de cópias de Esperança para viver (2007) — uma nova versão do Caminho a Cristo (1892) de EGW.

Hoje em dia, o Impacto Esperança é considerado um grande sucesso, e pode-se dizer que é uma das datas mais importantes no calendário anual adventista, já que todos os ministérios das igrejas locais participam anualmente na distribuição de milhões de cópias por toda a América do Sul. Ao longo de seus 18 anos de existência, a iniciativa distribuiu aproximadamente 330 milhões de livros por oito países latino-americanos — sem contar as versões digitais. Com tamanho sucesso em vista, pode-se dizer que o Impacto Esperança, que é considerado a maior campanha de distribuição de livros adventistas na história, não possui precedentes.

Todos os anos, líderes da IASD insistem para que membros da igreja local comprem várias caixas de livros para distribui-los em seus bairros. No lançamento, cada livro custa cerca de R$1 para as igrejas locais. Com o passar dos anos, os preços permaneceram relativamente iguais, aumentando um pouco de R$1 para R$1,50 ou R$2. O custo da literatura também pode variar entre um livro e outro, dependendo do número de páginas. Por exemplo, uma única cópia reduzida de O grande conflito, de EGW, já variou de R$1,50 em 2007 a R$4 atualmente. Estas variações também parecem depender das regiões do país em que o livro é comprado.

Segundo a Casa Publicadora Brasileira (CPB), que tem virtualmente o monopólio das publicações adventistas no país, estes preços surpreendentemente baixos só são possíveis através de um subsídio da DSA, que se propõe a diminuir o peso financeiro do projeto sobre membros da IASD. Na edição de março da Revista Adventista, José Carlos de Lima, ex-diretor geral da CPB, explicou que os preços também foram reduzidos graças a investimentos em equipamento de alta produtividade, parcerias com empresas de logística, o uso de matéria-prima custo-efetiva, e subsídios recebidos de instituições adventistas.

Os custos da esperança

Entretanto, segundo o ex-líder de uma união que não quis se identificar, a CPB ainda lucrava com os livros. Em uma conversa com a Zelota, ele afirmou que a CPB consegue manter os custos de produção muito baixos para os livros do Impacto Esperança. “Eles podem comprar papel de um ano pra usar no outro, e isso é melhor que investir em banco,” disse. Ele também afirmou que a CPB imprime um número predefinido de livros que segue o número de pedidos de cada união no ano anterior, o que permite a ela planejar a impressão com antecedência e oferece maior segurança financeira. Estas ações, combinadas a subsídios da divisão, da AG, e de outras instituições, aumentaram a riqueza da CPB ao longo dos anos.

De fato é uma prática comum que editoras aumentem sua renda através de subsídios ou bolsas de instituições. Pedro Marin, editor da Revista Opera e da Editora Baioneta, detalhou para a Zelota como este processo geralmente funciona: “Se uma editora gasta R$1,80 para imprimir um livro e cobra R$1 do público enquanto recebe de algum subsídio R$4 por cópia impressa, ela ainda está lucrando com o livro.” Embora seja uma prática de mercado que não é necessariamente errada, não é uma transação sem ganhadores — como a CPB geralmente deixa implícito aos membros da IASD — já que a editora não está meramente cobrindo os custos da produção do livro.

No mesmo artigo de março publicado na Revista Adventista — a respeito da história e relevância do Impacto Esperança para a DSA — Lima também explicou que tanto a CPB quanto a Asociación Casa Editora Sudamericana “se fortaleceram” graças ao Impacto Esperança, permitindo-lhes investir em novo maquinário para o processo de impressão e manter a produção com preços baixos. A Zelota entrou em contato com a CPB para perguntar a respeito da produção, impressão e venda de livros. No entanto, a secretária Márcia Egel respondeu que a Zelota deveria entrar em contato com a DSA a respeito deste assunto. A Zelota entrou em contato com a DSA e fez as mesmas perguntas, mas não houve resposta até a publicação deste artigo.

Segundo o ex-líder da união, as consequências econômicas para a IASD — uma acumulação de riqueza por parte da CPB e a perda de autonomia financeira das uniões — eram precisamente o objetivo do programa. “O presidente da união geralmente controlava 26-30% da renda da união, mas Köhler mudou isso sem um único voto,” disse. Ao envolver todas as instituições da IASD na compra obrigatória de livros da CPB, os territórios viram uma porção cada vez maior de suas finanças permanentemente comprometida. Ele acrescentou que a “CPB costumava depender de colportores, mas agora tem um patrimônio de centenas de milhões. O ministério da colportagem acabou”.

Embora a CPB imprima livros de acordo com os pedidos do ano anterior, esses pedidos geralmente são definidos nos concílios anuais — sob pressão informal de líderes da divisão e de pares de outras uniões para que cada vez mais livros sejam pedidos. As uniões precisam comprar milhões de cópias adiantado e insistir que suas associações e escolas façam o mesmo — as quais por sua vez pressionam as igrejas locais a fazerem as compras. Se qualquer instituição da IASD deixar de comprar a quantidade exigida, as associações e uniões ainda terão que pagar, consequentemente arcando com os prejuízos — já que o pedido foi feito antes que qualquer igreja pagasse pelos livros.

Ex-pastores da DSA relataram a existência de “metas” para compras de livros que suas igrejas deveriam atingir. Eles eram pressionados por suas associações a comprar um número definido de livros, dependendo do tamanho de suas congregações. A quantidade de livros “era maior do que a igreja podia pagar ou usar”, disse um ex-pastor à Zelota. Ele também mencionou que não havia punição específica para os que não conseguiam atingir a meta, mas estes enfrentavam dificuldades com a administração.

Igrejas e escolas podem adquirir os livros de várias formas: dinheiro pode ser arrecadado com doações dos membros, retirado do orçamento da igreja ou dos departamentos, ou através de compras voluntárias em quantidades variáveis. Enquanto membros menos ricos compram pequenas quantidades, outros com mais recursos financeiros frequentemente compram entre 200 e 500 livros para atingirem as metas.

Com tamanha quantidade de livros, as congregações são incapazes de distribuir todo o material que são pressionadas a comprar, e como resultado é comum que instituições da IASD tenham guardado várias caixas de livros de anos diferentes. Consequentemente, associações, uniões e igrejas locais perdem dinheiro, ficando menos autônomas a cada ano — soterradas sob pilhas e pilhas de livros velhos.

O mercado do maná

Além das metas de vendas para o Impacto Esperança, outros pastores também são pressionados a atingir metas para a venda da Lição da Escola Sabatina (LES), especialmente os que trabalham no Ministério Pessoal e da Escola Sabatina. De modo similar aos livros do Impacto Esperança, a iniciativa é apresentada com uma linguagem missionária: o Projeto Maná, que encoraja os membros de todas as faixas etárias a assinarem a LES. O nome é uma referência às narrativas bíblicas sobre o pão diário que caiu do céu para sustentar os israelitas no deserto (Êx 16.1-36; Nm 11.1-9). O projeto é promovido aos membros como um facilitador do estudo diário da Bíblia através da LES, que é enviada trimestralmente pelo correio aos assinantes.

De modo geral, espera-se que cada associação estabeleça uma meta de assinaturas, e esta demanda é repassada para os pastores em suas respectivas comunidades. A meta é proporcional ao número de membros da igreja, geralmente de 60-80%. Para encorajar ainda mais a compra do material, algumas associações promovem o “Dia D”, uma espécie de dia especial para assinaturas. Os membros também são encorajados a fazer “assinaturas de solidariedade” para apoiar novos convertidos ou aqueles que não podem arcar com os custos. Eles também organizam “pontuações” em suas classes ou pequenos grupos para mostrar o progresso na venda de assinaturas e motivar a competitividade.

Embora seja para facilitar o envolvimento e estudo dos membros, o Projeto Maná é primariamente uma iniciativa da CPB para manter as vendas de versões impressas da LES. Na América Latina, nem as casas publicadoras, nem a DSA promovem o app oficial da AG — desenvolvido pela Adventech — que oferece a LES gratuitamente em 39 idiomas. Pelo contrário, eles só promovem seu próprio app, que oferece acesso ao material por meio de assinaturas digitais.

Alguns pastores relataram à Zelota que, com o lançamento do app da Adventech, a CPB supostamente relutou em contribuir ou promover a alternativa gratuita para o estudo da LES.

Construindo um império

Segundo o Manual da Igreja, a forma de governo da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) é representativa: “Esse modelo reconhece que a autoridade da igreja repousa sobre seus membros e é expressa por meio de representantes devidamente eleitos em cada nível da organização, com a responsabilidade executiva delegada a entidades e oficiais representantes para dirigir a igreja no nível respectivo” — ou pelo menos na teoria. A autoridade de seus membros, em teoria, é exercida nas assembleias quadrienais para Associações e quinquenais para Uniões, onde delegados de todo o território de uma unidade administrativa se reúnem para escolher seus representantes. Embora a AG e as divisões — que são órgãos administrativos da AG — supervisionem a distribuição do orçamento mundial e façam revisões aos Regulamentos Eclesiástico-Administrativos e ao Manual da Igreja, elas não têm corpos constituintes próprios (isto é, delegados dos membros e obreiros de seu território) e, em última instância, não têm autoridade para impor mudanças a territórios.

Mas sob a administração de Köhler, a DSA encontrou uma forma genial de subverter o sistema político adventista. Encontrando modos alternativos de sugar o dinheiro dos constituintes para fora dos territórios e para dentro da CPB, que em última instância responde à divisão, a DSA enfraqueceu muito a capacidade local de resistir a imposições da DSA e da AG. Isso está claramente refletido na estrutura política da DSA: entre suas 16 uniões, somente quatro são uniões-associações, isto é, com autonomia administrativa em relação à divisão. As 12 uniões restantes são uniões-missões ou uniões de igrejas, com seus líderes eleitos em uma única assembleia quinquenal dirigida pela DSA e pouca autonomia administrativa local. Durante a administração de Köhler, algumas uniões-missões foram até divididas em duas, mas nenhuma foi promovida a união-associação, embora seu número de membros seja comparável ao das uniões-associações no território.

Tabela 1: Lista de Uniões da DSA a partir da data de organização

UniãoAno de criaçãoUnião de origem
União-Associação Argentina (UA; anteriormente União-Associação Austral)1906; reorganizada em 1966; reorganizada e renomeada em 2010União-Associação Sul-Americana
União-Associação Central Brasileira (UCB)1907; reorganizada em 1986, 2015União-Associação Brasileira
União-Missão Sul Peruana (USP)1914 (União-Missão Inca);reorganizada como União-Missão Peruana em 1996; território dividido e renomeado em 2006; reorganizada em 2017União-Associação Sul-Americana
União-Associação Sudeste Brasileira (USEB)1919; reorganizada em 1996; renomeada em 2012; reorganizada em 2019União-Associação Brasileira
União-Missão Norte Brasileira (UNB)1936; reorganizada em 2010; reorganizada em 2016União-Missão Leste Brasileira (atual União-Associação Sudeste Brasileira)
União-Missão Chilena (UC)1966União-Associação Austral (atual União-Associação Argentina)
União-Associação Sul Brasileira (USB)1986União-Associação Central Brasileira (anteriormente União-Associação Sul Brasileira)
União-Missão Boliviana (UB)1996União-Missão Inca
União-Missão Nordeste Brasileira (UNEB)1996; reorganizada em 1999; reorganizada, e território dividido em 2013; reorganizada em 2016União-Associação Leste Brasileira (atual União-Associação Sudeste Brasileira)
União-Missão Equatoriana (UE)2001N/A
União-Missão Centro-Oeste Brasileira (UCOB)2005; reorganizada em 2019União-Associação Central Brasileira
União-Missão Norte Peruana (UNP)2006União-Missão Inca
União-Missão Noroeste Brasileira (UNOB)2010União-Missão Norte Brasileira
União-Missão de Igrejas Paraguaia (UP)2010União-Associação Austral (atual União-Associação Argentina)
União-Missão de Igrejas Uruguaia (UU)2010União-Associação Austral (atual União-Associação Argentina)
União-Missão Leste Brasileira (ULB)2013União-Missão Nordeste Brasileira

Esta estratégia, aliada à centralização de fundos mútuos sob a DSA de Köhler, conferiu um poder inaudito à divisão e à AG na América do Sul. “Hoje a divisão vem e empresta um milhão para uma união aqui e ali, para construir uma igreja, etc.,” diz o ex-líder de união. Mas todo pedido de dinheiro da DSA é analisado de perto, inclusive em termos ideológicos, o que força toda instituição da IASD a dançar conforme a música da DSA.

Figura 1: Lista de uniões da DSA de acordo com o número de membros (2021). As barras vermelhas são uniões-associações, e as marrons são uniões-missões.

Tamanha centralização permitiu que Köhler fosse muito mais eficiente que Wilson na imposição de seu ultraconservadorismo. Na América do Norte — onde a AG tem pouca capacidade de impor seu poder — a agenda ultraconservadora de Wilson se torna aparente primariamente com seus discursos durante assembleias da AG e suas alianças com ministérios independentes, enquanto Köhler impôs esta agenda silenciosamente por meios administrativos — um método que a AG parece estar adotando agora. Por exemplo, o cargo de igreja local de diretor de Espírito de Profecia, que surgiu na Assembleia Geral de 2022 e preocupou muitos delegados, está ativo na América do Sul desde 2017. Este cargo já incluía a função de “promover o uso correto” de Ellen White. Além disso, a tentativa recente da AG de controlar ainda mais a educação teológica adventista tomou explicitamente como modelo políticas da DSA — as quais foram estabelecidas na administração de Köhler.

Luz para quem?

Sharing the Gift of Light-2.0 é um projeto planejado pela Comissão EP, da qual Köhler e Wilson fazem parte. Embora não esteja claro de onde virá o financiamento para o projeto, já está evidente que as uniões terão gastos, pois espera-se que elas “recomendem pelo menos uma publicação limitada para a maior parte das novas traduções por meio das casas publicadoras aprovadas” — conforme detalhado no documento do projeto. Não surpreenderia se as uniões também tivessem que oferecer suporte financeiro em outras etapas do processo, como a contratação de tradutores. Essa perspectiva, vista à luz do legado do Impacto Esperança e sua adoção crescente pela AG, pinta um cenário sombrio para o futuro da IASD — especialmente considerando que Wilson e Köhler são candidatos presidenciais proeminentes na Assembleia Geral deste ano. O que o futuro trará para uma instituição cujos líderes usam a obra missionária como lema populista de modo a acumular cada vez mais dinheiro e exercer cada vez mais controle ideológico sobre o adventismo?