Associação de Mulheres Adventistas realiza recepção de Ministras e a premiação de Mulher do ano. O evento foi uma celebração das mulheres que deram contribuições significativas para o ministério, a ciência, a medicina e a educação


Por Ezrica Bennett | Fotos por Sandra Muñoz. Traduzido e adaptado do original em inglês por André Kanasiro para a revista Zelota. Republicado em colaboração com SPECTRUM: o periódico e website do Adventist Forum desde 1969. www.spectrummagazine.org

Na tarde do dia 6 de julho, numa sala do centro de convenções de St. Louis, a Associação de Mulheres Adventistas (AAW) realizou a Recepção de Ministras e a Premiação de Mulher do ano. O evento foi uma celebração das mulheres que deram contribuições significativas para o ministério, a ciência, a medicina e a educação. Entre as participantes estavam missionários, pesquisadores e líderes intelectuais que estudaram exaustivamente e promovem o papel e o impacto das mulheres na Bíblia e na sociedade — unidos por sua crença na igualdade das mulheres na igreja, no ministério e além.

Linda Becker, ex-vice-presidenta do Union College, apresentou a cerimônia. A programação começou com uma oração de Larry Geraty, presidente emérito da Universidade La Sierra, seguida por uma mensagem musical de Ezrica Bennett. Darius Jankiewicz, secretário ministério e de campo e coordenador do Espírito de Profecia para a Divisão do Pacífico Sul, fez um breve devocional explorando a palavra hebraica Echad (“um”) em Gênesis 2.24. Ele enfatizou que esta unidade, usada para descrever a unidade entre homem e mulher no Antigo Testamento, também se reflete na descrição da natureza divina no Novo Testamento. Fazendo conexão com a palavra grega heis — que também significa “um” — ele argumentou que a igualdade bíblica entre homens e mulheres deve ser abraçada, não combatida, estabelecendo o clima para uma tarde de celebração e afirmação.

Wanda Phipatanakul, mulher do ano em ciências médicas

O primeiro prêmio da noite foi para Wanda Phipatanakul, professora de pediatria no Colégio de Medicina de Harvard. Ela também atua como diretora do Centro de Pesquisa Clínica em asma, alergia, imunologia, dermatologia, e reumatologia no Hospital Infantil de Boston. Seu trabalho inovador em saúde ambiental e fatores de risco epidemiológicos ajudou a moldar a pesquisa clínica inclusiva, enfatizando o envolvimento da comunidade e reduzindo disparidades de saúde. Ela trabalhou muito com a Administração de Alimentos e Drogas e o Instituto Nacional de Saúde (NIH), administrou o fórum Investigational New Drugs, e liderou os Conselhos de Monitoramento de Segurança de Dados. Sua liderança na construção de um empreendimento de pesquisa com financiamento do NIH e mais 100 milhões de dólares, sua mentoria de mais de 100 indivíduos, e sua conquista de financiamento em espaços competitivos fez dela uma pioneira na ciência e na medicina.

Pastora Anathasie Nda, mulher do ano em liderança espiritual

Anathasie Nda entrou para a história como a primeira pastora em Camarões e uma das primeiras mulheres na África a realizar batismos. Nascida em uma família católica de Esse, Camarões, ela se sentiu chamada para o ministério desde a juventude. Após se casar com um adventista e se converter em 1974, ela estudou teologia no Seminário Adventista Nanga Eboka, tornando-se a primeira mulher a fazê-lo na União Africana Central. Seu ministério prosperou a despeito da resistência, resultando em mais de 300 batismos onde só se esperava 30. Ao longo de dez anos, ela plantou dez igrejas e costumava andar quase 50 quilômetros a cada sábado para servi-las. Nda posteriormente tornou-se capelã na escola Maranatha, onde atuou por cinco anos. Seu trabalho com os alunos e populações marginalizadas — incluindo crianças de rua e pessoas com lepra — causou um impacto duradouro. Em 1993, ela foi reconhecida pela Associação Geral (AG) como a “mulher mais comprometida e trabalhadora na obra de Deus no mundo”. Sua alegria nos contagiava enquanto dançava em frente ao pódio com seu prêmio.

Pat Cople, mulher do ano por liderança em engenharia

Em 1958, Pat Cople se tornou a primeira mulher a se graduar no Colégio de Engenharia de Walla Walla. Ela quebrou barreiras ao longo de sua carreira, o que inclui sua atuação como Chefe do Ramo de Construção da Aeronáutica — a primeira mulher a fazê-lo. Seus esforços pioneiros introduziram análises de custo de ciclos de vida na construção militar, poupando recursos e estabelecendo novos padrões. Cople completou sua pós-graduação em Relações Industriais e Trabalhistas na Universidade Cornell. Ela então se tornou diretora associada de construção no gabinete da secretária auxiliar de defesa no Pentágono, no qual ela promoveu qualidade e excelência em planejamento e construção militar. Cople graciosamente deu crédito por seu sucesso ao apoio de sua família. Seu prêmio honra suas conquistas profissionais e seu papel como adventista pioneira em um campo dominado por homens.

Darius Jankiewicz, prêmio de campeão de justiça

O prêmio final da tarde, Campeão de Justiça, foi apresentado ao Dr. Darius Jankiewicz. Além de sua liderança na Divisão do Pacífico Sul, ele passou 11 anos como professor e chefe de departamento no seminário teológico da Universidade Andrews. Um teólogo e pastor com experiência global, ele é especialmente conhecido por seu trabalho a respeito de questões como ordenação feminina e autoridade eclesiástica, frequentemente publicados na Adventist Review. Seu comprometimento com clareza teológica e justiça fizeram dele uma voz respeitada na igreja global.

A tarde se encerrou com uma reflexão emocionada de Nerida Taylor-Bates, presidenta da AAW, a respeito do progresso que a organização continua a fazer. Participantes celebraram a presença global crescente de mulheres no ministério, afirmando suas contribuições vitais para com a missão do evangelho, e depois encerraram o encontro com uma oração de Craig Carr, diretor ministerial da União Mid-America. O evento serviu como um reconhecimento de conquistas passadas e presentes, assim como uma declaração de esperança por um futuro no qual o chamado das mulheres para o ministério seja plenamente aceito.