A menos que as visões de Ellen G. White sejam exemplos de um fanatismo adventista primitivo, ela não teve parte nas práticas fanáticas, embora não as tenha condenado


Ellen G. White at the rostrum speaking at the 1901 General Conference (Fonte: Adventist Digital Library).

Por Ronald Graybill | historiador e pastor adventista. Quando aluno da Universidade La Sierra, conquistou o doutorado em história religiosa americana pela Universidade John Hopkins em 1983. Ele passou décadas associado a Arthur L. White no Ellen G. White Estate, ajudando-o com sua biografia de seis volumes de sua avó. Traduzido e adaptado do original em inglês1 por André Kanasiro para a revista Zelota. Republicado em colaboração com Spectrum: o periódico e website do Adventist Forum desde 1969. www.spectrummagazine.org

Em fevereiro de 1845, Israel Dammon, um barulhento pregador millerita, foi julgado no Maine por “perturbação da paz”. Ellen Harmon, na época com dezessete anos, estava presente na reunião que deu origem às acusações contra ele, mas não foi acusada de nada. Essa adolescente logo se casou com Tiago White e, com o seu patrocínio, conquistou legitimidade como a profetisa adventista Ellen G. White. É ela que entrou em julgamento desde a descoberta, nos anos 1980, da reportagem jornalística sobre o julgamento de Dammon, há muito esquecida. Os defensores e detratores de White têm defendido interpretações das mais variadas sobre o julgamento de Dammon e seu papel na reunião que deu origem a ele. Neste artigo, eu vou explorar algumas dessas interpretações e oferecer algumas das minhas.

A reportagem sobre o julgamento foi descoberta pela primeira vez em 1983 por Frederick Hoyt, professor de história na Universidade La Sierra. Ele a encontrou em um microfilme que continha a edição de 7 de março de 1845 de um jornal do norte do Maine, o Piscataquis Farmer.2 Há muito familiarizado com a história do adventismo primitivo, Hoyt ficou chocado e perturbado com a diferença entre este relato e o tradicional. Ele não o mencionou para ninguém além de sua esposa, e manteve silêncio a respeito durante os anos seguintes.

Em julho de 1986, independentemente de Hoyt, Bruce Weaver, um ex-pastor adventista que na época era um funcionário da Canon, descobriu a mesma reportagem sobre o julgamento de Dammon.3 Weaver mencionou sua descoberta para algumas pessoas, e quando Walter Rea, o famigerado autor de The White Lie (“A mentira branca”, em português), soube do achado de Weaver, pediu que Weaver lhe enviasse uma cópia, prometendo não compartilhá-la até que Weaver pudesse publicar seu próprio artigo a respeito. Mas Rea, ignorando sua promessa, rapidamente escreveu uma longa carta a Robert Olson, secretário do Ellen G. White Estate, e incluiu sua própria versão, laboriosamente redigitada, da reportagem completa sobre o julgamento de Dammon. Rea disse a Olson: “Nós já a conectamos [Ellen White] a alguns eventos um tanto fanáticos e bizarros, como estas páginas vão demonstrar.”4

Rea então submeteu sua carta para Olson ao periódico adventista dissidente Limboline, que a publicou na edição de 21 de janeiro de 1987.5 Foi lá que uns poucos adventistas viram pela primeira vez a reportagem sobre o julgamento de Dammon. Na Limboline, Rea novamente deixou de dar os créditos a Weaver por ter descoberto a reportagem no jornal, de modo que Rea, o caçador de plágio, tornou-se ele mesmo uma espécie de plagiador; ao não dar crédito a ninguém pela descoberta, ficou implícito que fora ele o responsável.

Hoyt, percebendo que não deveria mais ficar em silêncio a respeito de sua descoberta anterior, publicou “Trial of Elder I. Dammon: Reported for the Piscataquis Farmer” na edição de agosto de 1987 da Spectrum.6 Na mesma edição foi publicado um debate entre Hoyt e seus colegas historiadores Rennie Schoepflin, Jonathan Butler, e eu, intitulada “Scandal or Rite of Passage? Historians on the Dammon Trial”.

Pouco tempo depois, em abril de 1988, Weaver publicou o artigo “Incident in Atkinson: The Arrest and Trial of Israel Dammon” [“Incidente em Atkinson: A Prisão e o Julgamento de Israel Dammon”], na Adventist Currents. A capa da edição de Adventist Currents,7 assim como a ilustração do artigo de Weaver apresentava um desenho feito por Don Muth de Ellen Harmon deitada no chão enquanto despertava de uma de suas visões. O desenho de Muth imaginou um momento em que ela estava cercada por todos os exercícios “fanáticos” dos outros participantes na reunião de Dammon.

Kevin Morgan achou que a ilustração de Muth “cria uma caricatura distorcida do que ocorreu na reunião”, em parte porque “as coisas que ela ilustra não aconteceram todas de uma vez…”.8 No início dos anos 1950, Muth havia dado aulas no Pacific Union College e ilustrado vários livros adventistas. Naquela época, ele condenava “seitas excêntricas e ‘ismos’, tais como cubismo e surrealismo”, os quais ele afirmava terem “criado um novo mundo de confusão”.9 Mas em 1988 ele já mostrava simpatia por certas causas adventistas excêntricas, servindo como editor para o Good News Unlimited de Desmond Ford e como designer para o livro de Rea, The White Lie.

Dirk Anderson, um crítico ávido de Ellen White, considerou a descoberta da reportagem sobre o julgamento de Dammon “a descoberta histórica adventista do século”.10 Ele aparentemente estava fazendo referência a Douglas Hackleman, que anteriormente foi um pouco mais moderado, dizendo que era “a descoberta histórica adventista da década — senão do século…”11 Kevin Burton, em seu artigo acadêmico escrito na Florida State University, disse que a descoberta “enviou ondas de choque por toda a Igreja Adventista”.12

Robert Olson, o secretário do White Estate, estava muito menos impressionado com a descoberta de Dammon. Quando a Spectrum publicou toda a reportagem sobre o julgamento de Dammon, em agosto de 1987, Olson escreveu um memorando ao conselho de curadores e diretores de centros de pesquisa do White Estate. No memorando, Olson dizia que, quando recebeu pela primeira vez a reportagem através de Rea, não encontrou “nada que […] exigisse uma declaração explicativa do White Estate.” Mesmo após a Spectrum publicar a reportagem, Olson disse que, para a equipe, “uma resposta formal do White Estate não é necessária”. Hackleman ficou horrorizado, dizendo que a reportagem sobre Dammon estava sendo “estudadamente ignorada” pelo White Estate.13

Olson observou que, nos três meses após a reportagem aparecer na Spectrum, o White Estate tinha recebido somente dois questionamentos a respeito do assunto. “Aparentemente os membros da nossa igreja consideram o relato de pouca importância”, disse. Em resposta a Olson, alguém comentou que não havia muitos adventistas que liam a Spectrum, e que aqueles que a liam dificilmente escrevem ao White Estate pedindo seus comentários sobre o assunto.

A descoberta do julgamento de Dammon foi o marco de pelo menos uma coisa na história adventista: era a menção mais antiga do nome de Ellen Harmon e de suas visões em uma publicação. Tiago White, na edição de 6 de setembro de 1845 do The Day Star, tinha escrito a respeito de “uma irmã no Maine que teve uma visão clara do povo do advento viajando para a Cidade de Deus”, mas não a nomeava. O relato da própria Ellen Harmon de sua visão não foi publicado no The Day Star até o dia 24 de janeiro de 1846. A reportagem sobre o julgamento de Dammon era significativa por colocá-la em circunstâncias muito diferentes da situação que ela descreveu para sua primeira visão. Sobre sua visão, ela escreveu em 1851 que “não foi uma ocasião excitante”.14 Mas as circunstâncias dessas visões de fevereiro de 1845 foram exatamente o oposto.

Em setembro de 1844, o irmão de John Greenleaf Whittier, Matthew Franklin Whittier, pode tê-la ouvido falar em uma reunião millerita em Portland. Ele descreveu “uma bela moça em seus ‘anos debutantes’ ou algo assim, que… se deteve numa espécie de visão que ela tivera na noite anterior”. Sua estimativa da idade desta “bela moça” se encaixaria em Ellen Harmon. “Bela” dificilmente descreveria a aparência que ela supostamente tinha na época, mas talvez ele tenha usado licença poética para glamourizá-la um pouco. Além disso, não temos ideia do quão boa era sua visão dela, ou sequer qual era sua concepção de “bela”. Se a garota que ele viu e ouviu era Ellen, esta pode ser a única referência a esta visão de setembro de 1844 — uma visão que pode na verdade ter sido sua “primeira visão”. De acordo com Whittier, ela descreveu “cenas terríveis de julgamento” e as “agonias vindouras” dos incrédulos “com uma exultação diabólica”.15

Conforme mencionado acima, Ellen Harmon datava sua primeira visão em dezembro de 1844. Ela possivelmente estava correta, pois James Ayer Jr., durante a acareação do julgamento de Dammon em fevereiro de 1845, disse: “Entendi que a irmã Harmon teve uma visão em Portland, e estava viajando pelo país para relatá-la.”

O White Estate não publicou nada sobre o julgamento de Dammon em seu website até a publicação da palestra de James Nix em 2004, “Another Look at Israel Damman [sic]”. Hoyt achou que “esperar tanto para responder a um documento tão importante para nossa história primitiva parece pouco razoável — senão patentemente irresponsável”.16 Ele também ficou intrigado, senão ofendido, por Nix, em seu artigo, seguir o erro ortográfico de Ellen White ao escrever o nome de Dammon como “Damman”,17 sendo que o Piscataquis Farmer e todas as fontes sempre o escreveram corretamente.

Anteriormente, o conselho de curadores do White Estate tinha pedido a Herbert Douglass que preparasse o livro de 1998, Mensageira do Senhor: o ministério profético de Ellen G. White. No livro, Douglass dedicou algumas páginas ao incidente com Dammon.18

Que tipo de reunião foi essa em que Ellen Harmon e Tiago White entraram naquela noite de sábado, em 15 de fevereiro de 1845? Foi uma “confusão de fanatismo”, disse Michael Campbell.19 Mas Morgan imaginou uma reunião muito mais ordenada, dizendo que ela consistia de “períodos distintos de louvor sincero, exortação com respostas vigorosas, descritas como ‘gritos’, e oração veemente”. Ele então citou o testemunho de “um vizinho não adventista” que testemunhou não ter visto “nada parecido com libertinagem – havia exortação e oração todas as noites”.20

Mas outra testemunha no julgamento de Dammon disse que “foi a assembleia mais barulhenta de que já participei – não havia ordem ou regularidade alguma”. Dammon e os outros “falavam todos de uma vez, gritando por cima uns dos outros. O xerife que prendeu Dammon disse que o lugar era “uma gritaria contínua”, e uma testemunha disse que nunca tinha visto “tamanha confusão, nem em farras de bêbados”. Sem falar nas pessoas “sentadas no chão, e deitadas no chão […] [e] se apoiando uns nos outros. Não tinha a aparência de um encontro religioso.” A própria Ellen White mais tarde descreveu os encontros milleritas da época na região envolvendo “muita excitação, com barulho e confusão […] saltos, danças, e gritos”.21

E o que eram as “práticas” — alguns diriam “práticas fanáticas” — que se diz terem sido feitas? Várias testemunhas no julgamento descreveram beijos “santos” entre homens e mulheres não casados uns com os outros, lava-pés misto, beijo nos pés, demandas por batismos à meia-noite em meio ao gelo, exibições esquisitas de humildade voluntária — agachar, rastejar, rolar — e uma política de não trabalhar. Até mesmo a aceitação das visões e dos transes de Ellen Harmon como revelações divinas genuínas era considerada algo fanático por alguns. Joshua Himes, descrevendo a Guilherme Miller o quão “ruins” estavam as coisas em Portland, Maine, mencionou “baboseiras visionárias”, obviamente um elemento fanático em sua concepção.22

A visão de Steve Daily destas práticas fanáticas durante as reuniões milleritas da época inclui “gritaria, perturbação da vizinhança, […] transes extensos, visões, ser derrubado pelo espírito, falar em línguas […] rastejar, latir (e fazer outros barulhos de animais), cair e ficar no chão durante reuniões, profecia, e outras experiências extáticas.”23 Não há registros contemporâneos do evento que descrevam latidos ou glossolalia nas reuniões milleritas de 1845. Talvez Daily tenha trazido estes elementos após ler em algum lugar sobre o Reavivamento de Cane Ridge no Kentucky, em 1801.24

O que Ellen Harmon estava fazendo durante esta reunião? Testemunhas do julgamento a descreveram como “uma mulher no chão que deitava de costas com um travesseiro sob a cabeça; ela ocasionalmente se levantava e contava uma visão que dizia ter sido revelada a ela”. Tiago White, aparentemente sentado no chão atrás de Ellen, segurava sua cabeça durante parte do tempo.25 Na reportagem não há indicação de que Ellen tivesse uma companheira consigo, embora muitos anos depois (em 1880), ela tenha dito: “Minha constante e fiel companheira na época era a irmã Louisa Foss.”26 Hoyt achava a reportagem sobre a reunião “simplesmente repleto de conotações e insinuações sexuais gritantes, manifestando-se sob o disfarce transparente de êxtase religioso”.27 Uma testemunha do julgamento se referiu a Ellen como uma “mulher”, mas legalmente ela era uma criança — essencialmente uma virgem adolescente com Tiago White, um homem adulto que era seis anos mais velho e estava segurando a cabeça dela em suas mãos.

Uma testemunha disse que Ellen Harmon disse à sua prima que ela “precisava ser batizada naquela noite, ou então iria para o inferno”. Outra disse: “A mulher da visão chamou Joel Doore, disse que ele tinha duvidado, e não seria batizado novamente – ela disse, irmão Doore, não vá para o inferno. Doore se ajoelhou aos pés dela e orou.” Um homem chamado Jacob Mason disse: “Eu acho que as visões dela eram de Deus – ela descrevia os casos corretamente. Ela descreveu o meu corretamente.” Diz-se que Ellen “contou cinco visões no sábado à noite”. Deve ser observado que até mesmo uma testemunha de defesa mencionou Ellen usando a expressão “ir para o inferno”: “A irmã Harmon disse à minha esposa e às garotas que, se não fizessem o que ela disse, iriam para o inferno.”

Apologistas modernos duvidam de que Ellen Harmon tenha usado uma profanidade como “ir para o inferno”. Eles argumentam que nunca a viram usar esta expressão em outro lugar de seus escritos. É claro que os apologistas, quando se referem aos “seus escritos”, só estão olhando para as versões corrigidas e polidas de seus escritos, e não para os manuscritos originais. Além disso, o que parece uma profanidade para nós hoje pode não ter parecido uma para Ellen ou as pessoas na reunião de Dammon em 1845. Outra pessoa comentou que em nossos escritos tendemos a ser muito mais apropriados e circunspectos do que em falas informais.

Opiniões variam quanto à acurácia da reportagem do Piscataquis Farmer sobre o julgamento. Alguns a chamam de “testemunho juramentado” ou “registro do tribunal”, enquanto outros dizem que é meramente “um relato no jornal” ou “uma reportagem bem superficial e incerta feita por um homem que não tinha habilidade para escrever tais reportagens”. Ann Taves a chamou de “transcrição do julgamento feita por um repórter”. Mas “transcrição” ela não é, como Burton explicou tão cuidadosamente: “Embora o repórter tenha feito o melhor que pôde para ser tão acurado quanto possível, as palavras encontradas no Piscataquis Farmer […] não são as palavras das próprias testemunhas — elas são as palavras do repórter, impressas a partir de suas anotações manuscritas. Não obstante, ele fez um bom trabalho em suas aproximações e os detalhes gerais encontrados no Piscataquis Farmer são confiáveis, mesmo que o documento não seja o resumo de uma transcrição verbatim do tribunal.” Como diz Burton, não temos as palavras ou a linguagem de nenhuma das testemunhas — o que temos são as palavras deste “homem inexperiente […] esforçado”. Em um tribunal moderno, a reportagem como um todo seria uma evidência diz-que-me-disse inadmissível.

Além disso, diz-se que havia até cinquenta pessoas presentes durante a reunião de Dammon, mas somente os testemunhos de homens foram reportados. Se alguma mulher sequer deu seu testemunho, o repórter aparentemente pensou que seu testemunho não era importante ou único. Mas se fosse permitido às mulheres testemunhar, seus testemunhos poderiam ter sido mais interessantes e valiosos para nós hoje. Na verdade, parece que uma mulher que estava presente na reunião de fato “testemunhou” anos depois, mas negando o que se alegava ter sido testemunhado por ela. No final do volume 2 do livro de Ellen G. White Spiritual Gifts, de 1860, há uma lista de cinco nomes de pessoas que dizem estar testemunhando a favor da veracidade das afirmações de Ellen sobre a prisão de Israel Dammon.28 Entre eles está o nome da Sra. R. W. Wood. Mas “em uma carta privada, datada de 16 de maio de 1888, a Sra. Wood nega ter assinado esta afirmação, e diz não saber que seu nome estava nela até muitos anos depois. Ela também nega a acurácia das afirmações da Sra. White a respeito do caso [Dammon].” Nenhum dos outros signatários testemunhou no julgamento de Dammon, embora sem dúvida estivessem todos presentes na reunião.29

O repórter disse ter “sintetizado” o testemunho, deixando de fora as “partes pouco importantes”. Podemos nos perguntar se o que ele deixou de fora pareceria “pouco importante” para nós. Jamais foi encontrado um registro oficial do julgamento, e mesmo se o fosse, seria muito imperfeito, já que registros verbatim de julgamentos não eram criados até os anos 1860, quando repórteres de tribunais estavam finalmente usando a taquigrafia Pitman para registrar o que era dito.30

O repórter de fato disse que tinha um “assento” no tribunal, então ele sem dúvida fez suas próprias anotações e usou quaisquer notas que o “tribunal” (i.e., os juízes e advogados) tivessem feito. Mas não temos ideia do quão extensas ou acuradas eram quaisquer destas anotações, ou quanto do que aparece na reportagem final foi de fato escrito no momento do testemunho ou preenchido depois a partir de breves rascunhos feitos apressadamente conforme o julgamento avançava. Ainda assim, Weaver disse que a reportagem tem “enorme credibilidade”, e Hoyt disse: “Eu concordo plenamente com a avaliação dele.”

Opiniões mais céticas quanto à validade da reportagem vieram de apoiadores extremos de Ellen White. Um certo Bob Pickle, respondendo a algo que eu escrevi há anos na Adventist Review, disse que o relato das testemunhas de acusação era simplesmente “falso”. Ainda mais extremo foi Vance Ferrell, que afirmou que as testemunhas de defesa eram “crentes adventistas sinceros”, cujo testemunho foi “bastante verdadeiro e relativamente acurado”, em oposição às testemunhas de acusação, as quais eram “ímpios arruaceiros […] vândalos” que “espalharam histórias falsas” e cujo testemunho “procede do príncipe das trevas”.31

A primeira coisa a intrigar apologistas como Nix era: “O que eles [Ellen Harmon e Tiago White] estavam fazendo ali, em meio a tanto barulho e confusão?” Douglass explicou que Ellen estava entre os fanáticos porque estes eram os poucos remanescentes do movimento millerita que ainda acreditavam na importância profética do dia 22 de outubro de 1844, mesmo que muitos acreditassem, diferente dela, que Cristo tinha vindo espiritualmente naquela data. Estas, portanto, eram as únicas pessoas dispostas a ouvi-la na época.

Não há testemunho no julgamento indicando que Ellen Harmon tenha condenado de qualquer forma o fanatismo que a rodeava. É claro que Ferrell tinha uma explicação para isso: Ellen não condenou fanatismo nenhum porque “não houve demonstrações de fanatismo por parte dos crentes”.32 Afinal de contas, argumenta Ferrell, as mulheres que estavam engatinhando fizeram isso para impedir que os homens sentados no chão de olhar por baixo das suas saias. Beijos santos? Ah, estes eram “provavelmente na bochecha ou na testa”. Ferrell ignorou a reação de Dorinda Baker ao beijo santo que recebeu: “isso é bom”.

Defensores de Ellen White frequentemente apontam que “nenhuma testemunha no julgamento de Dammon a acusou de qualquer tipo de indecência”. Contudo, sua exigência de que adolescentes fossem batizadas imediatamente em um rio congelado no meio da noite33 ou “fossem para o inferno” certamente parece tão fanática quanto qualquer outra coisa que aconteceu durante a reunião de Dammon.

Um dos desafios à reputação de Ellen White criado pela reportagem sobre o julgamento de Dammon foi a contradição entre a descrição do xerife das dificuldades para prender Dammon e o relato diferente da prisão feito por Ellen, publicado quinze anos depois em Spiritual Gifts. O xerife disse ter que chamar reforços duas vezes até que ele e vários guardas conseguissem prender Dammon, pois “várias mulheres saltaram até ele – ele se segurava nelas, e elas, nele. […] Nós encontramos resistência tanto por homens quanto por mulheres”, mas Ellen disse que Dammon “foi mantido pelo poder de Deus […] e os servos de Deus […] não ofereceram resistência”.

Para os defensores mais fanáticos de Ellen White, o problema é fácil de resolver. O xerife era um dos que “espalharam histórias falsas” e cujo testemunho procedia “do príncipe das trevas”. No extremo oposto, Sydney Cleveland, em seu livro White Washed: Uncovering the Myths of Ellen G. White, afirmou que “Ellen não falou a verdade”.34

Morgan tinha sua própria explicação para o motivo do relato do xerife Joseph Moulton não ser confiável: “Eu não desconto o relato de Ellen White do que aconteceu como testemunho legítimo, então interpreto o testemunho de Joseph Moulton — não validado por qualquer outra testemunha no julgamento — como uma tentativa de manter a credibilidade usando uma explicação natural. […] Sua explicação é como a explicação dos guardas na tumba de Jesus, após a ressurreição, que difamaram a si mesmos ao testemunhar que os discípulos vieram à noite e roubaram o corpo. Moulton usa a alegação de que não conseguiu competir com as mulheres na sala — a despeito do fato de que o fazia parecer fraco — porque a alternativa é reconhecer que havia algo sobrenatural acontecendo naquela casa.”35

Campbell especula que o fato de que D. M. Canright não usou a história de Dammon contra Ellen White em seus livros era evidência de que ele dava mais crédito à versão do evento contada em Spiritual Gifts que à versão do xerife. Ele acha que Canright sem dúvida devia estar familiarizado com o incidente de Dammon e o teria usado para desacreditar Ellen se acreditasse que a versão do xerife estava correta.36

Minha própria interpretação é que, mesmo que o xerife inicialmente tenha tido que “arrombar” a porta para entrar, ele pode ter relutado em usar violência física para puxar os homens e as mulheres que se agarravam a Dammon, ou pode ter percebido que, assim que puxava um dos defensores de Dammon, outro rapidamente ocupava seu lugar. Depois que conseguiu todos os seus reforços, o xerife foi capaz de prender Dammon sem maiores dificuldades. É claro, Ellen White alegava que mesmo após a chegada dos reforços ainda se passaram quarenta minutos até que ele conseguisse efetuar a prisão, e só porque Deus tinha finalmente soltado Dammon.

Outros essencialmente admitem que a versão de Ellen White do evento poderia estar incorreta. Por exemplo, William Fagal, que era diretor da filial do White Estate na Universidade Andrews, disse, “Ela não reivindica inspiração para seus relatos biográficos”, e ela até admitiu que, ao escrever o volume 2 de Spiritual Gifts, teve que “depender da memória”.37

Nix, que era diretor do White Estate em 2004, disse: “Dada a mentalidade espiritual de Ellen White na época […] sem dúvida sua perspectiva dos eventos seria muito diferente da do xerife.” Nix prosseguiu e relembrou um incidente anterior em sua vida, quando esta “mentalidade espiritual” a levou a escutar trabalhadores na rua oferecendo “alegres hosanas”, sendo que, como ela mesma admitiu no mesmo relato, eles na verdade estavam “conversando sobre assuntos ordinários”.38 Talvez Nix não quisesse implicar isso, mas ao citar esse incidente anterior, ele pareceu também sugerir que a “mentalidade espiritual” de Ellen levou-a a ver a prisão de Dammon de uma forma completamente diferente do que realmente aconteceu.

Dado como a memória humana pode misturar e confundir eventos similares do passado, o relato de Otis Nichol do que ele alegava ter sido uma tentativa de prender a própria Ellen Harmon pode ter colorido a lembrança de Ellen White do incidente com Dammon. Nichols disse: “Certa vez, um xerife e vários homens não tiveram poder sobre ela por uma hora e meia, embora tenham exercido toda a sua força corporal para movê-la, sendo que nem ela, nem ninguém oferecia qualquer resistência.”39 Ela até ecoou o uso de Nichols da palavra “resistência”. Nichols disse que “ninguém oferecia qualquer resistência”, e ela disse que “os servos de Deus […] não ofereceram resistência”.

A reportagem sobre o julgamento de Dammon também põe em questão se as memórias de Ellen White em 1860 estavam corretas quando ela lembrou ter condenado o fanatismo em Exeter, Maine, ainda antes de ir para Atkinson. “Em Exeter […] eu relatei o que me foi mostrado em relação a algumas pessoas fanáticas que estavam presentes.”40 Ela realmente condenava o fanatismo desde o início do seu ministério público, como ela parece implicar em suas alegações posteriores? Na reportagem sobre o julgamento de Dammon, não há menção a qualquer condenação feita por Ellen Harmon contra o fanatismo. Na verdade, não há nenhuma evidência contemporânea de que ela tenha condenado fanatismo em qualquer momento de 1845. Em sua carta de 1874 a Loughborough, ela disse: “Nós lamentamos reconhecer que houve fanatismo no estado do Maine. […] Tornou-se meu dever desagradável enfrentar a situação, e trabalhamos duro para suprimi-lo. Não tivemos parte nele, exceto para testemunhar decisivamente contra ele sempre que o encontrávamos.”41

A menos que se considere as próprias visões de Ellen Harmon como um exemplo de fanatismo adventista primitivo, é provavelmente verdade que ela “não teve parte” nas práticas fanáticas. Não há relatos dela engatinhando ou apoiando os ensinamentos sobre não trabalhar. Mas ela foi parte do fanatismo em 1845, simplesmente porque ela se misturou com os fanáticos e — até onde indicam registros da época — não os condenou.

Ela disse que foi sua rejeição do fanatismo de Dammon que o levou a rejeitar o seu dom profético.42 Podemos especular que até mesmo em 1845 ela pode ter corrigido algumas de suas opiniões, mas não com vigor o bastante para que ele rejeitasse suas visões. De qualquer forma, foi só no final de 1846 que sua condenação do fanatismo de Dammon fez com ele rejeitasse suas alegações proféticas. Ela, Tiago White, e José Bates estavam viajando amigavelmente com Dammon após seu casamento em 1846, quando o “potro parcialmente domesticado” que estava puxando sua carroça ficou completamente parado enquanto ela tinha uma visão.43 Foi só depois de seu casamento em agosto de 1846 que aconteceu sua ruptura com Dammon.

Assim que começou a condenar o fanatismo, ela continuou a se distanciar dele ao longo da vida, tão vigorosamente quanto possível. Já em 1851, quando descrevia as circunstâncias de sua primeira visão, ela fez questão de mencionar que “não foi uma ocasião excitante”.44

Aquela reunião de sábado à noite em Atkinson, Maine, foi o humilde “estábulo” em que nasceu a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Não havia gado mugindo, mas havia muita gente berrando. Ninguém ali guardava o sábado, mas Tiago White e sua amiga adolescente, Ellen Harmon, emergiram desse estábulo lotado para construir o edifício que hoje é a Igreja Adventista do Sétimo Dia mundial.

Tiago White certamente foi o “carpinteiro” do adventismo primitivo, e igrejas como as de Washington, New Hampshire, são frequentemente consideradas o “berço” da IASD porque foi lá que a guarda do sábado foi aceita. Mas o estábulo em Atkinson solidificou a aliança entre Tiago White e Ellen Harmon, que foi tão importante para o nascimento e crescimento da IASD.

Notas:

1. Ronald D. Graybill, “Israel Dammon’s Co-Defendant”, Spectrum 52, no. 2 (2024): 50-56.

2. Em 1987, Frederick Hoyt disse: “Eu obtive o documento há cerca de quatro anos.” Em “Scandal or Rite of Passage? Historians on the Dammon Trial,” Rennie Schoepflin, ed., Spectrum 17, no. 5 (August 1987): 38.

3. Bruce Weaver estava revisando microfilme da Biblioteca Fogler na Universidade do Maine, que estava emprestada para a biblioteca pública principal de Greensboro, North Carolina. Emora não fosse mais um pastor adventista na época, Weaver era e ainda é um cristão ativo. Na época desta descoberta, ele era coordenador de contas nacionais para a Canon, na divisão de dispositivos copiadores/multifunção. Bruce Weaver para Ron Graybill, 30 de março e 3 de abril de 2024. Em um email posterior, Weaver disse: “Era óbvio que aquela edição particular do Piscataquis Farmer tinha sido muito marcada por alguém que aparentemente trabalhou muito nele. É possível ver isso nas minhas fotocópias da edição em questão. As duas edições consecutivas anteriores a ela não estavam marcadas. Eu tenho cópias das primeiras páginas respectivas — Nº 29 e 30 — que não têm estas marcas horizontais, enquanto o Nº 31 tem. Eu me perguntei quem poderia tê-lo visto, especialmente sendo um jornal obscuro, na edição nº 31, danificada pelo que pareciam ser revisões consecutivas.” Bruce Weaver para Ron Graybill, 18 de abril de 2024.

4. Walter Rea para Robert Olson (com cópias para William G. Johnsson, editor da Adventist Review, e Neal C. Wilson, presidente da Associação Geral de Adventistas do Sétimo Dia, 25 de novembro de 1986.

5. Incluindo a transcrição redigida por Rea da reportagem completa do Piscataquis Farmer sobre o julgamento, publicada em 7 de março de 1845.

6. Frederick Hoyt, ed, “Trial of Elder I. Dammon Reported for the Piscataquis Farmer,” Spectrum 17, no. 5 (August 1987): 29-36.

7. Bruce Weaver, “Incident in Atkinson: The Arrest and Trial of Israel Dammon,” AdventistCurrents 3, no. 1 (April 1988): 16-36.

8. Kevin L. Morgan, “The Vilification and Arrest of Adventists in 1845 in Relation to Israel Dammon’s Trial.” Artigo não publicado, documento 1056 do White Estate.

9. Don Muth, “Now Hear This,” Campus Chronicle 29 (October 18, 1951).

10. Dirk Anderson, White Out: An Investigation of Ellen G. White (Glendale, Arizona: Life Assurance Ministries, 1999), 52.

11. Douglas Hackleman, “A Question of Character,” Adventist Currents 3, no. 1 (April, 1988): 3.

12. Kevin M. Burton, “The Maine Event: Israel Dammon, Millerism, and Religious Intolerance in Nineteenth-Century America,” artigo apresentado em cumprimento parcial aos requisitos para o doutorado em religião, Florida State University, Department of Religion, 2016.

13. Douglas Hackleman, “A Question of Character,” 3.

14. Ellen G. White, “Experience and Views,” Second Advent Review, And Sabbath Herald […] Extra 2 (July 21, 1851): 1.

15. Mathew Franklin Whittier, “The Tenth Day of the Seventh Month,” The Portland Transcript 9, no. 29 (November 1, 1845): 228-229, citado por Frederick Hoyt, “We Lifted Up Our Voices Like a Trumpet: Millerites in Portland, Maine,” Spectrum 17, no. 5 (August 1987): 19. Ellen White sempre designou sua visão de dezembro de 1844 em uma casa em Haines como sua “primeira visão”. Devido à importância daquela visão na sequência de seu chamado a relatar suas visões, sua resistência ao chamado e os temores e depressão subsequentes, ela sempre se lembrou dessa visão como sua primeira visão. A experiência dissociativa que Matthew Whittier designou como “algum tipo de visão” pode não ter sido percebida como “visão” por Ellen Harmon na época ou posteriormente. Podemos chamá-la de uma visão que precedeu o que ela chamava de sua primeira visão, desde que reconheçamos a incerteza de assumir que a “bela moça” que ele viu e ouviu era realmente Ellen Harmon. Afinal de contas, Whittier notou que “nada era mais comum do que visões” entre os mileritas na época. Portanto, com esta impressão a respeito da frequência de pessoas alegando terem visões entre os mileritas, Whittier pode ter ficado ainda mais inclinado a descrever o que Ellen Harmon relatou como “algum tipo de visão”, o que ela não percebia como visão, seja na época ou posteriormente.

16. Frederick Hoyt, “Elder Israel Dammon’s Wild Maine Show of February 1845: A Critique of a Regrettably Long Delayed Official Response,” June 6, 2009, Adventist Forum Meeting, Pacific Union College, Angwin, California.

17. Ellen G. White, Spiritual Gifts: My Christian Experience, Views and Labors in Connection with the Rise and Progress of the Third Angel’s Message (Battle Creek, Michigan: publicado por James White, 1860), 40. [Geralmente citado como Spiritual Gifts, Vol. 2]. Até mesmo nas anotações da parte de trás de seu livro, o nome é escrito “Dammon”. Ver a página 302. O erro ortográfico de Nix também é levado adiante em seu artigo para The Ellen G. White Encyclopedia, Denis Fortin e Jerry Moon, eds. (Silver Spring, Maryland: Review and Herald Publishing Association, 2014), 358.

18. Herbert E. Douglass, “Israel Dammon’s Trial,” Messenger of the Lord: The Prophetic Ministry of Ellen G. White (Nampa, Idaho: Pacific Press, 1998), 473-475.

19. Michael W. Campbell, “Miles Grant, D. M. Canright, and the Credibility of Ellen G. White: A New Perspective on the Israel Dammon Trial,” Reflections: The BRI Newsletter, January 2014, 5-8.

20. Kevin Morgan, “A Distorted View of the Atkinson Meeting in Donald Muth’s Illustration,” não publicado.

21. Ellen G. White, “Regarding the Late Movement in Indiana: Article read by Mrs. E. G. White before the Ministers, April 17, 1901,” General Conference Bulletin 4, April 23, 1901, 420.

22. J. V. Himes para William Miller, 12 de março e 29 de março de 1845. Joshua V. Himes Letters, Massachusetts Historical Society.

23. Steve Daily, Ellen G. White: A Psychobiography (Conneaut Lake, Pennsylvania: Page Publishing, 2020), 100.

24. For instance, see Vinson Synan, Holiness-Pentecostal Tradition: Charismatic Movements in the Twentieth Century (Grand Rapids, Michigan: W. B. Eerdmans Publishing Company, 1997), 12.

25. Testemunho de Jacob Mason (que acreditava nas visões de Ellen Harmon).

26. Ellen G. White, Life Sketches (Battle Creek, Michigan: Steam Press of the Seventh-Day Adventist Publishing Association, 1880), 202.

27. Hoyt, “Elder Israel Dammon’s Wild Maine Show.”

28. Ellen G. White, Spiritual Gifts, Vol. 2, 131.

29. A carta de Wood foi citada na página 117 do manuscrito não terminado de E. S. Ballenger, intitulado “Early History of the Seventh-day Adventist Church,” que foi publicado como parte de “An Appeal for Clear Thinking” em The Gathering Call 21, March-April, 1933, 24.

30. Burton, “The Maine Event.”

31. Alden Thompson descreveu Vance Ferrel como uma voz “literalmente do deserto (do Tennessee). Pilgrim’s Rest [a instituição de Ferrell] tem sido ativo na agitação de elementos tradicionais entre os adventistas contra as instituições convencionais adventistas que estão ‘fazendo concessões’, especialmente a Associação Geral e colégios adventistas.” Ferrell morreu em 2023.

32. Acesse sdadefend.com/Believe-Prophet e selecione Israel Dammon.htm.

33. Conforme notado por Bruce Weaver: “Quase 23 cm de neve já tinham caído ali perto, em Bangor, naquele mês. O meteorólogo de Bangor descreveu aquele sábado com um dia de “névoa, neve e gelo”. A temperatura máxima para o dia era 0,5ºC, mas fazia quase –8ºC às nove da noite. Bangor é cerca de 55 km ao sul de Atkinson, então a temperatura em Atkinson podia ser ainda mais fria, especialmente à meia-noite.”

34. Sydney Cleveland, White Washed: Uncovering the Myths of Ellen G. White (Glendale, Arizona: Life Assurance Ministries, 2000).

35. Kevin Morgan para Ron Graybill, email, 28 de abril de 2024.

36. Campbell, “Miles Grant, D. M. Canright, and the Credibility of Ellen G. White,” 5-8.

37. William Fagal, diretor, Ellen G. White Estate branch office, Andrews University, Berrien Springs, Michigan, October 5, 1987; revised, October 21, 1987.

38. White, Spiritual Gifts, Vol. 2, 144.

39. Otis Nichols para William Miller, 20 de abril de 1846. Citado em Arthur L. White, Ellen G. White: The Early Years: 1827-1862 (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1985), 76.

40. White, Spiritual Gifts, Vol. 2, 39.

41. Ellen G. White para J. N. Loughborough, 2 de agosto de 1874, Carta 2, 1874.

42.  “Ele só se tornou meu inimigo porque testemunhei reprovando seus erros e seus rumos fanáticos […].”  Ellen G. White para J. N. Loughborough, 24 de agosto de 1874, Carta 2, 1874.

43. J. N. Loughborough, The Great Second Advent Movement: Its Rise and Progress (Nashville, Tennessee: Southern Publishing Association, 1905), 261.

44. White, “Experience and Views,” 1.